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Hard Candy

Bem, não é um filme ruim, mas também não é bom. O melhor que se pode dizer a respeito dele é que prende bastante a atenção e é muito bem produzido e atuado. Meio mal escrito, mas o problema principal aqui é uma total falta de honestidade.

Basicamente, é um filme de justiceiro, à la Desejo de Matar, e tão reacionário quanto, ao mesmo tempo capitalizando em cima de uma suposta moralidade "ambígua" do roteiro. A idéia é manjadíssima: pegar alguém que mereça sofrer e fazer com que essa pessoa sofra em nome de algum ideal de justiça, mas com o objetivo consciente ou não de apenas fornecer uma válvula de escape moralmente justificável para qualquer instinto sádico que a audiência possa ter e queira explorar. Criar, enfim, um espaço suficientemente seguro de violência e sadismo para que a platéia possa sair tranqüila do cinema depois de uma longa cena de tortura e comer um McLanche Feliz antes de voltar para a casa. Surge aí o principal problema de Hard Candy: é um filme 100% exploitation, mas que faz pose de algo mais intelectualizado, principalmente pela sofisticação formal (já que o roteiro é pífio). Não funciona. Tudo é muito estiloso e visualmente bem concebido, mas transparente até demais nos efeitos que procura criar.

O alvo é mais fácil de se chutar do que cachorro morto: um pedófilo possivelmente assassino que seleciona suas vítimas em salas de bate papo na Internet. O algoz é Hayley, uma menina de 14 anos, interpretada por Ellen Page, a Kitty Pryde de X-Men 3. Que tem 19 anos na vida real, mas físico de 12 na tela. Os primeiros 20 minutos, em que o pedófilo seduz a menina e a leva para casa, são os mais incômodos - há uma certa flutuação entre as posições de dominador e dominado que mantém algum nervosismo. Mas logo ela vira o jogo e tem início uma violenta sessão de tortura física e psicológica que se prolonga pelo restante do filme, mas é bem desprovida de tensão, apesar de curiosa de se assistir. Hayley, que no começo faz papel de menina frágil e insegura, transforma-se em uma torturadora bem hábil, profissional e sádica. Continua em pleno controle da situação até o final do filme. Não há qualquer mudança entre as posições de torturado e torturador, e tudo parece - e efetivamente é - inevitável para o torturado. Talvez ele morra, talvez ele sobreviva, mas certamente vai se dar mal. A menina, com certeza, vai se dar bem. Porque afinal, é tudo uma fantasia que apela aos instintos mais sádicos e reacionários da platéia, mas precisa de um final feliz. Que no caso é o pedófilo se dando mal, e a menina se dando bem. Um final em que o pedófilo se desse bem seria, aí sim, moralmente desafiador de forma explícita e muito incômoda. Hard Candy não quer incomodar, quer apenas agradar a audiência com uma torturazinha básica.

Vai doer. Muito.

As pessoas parecem ter uma grande necessidade de ver as outras sofrerem. Esse é um lugar-comum que tem muita razão de ser, porque efetivamente se verifica no cotidiano da humanidade. Basta observar o que acontece quando ocorre um acidente de carro, todo mundo quer ver. Se tiver fratura exposta, melhor ainda. Ao mesmo tempo, as pessoas acham que sentir prazer diante do sofrimento alheio é moralmente questionável. Cinema, literatura e telejornais estão cansados de explorar isso, proporcionando um espaço seguro para que as pessoas possam se deleitar com algo como uma hora e vinte minutos de tortura, sem sentir culpa depois. Em princípio, nada contra, desde que se tenha consciência do que se está a assistir. Pena que o filme não admite que veio com esse propósito em mente. O objetivo aparente é fazer auê em cima da moralidade discutível de ambas as personagens (Simpatizo com a menina? Simpatizo com o pedófilo? Simpatizo com nenhum dos dois?), mas sem deixar emergir o papel do espectador nisso tudo (Simpatizo comigo mesmo por querer ver uma pessoa sendo torturada por mais de uma hora?). Se o papel do espectador porventura emergir em algum comentário como este, os autores do filme podem convenientemente dizer que isso também foi planejado. É fácil, afinal, fazer pose de esperto. Difícil é não perceber que no fundo o que importa aqui é fazer o pedófilo assassino sofrer bastante para o prazer da galera. Não é discutir se isso é moral ou imoral, ou se as ações da menina torturadora são justificáveis.

É aquela velha ladainha: pena de morte pra ele, direitos humanos para humanos direitos, sofrimento é bom quando a pessoa merece, linchamento é legal porque o sistema jurídico é corrupto, lento e/ou leve demais, Stallone Cobra para presidente....ah, corta mais um dedinho, por favor...isso, mas bem devagarinho! Ladainha, em Hard Candy, disfarçada de suspense psicológico moralizante, o que torna tudo bastante imoral, na minha opinião.

Não que não valha a pena assistir: vale, prende a atenção como eu disse. Mas é bom que se tenha bem claro que não é um filme sobre justiça ou sobre se é moral ou imoral torturar alguém, se a pessoa merece sofrer. É um filme para quem quer sentir prazer com gente sendo torturada. Pode admitir sem ter vergonha nenhuma: no fundo todos nós sentimos prazer no sofrimento alheio, em maior ou menor grau. Admitir isso, aliás, é a única forma de se apreciar Hard Candy sem ser hipócrita como o próprio filme.

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Brick

Esse é mais um filme que estava na minha lista de filmes mais esperados do ano, junto com Piratas do Caribe 2. E como Piratas, também não me decepcionou. Minhas expectativas não eram tão grandes como em relação ao filme de Jack Sparrow, mas o hype em torno de Brick depois de Sundance e a boa repercussão de crítica e público no exterior apontavam para um filme a ser visto o mais rápido possível.

