The Hives - The Black And White Album
Tem sido um bom ano para discos. Fazia tempo que eu não sentia um cenário desse jeito, dá pra acompanhar direitinho o mainstream sem precisar descer para sites e revistas obscuras para encontrar textos bons sobre alguma coisa, até esctutei pouco post-rock esse ano. Pra completar só faltou mesmo comprar disco em loja. É bom poder ler e escutar discos novos de Bruce Springsteen, Queens of The Stone Age, Foo Fighters e Radiohead. Eu pertenço a esse meio com essas bandas milionárias e que fecham festivais, cresci com tudo isso e ficar falando sobre bandinhas canadenses ou a próxima imitação de alguma banda de pós-punk que apareceu é sacanagem, me sinto até tímido. Meu negócio sempre foi explosão no palco e solo de guitarra.
Mesmo com todos esses discos novos quem está no topo da lista é o The Hives com The Black And White Album. Vazou semana passada, alguns dias depois do Radiohead e acabou me deixando dividido entre o sensacional jazz de anão do Yorke e as batidas empolgantes dos suecos. Tendo o In Rainbows de lado e o Black and White de outro pude analisar melhor quais são minhas reais prioridadades musicais. E no final do dia pode ser um disco genial, canções realmente inovadoras e que ficarão entre as melhores da década mas eu quero saber mesmo é de guitarra e refrão barulhento, riff sacana e bateria incansável. O Hives tem tudo isso no novo disco e ainda um pouco mais.
Começa com Tick Tick Boom e refrão com explosão de canhão ou algo parecido - guitarras altas e vocais brincando com coros e o velho yeah gritado aqui e acolá. Sabe quando a canção dá uma parada, fica só a bateria e o vocal numa batida seca até a guitarra entrar numa esplosão? É disso que tô falando, tick tick boom! O single perfeito pra abrir o disco. No disco anterior o Hives flertou mais com o seu lado Devo e acabou deixando de lado o que mais sabem fazer, que são canções de rock impossíveis de ds escutar impassível. Em algum momento você vai balançar a cabeça, bater o pé, fazer air guitar com a perna direita ou sei lá, aumentar o volume. A abertura vem Try It Again e You Got It All… Wrong fechando a trinca de abertura barulhenta e perfeita.
Durante o disco inteiro há uma urgência em tocar rápido, alto e cantar sem parar pra respirar e sem largar mão da sonoridade pop. O que poderia virar apenas gritaria e emulação garageira ridícula vira o melhor disco do Hives até agora, encontrando o equilíbrio entre o punk reto, as letras sacanas e os riffs e licks empolgantes com apelo pop. É como se o Electric Six escutasse menos soul e mais punk. Em It Won’t Be Long o vocal é grosso, imitando Interpol ou qualquer outra banda do tipo, por mais que a intenção seja sacanear logo o refrão chega e salva a canção de ficar apenas na sátira. Equilíbrio, gafanhoto, foi isso que o Hives encontrou, não exagerou no tamanho das canções, na sátira, no punk e na vontade de ser barulhento. Talvez a produção mais limpa que se livrou dos barulhinho e teclados cafonas tenha ajudado. O importante é que quase todas as faixas são hits em potencial e não apenas o single como aconteceu no disco anterior.
Este ano mostrou até agora que Springsteen é o chefe que escutamos com atenção, Radiohead é uma das poucas bandas que sabe o que fazer, o Foo Fighters caminha em direção a se tornar uma força da natureza e que nesse meio o Hives passou a perna em todos tocando apenas alto e sem meter a cabeça na bunda (White Stripes e QOSTA) e ainda se divertiu um bocado.
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Esse disco do Hives é
Esse disco do Hives é surpreendentemente bom mesmo.
Vixe, vou atrás. Não dava
Vixe, vou atrás. Não dava a menor pelota para os Hives, nem conferi esse.
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