Brick
Esse é mais um filme que estava na minha lista de filmes mais esperados do ano, junto com Piratas do Caribe 2. E como Piratas, também não me decepcionou. Minhas expectativas não eram tão grandes como em relação ao filme de Jack Sparrow, mas o hype em torno de Brick depois de Sundance e a boa repercussão de crítica e público no exterior apontavam para um filme a ser visto o mais rápido possível.
Brick é um daqueles filmes que procuram transportar gêneros já bem batidos para ambientações ou personagens pouco prováveis - um truque até certo ponto barato. Algo como Bugsy Malone ou O Virgem de 40 Anos. A idéia é fazer um filme noir com adolescentes, ambientado em uma high school americana. Os diálogos, inclusive, são carregados de gírias de gênero e de época. Ditos de forma bastante apressada, são em alguns momentos difíceis de entender e causam uma certa estranheza no começo. Ouvir adolescentes disparando diálogos com gírias e construções de diálogos de filmes dos anos 40-50 é inevitalvemente estranho. Inicialmente, tudo parece artificial demais, mas passa rápido e você se acostuma e até chega a se esquecer de que está vendo uma versão Dawson's Creek de O Falcão Maltês.
O filme exige uma certa suspensão de descrença, não só pelas gírias, mas também por ver um franzino Joseph Gordon-Levitt interpretando um personagem durão que é uma mistura de Terminator com Jack Bauer. Passados uns 5 minutos, entretanto, a trama engata e prende totalmente a sua atenção. E é tudo trama aqui, diga-se de passagem. Não espere personagens muito bem desenvolvidos, porque isso simplesmente não importa. Brick é um exercício de gênero totalmente dirigido por uma trama cheia de reviravoltas, muito divertida e bem escrita, mas um tanto confusa em relação a alguns detalhes. Sinto necessidade de ver o filme de novo para esclarecer alguns pontos.
Eu mencionei 5 minutos no parágrafo anterior, mas pensando bem são uns 3. A abordagem é bem no estilo cinema pornô, "Hi, let's fuck!". Logo nesses minutos iniciais o gancho da trama é apresentado: o protagonista recebe um telefonema da ex-namorada, Emily, sumida há três meses. Perturbada, ela dá um recado totalmente incompreensível, que envolve alguns nomes pouco usuais (pin, tug, brick e frisco), e desliga repentinamente. O que significam esses nomes, e em que contexto eles se inserem? Por que Emily está tão transtornada? Onde ela está, por falar nisso? Procurando respostas para essas perguntas, o protagonista inicia uma investigação com a ajuda de um nerd seu amigo, e se envolve em uma série de problemas cada vez mais complicados.
Apesar da ambientação colegial e dos personagens adolescentes, é um filme noir autêntico, e os riscos em jogo são os de sempre. Gente apanha e gente morre, em outras palavras. E o grande mérito de Brick talvez seja justamente esse. Não é uma brincadeira, que se satisfaz apenas causando uma certa confusão a partir da distorção de um gênero. Há distorção, mas também há um enorme respeito e rigor: a trama funciona exatamente como uma trama de filme noir deveria funcionar, independentemente da ambientação e da idade dos personagens. E a trama é a trama de um bom filme noir. No final das contas, o hype é um pouco exagerado: não é um grande filme. Mas também não é um filme pequeno, e há muito o que se apreciar aqui.
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Saiu um DVDRip decente?
Saiu um DVDRip decente?
Sim, quentinho do forno.
Sim, quentinho do forno.
Bennett escreveu:Sim,
[quote=Bennett]Sim, quentinho do forno.
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Gracias, vou procurar. Tava doido para ver esse filme.
Filmaço esse Brick. O
Filmaço esse Brick. O Joseph Gordon-Levitt está se revelando cada vez mais com um dos melhores atores da atualidade, é um prazer ver esse cara em cena. O problema um pouco para mim foi a linguagem utilizada, nem com o dicionário do lado eu acho que entenderia tudo o que é falado. Além de palavras que nunca vi eles falam rápido demais. Mesmo assim eu gostei disso, foi um CHARME a mais . Ui! hehe
Não assisti muitos filmes noir, devo ter perdido milhares de referências, porém ver esse clima num típico colégio americano é bastante interessante. Alguns destaques: Brain, bem que poderiam fazer um filme só com ele, o cara é muito foda. Quase todas as cenas filmadas na casa do traficante, além de bonitas elas tem aquela atmosfera Twin Peaks que dá gosto de ver.
Mas não dá pra entender os
Mas não dá pra entender os diálogos direito mesmo, até os gringos estão tendo problemas. Acho que só quem é escolado em filmes noir antigos é que não tem problemas. Até eu sacar que "bulls" significava "cops" demorou um pouco.
Eu gosto muito daquela cena final...
[spoiler]...quando o Brick some, e a câmera dá um pan no telhado por baixo e você só ouve o mundo desabando. Fiquei com um pouco de pena do Pin no final, ele até que era legal.[/spoiler]
Assisti ao filme e adorei.
Assisti ao filme e adorei. Fiquei um pouco confuso com aquela gíria de detetive também, mas teve umas frases de efeito que eu achei muito foda, tipo "throw one at me if you want, hash head. I've got all five senses and I slept last night, that puts me six up on the lot of you". Além disso o filme tem uma fotografia muito bonita e uma excelente trilha sonora, que ajudam na amosfera fantástica. É o tipo de filme que fica com a gente ainda um pouco, mesmo depois de ter desligado a TV e o DVD.