Brick é um daqueles filmes que procuram transportar gêneros já bem batidos para ambientações ou personagens pouco prováveis - um truque até certo ponto barato. Algo como Bugsy Malone ou O Virgem de 40 Anos. A idéia é fazer um filme noir com adolescentes, ambientado em uma high school americana. Os diálogos, inclusive, são carregados de gírias de gênero e de época. Ditos de forma bastante apressada, são em alguns momentos difíceis de entender e causam uma certa estranheza no começo. Ouvir adolescentes disparando diálogos com gírias e construções de diálogos de filmes dos anos 40-50 é inevitalvemente estranho. Inicialmente, tudo parece artificial demais, mas passa rápido e você se acostuma e até chega a se esquecer de que está vendo uma versão Dawson's Creek de O Falcão Maltês.

O filme exige uma certa suspensão de descrença, não só pelas gírias, mas também por ver um franzino Joseph Gordon-Levitt interpretando um personagem durão que é uma mistura de Terminator com Jack Bauer. Passados uns 5 minutos, entretanto, a trama engata e prende totalmente a sua atenção. E é tudo trama aqui, diga-se de passagem. Não espere personagens muito bem desenvolvidos, porque isso simplesmente não importa. Brick é um exercício de gênero totalmente dirigido por uma trama cheia de reviravoltas, muito divertida e bem escrita, mas um tanto confusa em relação a alguns detalhes. Sinto necessidade de ver o filme de novo para esclarecer alguns pontos.

Brick

Eu mencionei 5 minutos no parágrafo anterior, mas pensando bem são uns 3. A abordagem é bem no estilo cinema pornô, "Hi, let's fuck!". Logo nesses minutos iniciais o gancho da trama é apresentado: o protagonista recebe um telefonema da ex-namorada, Emily, sumida há três meses. Perturbada, ela dá um recado totalmente incompreensível, que envolve alguns nomes pouco usuais (pin, tug, brick e frisco), e desliga repentinamente. O que significam esses nomes, e em que contexto eles se inserem? Por que Emily está tão transtornada? Onde ela está, por falar nisso? Procurando respostas para essas perguntas, o protagonista inicia uma investigação com a ajuda de um nerd seu amigo, e se envolve em uma série de problemas cada vez mais complicados.

Apesar da ambientação colegial e dos personagens adolescentes, é um filme noir autêntico, e os riscos em jogo são os de sempre. Gente apanha e gente morre, em outras palavras. E o grande mérito de Brick talvez seja justamente esse. Não é uma brincadeira, que se satisfaz apenas causando uma certa confusão a partir da distorção de um gênero. Há distorção, mas também há um enorme respeito e rigor: a trama funciona exatamente como uma trama de filme noir deveria funcionar, independentemente da ambientação e da idade dos personagens. E a trama é a trama de um bom filme noir. No final das contas, o hype é um pouco exagerado: não é um grande filme. Mas também não é um filme pequeno, e há muito o que se apreciar aqui.

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Feed: espetacularmente ruim!

Eu estou quase sem palavras diante dessa preciosidade do cinema trash. Trash autêntico, do tipo de filme que quer ser levado a sério mas é absurdamente ruim de tão medonho. No caso de Feed, o intuito é ser um thriller de serial killer chocante, malvadão e cruel, tipo Seven. Mas não dá certo, porque é uma das coisas mais ridículas já filmadas, sem qualquer exagero. Uma mistura de Seven com...Hamburger, o Filme e toques de Feardotcom, 8mm e Demonlover.

Imaginem um filme de serial killer padrão, totalmente clichê, mas cujo serial killer é o dono de um site snuff por meio do qual pessoas apostam na vida de gordas que são alimentadas à força até morrerem. Não estou brincando. Aliás, o filme também não está. Logo no início há uma advertência de que o que veremos envolverá um fetiche real, de pessoas reais. E o fetiche existe. Há toda uma subcultura no mundo do BDSM que revolve em torno de feeders e gainers. Os feeders alimentam os gainers (de "to gain weight"), que têm metas a atingir (tipo 200 quilos, por exemplo). Os feeders são dominadores, os gainers são submissos. Bizarro, mas cada um com seu fetiche.

O vilão do filme, entretanto, propositadamente mata suas gainers de tanta comida! E cada gorda que morre tem sua gordura derretida e...alimentada às gordas seguintes via um funil enfiado na boca da vítima! Tudo isso é filmado e transmitido para uma clientela seleta, em um site chamado Feeder X. Os responsáveis por Feed registraram o site do assassino como o site do próprio filme, e você pode acessá-lo aqui (há conteúdo pornográfio...o que é uma coisa interessante, acho que é o primeiro filme mainstream que tem um site pornô como site publicitário). O herói é um policial australiano, que atua como cyber-investigador de sites pornográficos. Mas ele também age no campo: logo no início do filme o encontramos na Alemanha, em uma dramatização do caso Armin Meiwes, com direito a pênis fritando em frigideira e a vítima do canibal gritando "O corpo é MEU e eu QUERO ser comiiiidoooooo!". E sim, supostamente é uma cena séria, para chocar. E sim, é obviamente hilária.

O policial, traumatizado com o que vê na Alemanha depois de 6 meses à caça do canibal, volta à Austrália. Sua vida privada é virada de pernas para o ar. Ele não entende mais sua namorada ninfomaníaca (tem uns momentos meio Joe Eszterhas esse filme), e fica cada vez mais violento na cama. Ao mesmo tempo, é pego chorando no banheiro da delegacia e passa o maior vexame. Eis que, batendo papo em um canal IRC (via mIRC, por falar nisso), ele descobre que talvez as gordas de um site de gordas estejam sendo assassinadas, e hackeando feito um doido, ele descobre o endereço do site. Mas a segurança é tão cerrada que é impossível encontrar qualquer brecha. Nem um grande hacker como o cyber-investigador australiano consegue invadir. Mas ele sabe que há algo de errado ali!

Há um problema, contudo: o chefe do policial. Como em todo filme do gênero, há um certo atrito, uma certa disputa de egos, uma certa rivalidade, e o chefe ainda por cima acha que o herói não está em condições de trabalho. Afinal, ele estava chorando no banheiro agora há pouco, e de uma hora para a outra quer investigar um site de gordas na Internet. É crime alimentar alguém?, pensa o chefe? O que fazer com esse lunático? A célebre frase "You're OFF this case!" não é pronunciada, mas o chefe manda o cyber-investigador esfriar a cuca e tirar umas férias. Não importa. O protagonista, que por sinal é uma versão pit-boy do Sean Bean, com toques de Harvey Keitel, passa a investigar por conta própria, com a ajuda de um colega de departamento. Depois de vários truques de racko ultra-l33t, ele descobre que o dono do site é americano. E viaja para os EUA, na busca de respostas para uma tormentosa questão: as gordas estão ou não estão sendo assassinadas para satisfazer a lascívia sado-assassina de uma clientela de voyeurs internéticos psicóticos?

Enquanto tudo isso acontece, também conhecemos o vilão da história, um jovem muito perturbado. Conhecemos, igualmente, sua vítima atual: a bastante obesa Dierdre, que acha que está numa relação sadomasô gourmet inocente e não sabe que está a caminho do abatedouro. O serial killer tem, vejam bem, um grande trauma de infância. Quando ele era pequeno, a mãe dele era tão gorda que não conseguia levantar-se da cama (caso da Dierdre, diga-se de passagem). Forçado a alimentá-la, ele desenvolve instintos assassinos e acaba matando a mãe, aparando a gordura dela com uma faca até ela ficar magra. Uma das cenas mais tocantes do filme insere imagens do jogo Pac Man em um flashback do serial killer, fazendo uma referência super sutil e inteligente de cultura pop, num paralelo de grande densidade psicológica.

Pois bem, chega o policial australiano aos EUA. E o filme fica ainda mais ridículo. Sabendo do nome do serial killer, o policial consegue desenterrar alguns detalhes do passado dele, e descobre sua atual moradia. Mas o serial killer tem um grande álibi: ele é casado com uma MAGRA! Sim, com uma magra! Mas não seja por isso, o policial está obstinado e consegue um confronto final com o serial killer na casa de fazenda do assassino, local onde ele mata suas vítimas e dá um trato na gordura delas para aproveitamento posterior. Não vou contar o final, mas garanto que não irá desapontar a ninguém. E olha que eu nem entrei em detalhes...deixei de descrever momentos geniais que ocorrem no meio do filme, como o monólogo do serial killer contra o padrão de beleza atual, seguido pela aplicação forçada de uma injeção de banha humana na barriga do policial.

É difícil acreditar, mas o filme se leva a sério. Ele realmente quer ser um filme de serial killer perturbador e, quiçá, profundo. Exatamente por este motivo, é uma coisa formidável de tão espetacular. Quem é o diretor que conseguiu a façanha de fazer um filme sobre um site snuff de gordas masoquistas? Brett Leonard, responsável por clássicos como The Lawnmower Man, Hideaway e Virtuosity. Atualmente, Brett trabalha no filme que provavelmente será sua obra-prima, o aguardadíssimo Highlander: the Source.

Mas não quero saber de guerreiro imortal escocês: espero francamente que Brett continue fazendo filmes sobre fetiches obscuros, e faça um filme de horror sobre furries. Não vai precisar se esforçar muito.

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Sharman e RIAA entram em acordo: KaZaA vai virar serviço pago

Bem, eis que o KaZaA segue o previsível caminho do Napster e iMesh.

Fica a questão: quem é que vai querer pagar por um serviço que sempre foi porco? E fica também uma preocupação, ainda que mínima, mas que marca o fim de uma era: perdemos o nosso maior boi de piranha, e o modelo de compartilhamento de arquivos livre e gratuito se consolida de vez. A última grande rede de compartilhamento de arquivos comercial não-autorizada foi para o buraco.

Em relação à morte do boi de piranha, é difícil não admitir como era bom ter algo como o KaZaA como escudo para poder trafegar tranquilamente pelas zonas principais de compartilhamento de arquivos. A rede FastTrack é uma rede proprietária, com fins comerciais, de compartilhamento de arquivos - uma relíquia dos primeiros anos de compartilhamento de arquivos - e também concentra uma grande massa de usuários tecnicamente pouco qualificados. É o p2p do povão, sendo bastante pré/pós-conceituoso, e o alvo de maior visibilidade dentre os existentes no momento.

A rapaziada que sabe o que faz fica na rede ed2k/Kad, hubs fechados de Direct Connect e trackers privados de torrents. Não chega nem a dois cliques de distância da rede FastTrack, reduto dos usuários menos qualificados das redes de compartilhamento, e das maiores ameaças jurídicas (se você mora nos EUA). Por melhor que seja a tecnologia - e é uma ótima tecnologia -, a rede FastTrack é absurdamente tenebrosa, com acervo 100% mainstream (um dos motivos do interesse da RIAA), repleta de vírus e arquivos mal-identificados. É o mínimo denominador comum das redes p2p. Fora o cliente oficial, que é algo além da imaginação em termos de malware embutido.

Com o fim do KaZaA tradicional, e todos clientes Gnutella relevantes sendo software livre, a zona de segurança que era proporcionada pela rede FastTrack sucumbe. É a pedrada final no modelo inicial de grandes redes de compartilhamento, pré MGM v. Grokster. De agora em diante tudo o que não for frontend para loja autorizada vira software livre ou proprietário sem qualquer fim comercial (µtorrent, por exemplo), ou é judicialmente aniquilado. No caso dos torrents, você pode acabar com trackers privados, processar usuários, etc., mas não acaba com a tecnologia, porque a ela é livre e extremamente dispersa, desconcentrada em termos de titularidade. O mesmo ocorre em relação à rede ed2k: pode tirar quantos Razorbacks você quiser da jogada, surgem uns 3 outros no lugar de cada um que cai. Usuário para ser processado? Há milhares, pode processar. Idem para a rede Gnutella e para hubs de Direct Connect. Em relação à rede FastTrack, apesar do protocolo node/supernode ter sido aberto por engenharia reversa, o protocolo supernode/supernode permanece sob controle da Sharman. Ainda há alguém para responder pela tecnologia: uma empresa lucrando bastante com publicidade, a partir de conteúdo alheio. É o último gigante do p2p empresarial a cair.

Não que isso vá fazer muita diferença, e não que o KaZaA tivesse um grande valor simbólico como o Napster (apenas a RIAA pensa no KaZaA nestes termos). Mas a parte mais tosca da comunidade do compartilhamento de arquivos vai ou migrar para a rede Gnutella de vez (que é uma rede tosquérrima, sejamos honestos), ou ser incorporada nos trackers públicos de torrents. A rede ed2k acho que continua segura desse influxo de usuários, pela maior dificuldade de uso.

De todo modo, esse acordo é o fim de uma era, e marca o passo final para a transição para um modelo 100% livre e gratuito de compartilhamento de arquivos.

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Novo recurso: assinatura de tópicos

De agora em diante, aqueles que quiserem poderão adicionar tópicos que achem particularmente interessantes a uma lista pessoal de favoritos. É como se você montasse um fórum particular, apenas com as postagens que mais lhe pareçam mais interessantes.

Para fazer isso, basta clicar "adicionar a favoritos", no canto superior esquerdo da primeira postagem do tópico escolhido. Adicione quantos quiser. A lista poderá ser acessada a partir da página "Minha conta" de cada usuário.

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Superman Returns

É engraçado como esse filme se encaixa na continuidade da série...quer dizer, pelo menos em relação ao que eu me lembro dos filmes...err...do primeiro e do segundo filme (do terceiro eu me lembro apenas do robô humano e do Richard Pryor, e do quarto que havia uma babaquice qualquer envolvendo armas nucleares e paz mundial). Eu tinha reclamado do uso da trilha antiga nos trailers, mas só hoje ao ver o filme percebi o que o Bryan Singer queria fazer. Não é um filme que quer construir uma franquia nova, mas um filme que quer continuar a antiga. Nisso ele tem êxito, é muito bacana e lembra muito o primeiro filme. Dura bastante, mas passa rápido.

O curioso, entretanto, é que o que eu mais gostei no filme foram coisas bem pequenas diante da magnitude do Super. Eu achei a participação da Parker Posey, por exemplo, a melhor coisa do filme. O Superman é legal, coisa e tal, mas a perua burra da Parker Posey me pareceu muito mais fascinante. Também gostei do humor negro ocasional. De longe a melhor cena do filme é aquela com o cãozinho canibal. O romance emo-stalker do Super é aquela coisa de sempre, e há uma cena muito bonita em que ele usa a visão de raio-x para ver a Lois subindo no elevador. O Lex Luthor do Kevin Spacey também ficou na medida. Mas de um modo geral, apesar do filme acertar em tudo, ser muito bem feito e agradável, achei X-Men 3 um filme superior. O impacto de Superman Returns foi menor do que eu esperava, mas talvez isso dependa muito da relação que você tenha com o personagem. Eu confesso que nunca fui muito fã do Superman. Pra quem é fanático, contudo, esse provavelmente vai ser o filme do ano.

Agora, pra quem é ligado nas fofocas: o Bryan Singer tem algum caso com o Ciclope? Porque não é possível, o cara atua muito mal, não tem carisma nenhum e é uma nulidade em cena. Só pode ser amor aquilo lá.

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Foto de Anônimo

O Libertino ( ou Jon Bon Jovi no Século 17 )

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Foto de Charllie

X-Men: The Last Stand

60% do Rotten Tomatoes: aqui

Tem gente dizendo que é o melhor dos três e outros que é um grande Blah!

Estreiando nessa Sexta-Feira (26/05) parece que vai ser o mais fraco, mas possivelmente um bom filme pipoca (ao contrário dos dois primeiros, excelentes filme pipoca).

Não curtir muito os traillers liberados, o visual do fera parece muito fake e o restante meio inconsistente.

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Foto de Bennett

Angel Dust (Enjeru Dasuto)

A sensação que fica é a de um grande filme que não foi. Angel Dust (ou Enjeru Dasuto), dirigido em 1994 por Sogo Ishii, poderia muito bem ser lembrado ao lado de filmes como Seven, Silêncio dos Inocentes e Memories of Murder como um dos filmes canônicos de serial killer. O fato de que isso não aconteceu (e de que poucos sequer ouviram falar de Angel Dust) se dá em razão do gênero ser apenas o ponto de partida para um filme que tem outras pretensões, que infelizmente não foram concretizadas. A tentativa é louvável, mas o resultado final talvez fosse melhor se Angel Dust se contentasse em ser apenas um filme de serial killer. Já que Ishii ao que tudo indica teve preguiça de realmente levar a sério o próprio filme, caso tivesse optado por algo mais tradicional e batido talvez tivesse feito um filme melhor.

Sogo Ishii, figura famosa na cena punk japonesa, é um diretor cult no mais verdadeiro sentido da palavra. Os seus filmes são difí­ceis de encontrar, e quando são encontrados muitas vezes não têm legenda em outras lí­nguas que não o japonês. Angel Dust, apesar de não ser amplamente disponí­vel, ainda é relativamente fácil de ser encontrado com legendas. Faz parte do que pode ser considerada uma segunda fase na carrreira do diretor, que atualmente também faz parte da banda punk Mach 1.67, acompanhado de um dos maiores atores do cinema japonês atual Tadanobu Asano (nota 11 em 10 na escala cool). Nessa segunda fase de sua carreira, Ishii abandonou o estilo turbulento e caótico de suas primeiras obras, e se dedicou a filmes mais lentos e introspectivos (o fantástico Electric Dragon 80.000V, filme mais conhecido de Ishii, marcaria um retorno í  primeira fase).

Angel Dust, assim, é um filme bastante lento, ocasionalmente chato, que exige uma certa dose de paciência. O que torna ele relevante, e o “grande filme que não foi” a que me referi no iní­cio, é a precisão e habilidade técnica com que Ishii o compôs, e como ele escolheu corretamente todos os elementos necessários para fazer um filme espetacular, mas jogou tudo fora por puro comodismo.

Fotografia, som e edição são tecidos em Angel Dust com virtuosismo, a serviço da construção de um tom e uma ambientação crescentemente desconcertantes. Fica difí­cil não imaginar o quão poderoso este filme poderia ter sido se tivesse optado pelo caminho tradicional dos filmes de serial killer, ou se mesmo divergindo do gênero depois, algum esforço tivesse sido empregado na composição de uma obra mais coesa e coerente. Ishii, aparentemente, queria valer-se da moldura de filmes de serial killer para dizer algo sobre autonomia e relações de gênero no Japão, mas o tiro saiu pela culatra. Apesar de escolher de forma irretocável os ingredientes da história, Ishii não trabalha com um roteiro propriamente dito passados 30 minutos de filme, simplesmente optando por uma narrativa malucona, mal costurada e preguiçosa, que joga algumas idéias fascinantes na tela mas nunca as desenvolve.

O ponto de partida é muito interessante. Toda segunda-feira, í s 06:00 da manhã, um serial killer age em uma linha superlotada do metrô de Tóquio. As ví­timas são sempre jovens mulheres, aparentemente sem nenhuma conexão entre si além do gênero e idade. O serial killer é um trabalhador anônimo como todos os demais do vagão, que age com uma seringa contendo um veneno cujos efeitos são fatais poucos segundos após a picada. A polí­cia, por motivos que são posteriormente explicados, não consegue pegar o serial killer, que continua matando mulheres segunda após segunda, mesmo partindo de uma estratégia que tinha tudo para não funcionar. O setup de Angel Dust é perfeito, e o filme capta algumas preocupações tipicamente japonesas em relação a transportes públicos, anonimato, falta de identidade, solidão, isolamento e paranóia de forma bastante contundente. O esboço de trama que é traçado em seguida também acrescenta alguns elementos interessantes, como cultos religiosos, lavagem cerebral e hipnotismo. Mas Ishii infelizmente deixa a bola cair, e não ata as pontas dos fios.

Estava tudo lá: competência técnica, construção perfeita de um pesadelo urbano plausí­vel, tom sufocante, comentário social relevante...e todo esse potencial não é concretizado. Fica uma coisa meio David Lynch, no mau sentido, e meu entusiasmo inicial foi aos poucos escoando ralo abaixo. Eis um filme que vale a pena ver pelo que poderia ter sido, mas não pelo que é.

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Foto de Guybrush Threepwood

Tenho uma confissão a fazer

Comprei hoje os três dicos clássicos do Michael Jackson: Off the Wall, Thriller e Bad. Beleza, podem me zoar.

A história é a seguinte: fui no Carrefour comprar algumas coisas (uns DVDs virgens, sorvete, e outras coisas mais que minha mãe pediu) e esbarrei com esses CDs na prateleira de R$16,90. Como eu sofro da Sindrome do Impulso Consumista (nem sei se isso existe, se não existe inventei agora), me deu um treco e acabei comprando os discos, sem saber bem lá por quê.

O Thriller e o Bad eu já tinha em vinil, relí­quias da minha infância. Fazia uns quinze anos que eu não os ouvia. O Off the Wall eu nunca tinha ouvido, embora conhecesse várias músicas. Fiz MP3s deles e mandei pro meu Sandisk.

Muito antes de Jackson se transformar em Wacko Jacko, o mutante albino comedor de criancinhas, muito antes dele ficar (mais) doido e quase ir í  falência, ele deixou seu legado. Esses três discos. Essas três obras-primas do pop. Eu não fazia idéia (ou não lembrava), mas os discos são muito, muito bons. Começando por Off the Wall, que já abre com a clássica música da vinheta do Video Show (Don't Stop 'Til You Get Enough), explode com Rock With You e engrena até fechar com chave de ouro (Burn This Disco Out). E um disco funk em sua melhor forma, e incrivelmente pop.

Thriller, logo em seguida. O "magnus opus" da carreira de Jackson. Merecido. Todas, repito, TODAS as músicas são incrí­veis. Wanna be Starting Somethin' é uma pancada. Vem Baby Be Mine, depois The Girls is Mine, dueto com o sósia do Paul McCartney (o verdadeiro morreu em 1966) e... Thriller, divertidí­ssima. Depois Beat It, com um sensacional riff de guitarra do Van Halen (melhor coisa que ele já fez em toda a carreira) e Billie Jean.

Vou dedicar um parágrafo í  Billie Jean. Billie Jean tem a linha de baixo mais grudenta que você já ouviu. Billie Jean tem um clipe breguí­ssimo, mas muito bacana. Billie Jean é a sí­ntese do pop anos 80. Billie Jean é provavelmente a melhor coisa que Jackson já fez. Billie Jean talvez seja a canção pop definitiva.

E não para aí­. Human Nature, P.Y.T. e The Lady in My Life. Excelentes. E um disco perfeito, fenomenal. Mesmo. Não, não estou de sacanagem. Nem lembrava, mas o disco é fodido de bom.

Bad é o mais irregular dos três, mas tem Another Part of Me, Man in the Mirror e a maravilhosa Smooth Criminal (essa música sempre me remete ao Moonwalker - o jogo de Mega Drive, não a bizarrice cinematográfica).

Wacko Jacko pode cotinuar fazendo suas pirações, que definitivamente ele já deixou sua marca na história da música. Pode ir a falência, pode morrer caí­do numa esquina ou na porta de uma creche; mesmo assim, ele será eternamente lembrado por essas três jóia musicais que criou.

Vão em frente, me zoem agora.

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Zagallo tripudia sobre Telê

Não sei se vocês repararam, mas Zagallo deu um jeito de falar mal do Telê na coletiva após o anúncio dos convocados para a Copa:

[quote=]AFP - O momento da seleção atual pode ser comparado ao da equipe que disputou a Copa de 1982, que também chegou com certo favoritismo?

Zagallo - Não há comparação porque a Copa não terminou. Só depois podem comparar. A seleção de 82 foi reprovada, não passou no teste, foi eliminada cedo. De que adianta jogar bonito e não vencer? Não foi eficiente. Eu quero é resultado. Aquela seleção perde de todas as que foram campeãs mundiais, fracassou. Dizem que a de 82 foi o supra-sumo. Supra-sumo do quê? Supra-sumo é quem ganha a Copa.[/quote]

A maior parte da resposta não se refere í  pergunta. Ele não queria na verdade responder ao questionamento, mas apenas demonstrar o seu profundo despeito pelas homenagens quase unânimes que Telê recebeu há menos de um mês.

Aliás, já que ele falou em "não passar no teste", vamos relembrar. Zagallo disputou três Copas como técnico:

a) na primeira, ganhou com um time formado por João Saldanha e que era talvez a melhor geração de craques da história.

b) na segunda, perdeu para o Holanda um dia depois de minimizar o adversário, num jogo em cujo final abdicou de brigar pela vitória, com medo de pegar uma goleada.

c) na terceira, perdeu na final de forma humilhante, depois de escalar um jogador notoriamente sem condições de jogar (Ronaldo), apenas para satisfazer interesses comerciais, gerando um clima terrí­vel que matou o ânimo da seleção.

Pra mim, foi Zagallo quem nunca passou no teste.

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World Trade Center

Já virou piada nos EUA gritar "Too soon! Too soon!" toda vez que alguém ameaça a fazer um filme sobre 11 de Setembro. A idéia é a de que eles ainda precisam de tempo para curtir as perdas e não devem permitir que qualquer empreendimento artí­stico se aproveite da tragédia...ainda! Mas a julgar pelo trailer de World Trade Center, o segundo filme relacionado ao evento este ano - o primeiro é United 93, do Paul Greengrass -, não é um caso de "Too soon!", mas de "Too late!". Parece algo muito mais adequado í  semana seguinte ao atentado, porque reproduz exatamente o discurso de "Coragem sob condições adversas! O ser humano constrói o que os outros destróem!" que a imprensa americana utilizou para acalmar a população. Não cola mais, para quem analisou a situação mais criticamente ao decorrer do tempo (minoria nos EUA, pensando bem)....e não é algo que eu esperava do Oliver Stone.

Não vai ser um filme sobre teorias conspiratórias, coisa que Stone sabe fazer muito bem (principalmente se estiver bastante entupido de coca)...mas sim um filme catástrofe meloso sobre como a polí­cia de Nova York é gente que faz. Basicamente é o Nicolas Cage e o mexicano de Crash (porque nesses momentos é importante destacar a participação de "agentes étnicos" que via de regra são tratados como lixo nos EUA), no meio dos escombros do WTC, comportando-se feito heróis. Tem até uma cena da Maria Bello cheirando o lençol onde o marido havia se deitado na noite passada. Dá um tempo, não?

Eu acho muito mais saudável uma reação do tipo Rambo ou True Lies, do que esse tipo de filme. Até me animei quando houve boatos de que o Sylvester Stallone estava preparando um Rambo em que ele iria í  caça do Bin Laden. Quer algo mais legal? Um filme catástrofe babaca, como esse World Trade Center parece ser, exaltando o heroí­smo de policiais, é o cúmulo da xaropice. Sem querer desmerecer a participação de policiais e bombeiros no 11 de Setembro, não foi nada mais do que o dever deles fazer alguma coisa quando tudo começou a explodir. Agora, um vigilante solitário que vai até o Oriente Médio com uma bazuca matar todo mundo? Uau! Bem mais impressionante. E estimulante.

Outra coisa que esse filme tem e que não deveria ter é Nicolas Cage. Eu gosto do Nicolas Cage, mas não em papéis sérios. Sempre tem que ter algum elemento cômico, um tom escrachado no meio, porque raramente funciona caso contrário. E nesse filme do Oliver Stone ele também tem um bigodão! Risadas involuntárias a caminho...

 

 

A única coisa que eu gostei nesse trailer foi o cartaz de Zoolander que eles colocaram em um outdoor. Porque factualmente é bastante correto, já que Zoolander estava para entrar em cartaz e depois foi adiado (porque era uma comédia!). E também porque Zoolander é um ótimo filme, que merece ser lembrado. Eu diria que o look do Nicolas Cage na foto acima é uma mistura de Le Tigre com Blue Steel.

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Crí­ticos dizem: "Código da Vinci, blah!"

Não li o livro, porque eu não tenho mais muita paciência para literatura barata. Me pareceu ser divertido, mas já que o filme estava sendo feito, e eu ainda tenho muita paciência para cinema barato, resolvi esperar para ver na tela. Os crí­ticos franceses estão achando o filme totalmente "E daí­?":

[quote=Yahoo]"The Da Vinci Code" drew lukewarm praise, shrugs of indifference, some jeering laughter and a few derisive jabs Tuesday from arguably the world's toughest movie crowd: critics at the Cannes Film Festival.

Link[/quote]

Sexta-feira dou meu parecer.

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Lady in the Water, o novo Shyamalan

Saiu um trailer novo.

Eu sou da turma que detestou Sinais, mas achou A Vila até que razoável, no final das contas. Li uma sinopse totalmente cheia de spoilers desse novo Shyamalan, e acho que talvez seja um bom filme. Provavelmente não vai ter nenhuma reviravolta no final.

Sem dar spoiler nenhum, creio que é possí­vel afirmar com alguma segurança que o filme vai lembrar um pouco alguns filmes de fantasia/ficção cientí­fica dos anos 80, como Cocoon, A Lenda e Batteries Not Included, mas não terá nada a ver com aliení­genas, e certamente terá pouco ou nenhum humor. O que me anima: Paul Giamatti, Bryce Dallas Howard e fotografia. O que me desanima: Shyamalan. O perigo: ser um filme absurdamente constrangedor. Mas estarei lá.

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[LOST] Segundo Abrams, final da segunda temporada de Lost será um dos melhores já vistos

Abrams says Lost finale will thrill
By Colin Mahan - TV.com
May 8, 2006 at 02:23:00 PM | more stories by this author

Creator of show says the season-two finale will be the best finale ever.

Lost will end big. JJ Abrams, the cocreator of ABC's hit series Lost, told SciFi.com that the finale for the show's second season, which airs on May 24, will be the one of the greatest finales in TV history.

Abrams has been away from the show directing the new Tom Cruise action picture Mission: Impossible III. He says that while he was away, cocreator Damon Lindelof fashioned a Lost ending that surprised and excited him.

"The ending of this year in Lost blows the ending of last season out of the water," he said.

In the Lost first-season finale, the castaways were finally able to open the hatch they had found half buried in the ground. They discovered an undergound facility that housed food, weapons, an enigmatic 16mm film, and a mysterious countdown that had to be reset every 100 minutes or else...something bad might happen (viewers have yet to find out what, as the castaways man shifts to reset it).

Abrams hints that in the new finale, questions are answered and loose ends tied up.

"It's an incredible finale. You'll see what happens, but I can tell you that a lot of it has been there and been building from the beginning of this season. It's not out of the blue, but what happens at the very end of this year, for me, it's the greatest finale I have ever heard."

Last week on Lost, previously stalwart character Michael killed two of the main characters. The episode also featured the kick-off of "The Lost Experience," a massive game featuring online and TV elements. In the upcoming weeks, viewers will find out what happened to Michael while he was gone trying to rescue his sone Walt, and Jack and Sayid discover something offshore that leads them to believe they can fight back against The Others.

If Abrams is right, Comic Book Guy on the The Simpsons might say, "Best. Finale. Ever."

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Veja: reacionária, imoral e querendo sangue

Eu de vez em quando recebo uns exemplares da revista Veja, gratuitamente, em casa...eles aparentemente acham que isso vai me incentivar a assinar a revista.

HAHAHAHAHAHA!

Sempre achei a Veja uma merda, como praticamente qualquer revista semanal de notí­cias brasileira. Leio no dentista, quando recebo esses exemplares, na casa de amigos, etc., mas francamente, sinto vergonha de ser pego lendo. Preferia que me pegassem lendo a Brazil Sex Magazine, a revista pornô mais rasteira do Brasil, do que a Veja. E olha que eu leio a Folha habitualmente, outro veí­culo totalmente escroto de notí­cias. Infelizmente, sou só eu que sinto vergonha, porque as pessoas ao meu redor lêem esse LIXO sem o menor pudor.

A revista já era terrí­vel, mas ultimamente tem passado do limite. A capa anterior, com o Garotinho pintado de diabo e com substantivos pouco honrosos do lado é totalmente absurda. Além de difamatória, é imoral. E veja bem, por mim o Garotinho poderia muito bem ter um encontro fatal (existe outro?) com Chuck Norris depois de ser sodomizado pelo Ténia de Irreversí­vel. Mas sob um ponto de vista moral (e legal), aquilo lá é insustentável. Não dá, não dá, e não dá.

Essa capa de hoje, com o Lula tomando um pé na bunda, também. A leitura principal não é o pé na bunda que o Lula está tomando da Bolí­via. É o pé na bunda que a Veja quer que seus leitores dêem no Lula por meio das urnas mais tarde esse ano. Desde quando revista séria faz campanha (como a Veja fez no referendo, por sinal, de forma mais explí­cita ainda)? E uma campanha tão grosseira, vulgar e sem classe? Novamente: tenho achado o governo Lula lastimável. Mas cadê a ética jornalí­stica? Não existe, na Veja.

Infelizmente o problema não é só na capa. Dentro, as coisas pioram. No meio de trocentas peças publicitárias, uma mais FíšTIL do que a outra, matérias totalmente horrí­veis e nervosinhas obre corrupção cujas fontes são totalmente questionáveis, em um tom Cidade Alerta. A Veja quer sangue, execuções em praça pública, linchamentos, etc.

Na página 78, uma matéria sobre crianças que não falam, e "podem ser ví­timas de um distúrbio pouco conhecido: o mutismo seletivo". Essa é uma daquelas matérias alarmistas para famí­lias de classe média...o moleque não fala um dia porque está meio chateado, daí­ os pais marcam uma consulta no psicólogo, ficam apavorados, etc. Na página 80, uma matéria sobre jornais digitais, para aqueles que ficam maravilhados com as maravilhas do futuro próximo que não se concretizará, e entram em seguida na Internet para ver se conseguem comprar um gadget chique para fazer inveja ao colega do escritório. Deprimente.

Mais adiante, página 87, uma matéria sobre a Abril...Roberto Civita é mostrado ao lado de um sul-africano que representa um grupo que vai comprar 30% da Abril. Jóia isso, capital estrangeiro apropriando-se de parcela considerável de uma das gigantes da mí­dia brasileira. O tom da matéria é entusiasmado, com Roberto Civita dando faniquitos de alegria.

Pulei a matéria de capa. Na página 104, a seção Gente, mais fútil e nojenta que qualquer exemplar da Caras. Sem chance. Parei de ler por aqui. Mas dei uma olhada na seção de cartas, que reflete o clima reacionário e violento da revista. Me deu um certo pavor. O pior é que as pessoas com que eu lido diariamente são todas assim. Tenho vontade de me matar. A parte cultural eu tive medo de sequer folhear, mas não consegui evitar olhar o tí­tulo da resenha de Missão Impossí­vel 3 feita pela Isabela Boscov. Ela gostou. E eu me senti humilhado e degradado por não ter resistido a espiada.

 

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Missão Impossí­vel 3

Este tópico havia sido escrito pelo Guybrush antes do filme entrar em cartaz. Como ele já está em circuito, é hora de discutirmos se as primeiras crí­ticas estavam certas, se houve excesso de hype, e se o filho do Tom Cruise realmente é o Anticristo.

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Só pra lembrar, quando fiz minha lista de filmes mais esperados para 2006, no começo do ano, esse M:I3 tava entre os cinco mais da minha lista. Deposito uma baita confiança no J.J. Abrams a acho que essa continuação tem tudo pra ser FODA.

Já sairam duas crí­ticas, muito positivas (peguei-as pelo Rotten Tomatoes):

Review 1: "Injecting fresh blood and energy into the franchise via stronger plot, more suitable villain (terrifically played by Philip Seymour Hoffman), and larger ensemble, TV's Abrams makes a splashy debut proving he's just as gifted big-screen director."

Review 2: "Exciting, kinetic and intelligent, J.J. Abrams theatrical debut is as good as anything he's produced on television. And that's saying something for the man who brought us Alias and Lost."

YES!!!!!!!

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Nova barra de formatação

Pessoal, temos uma nova barra de edição, que pode ser vista logo abaixo do campo de entrada para texto. Duas coisas:

  • se alguém usa assinatura, e ela estiver sendo exibida de forma estranha, por favor a atualize em sua página pessoal;
  • caso vocês tenham algum problema com a barra de formatação, por favor avisem neste tópico aqui.

A administração agradece!

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Psychonauts

Definindo Psychonauts com quatro letras: "arte". É o tipo de jogo que faria Roger Ebert comer o próprio chapéu. Eu comprei esse jogo quase junto com o meu Playstation 2 (há um ano atrás), mas tinha largado de lado sem dar a mí­nima bola (pecado mortal). É que rolou meio que um preconceito da minha parte: primeiro, por ser um plataformer, gênero que tem sido a mesma coisa há uns dez anos (apesar de ter exemplares mais recentes bem legais, como Conker e Viewtful Joe). Segundo, por ser um plataformer do Tim Schafer. Não me entendam mal, sou fã de carteirinha do Schafer. Veterano dos adventures, criou ou participou da criação de alguns dos melhores jogos de todos os tempos (co-criador dos Monkey Island 1 e 2 e Day of the Tentacle e criador do Full Throttle e Grim Fandango). Só não punha fé que ele fosse dar certo numa mudança tão radical de gênero (jogos de plataforma são famosos por pouca história e muita ação).



Só que eu estava totalmente enganado. Tim Schafer conseguiu a façanha de quebrar todas as regras do gênero, e ainda assim fazer um jogo totalmente padrão. Tipo, é um jogo de plataforma, mas não é. É muito mais. É uma experiência audio-visual (principalmente visual) em forma de jogo. Psychonauts é a história maluca de um guri, Razputin, que vai participar de um acampamento de verão com outros garotos. No entanto, não é um acampamento qualquer - é um acampamento para jovens paranormais, com o objetivo de formar futuros super-espiões psí­quicos (os Pyschonauts do tí­tulo). Raz é um garoto que fugiu de casa (um circo), onde seu paí­ negava seu dom e criticava outros psí­quicos e tem que provar no acampamento, no prazo de um dia, que é capaz de ser um Pyschonaut.



É claro que alguma coisa horrivelmente errada vai acontecer (não vou estragar a surpresa), e Raz vai ser o responsável por salvar o dia (e o mundo). Mas o mais legal do jogo é o modo que as fases se desenrolam. Basicamente, o jogo se divide em dois: o mundo real (o acampamento) e o subconsciente (de várias pessoas). Quando você entra na cabeça de algum personagem, passa a ver o mundo distorcido pela personalidade do mesmo, e é aí­ que vem a explosão de criativadade do jogo. Tome Boyd, por exemplo. O porteiro do así­lio, perseguido e humilhado, que sofre uma estranha mania de perseguição envolvendo uma complexa conspiração sobre "O Leiteiro". O interior da cabeça do Boyd é uma vizinhança americana padrão, mas completamente distorcida, onde as ruas fazem loops de torcer o pescoço, e agentes secretos esquisitos se disfarçam de cidadões com uma medonha voz robótica ("HELLO - FELLOW - ROAD CREW WORKER. I AM A ROAD CREW WORKER. PLEASE JOIN ME."). É difí­cil explicar, é ver pra crer, mas dá vontade de chorar de tão bacana que é a fase.



Outra fase muito legal, é quando você entra na cabeça de um peixe mutante monstrouso, que acabou de te atacar. O peixe tem um chip no cerebro que causa o seu comportamento agressivo, mas no fundo morre de pavor de humanos. Na cabeça do bichão, você é um gigante (o terrivel GOOGLATOR, nome por causa dos óculos do Raz) numa cidade de peixinhos, destruindo tudo e causando o ataque desesperado da marinha deles.



Além disso, você tem que ficar esperto em achar as bagagens emocionais (umas malinhas e bolsas que ficam chorando) e as memórias reprimidas de cada individuo, para ganhar pontos e evoluir seus poderes.



Ach, se eu fosse ficar falando sobre tudo que é legal no jogo ficaria horas e horas digitando aqui. Faltou mencionar os gráficos, que se não são tecnicamente perfeitos, são a coisa mais visualmente criativa vista num jogo em muito, muito tempo (desde... Grim Fandango?)



Enfim, uma OBRA-PRIMA, um jogo ESPETACULAR, que só não é PERFEITO por causa de um pedaço particularmente frustrante na última fase. Mesmo assim, é um jogo quase que obrigátorio. Pena que pouca gente jogou (foi um fracasso de vendas).



Nota: 9,7



Screenshots:

- Subconsciente do Boyd

- O terrí­vel GOOGLATOR ataca!

- Subconsciente de um dos agentes, um cara extremamente lógico e sistemático.

- Mente de um doidão no hospí­cio, que acha que é o Napoleão Bonaparte. Note que o cenário é um jogo de tabuleiro, reproduzindo a batalha de Waterloo

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Nova versão do site rodando

Estamos oficialmente usando o Drupal 4.7, que saiu ontem e por isso ficamos uma hora fora do ar.

Pros próximos dias teremos surpresas de verdade por aqui. Depois detalho mais, mas vocês vão gostar.

Como sempre, se acharem bugs, avisem.

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