Não consigo parar de ouvir esse disco. Tinha esquecido total e completamente como era FODA.
Monster Magnet é uma banda de rock pesado, mais especificamente do que os críticos chamam de “stoner rock”: bandas que fazem um som meio setentista, psicodélico, com uns riffs pesados e lentos. Queens of the Stone Age e seu embrião Kyuss, além do Wolfmother, acho que são os nomes mais famosos associados a esse tipo de som. E nunca entendi como o Monster Magnet nunca ficou mais famoso do que estes, já que flertava mais com o pop e o rock and roll do que seus contemporâneos.
Enfim, eu voltando de férias neste 2013 e querendo ampliar a discoteca de músicas do celular, fui fuçar meus trocentos cds e achei este Powertrip e o anterior, Dopes To Infinity. E vamos lá ouvir pra lembrar o que me fez, na época pré-mp3, caçar ambos – importados – na Galeria do Rock.
Situando: o líder da banda é Dave Wyndorf, vocalista e guitarrista, híbrido de Dave Grohl com Al Jourgensen, respeitado e querido dentro do rock mainstream e indie internacional, e que pouco se lixa pra sucesso comercial. Tanto que depois de ficarem famosos com o Powertrip, resolveu largar a gravadora e voltou pro esquema independente. A banda existe até hoje, lança seus discos a cada três anos e vive abrindo shows de amigos ( Motorhead, Marilyn Manson ) pela costa leste americana, evitando turnês.
Quanto aos discos em questão: Dopes To Infinity, de 1995, é legal, rock pesado que remete a Soundgarden ( sem as firulas vocais do Chris Cornell ), com uma ou outra pérola espalhada pelo disco. As letras são uma comédia, com referências a ficção científica, espaço, quadrinhos etc. Melhor exemplo é a semi-instrumental “Ego, the Living Planet”, pesada, viajandona, com uma única frase na letra: “I talk to planets, baby!!!” e título homenageando vilão da Marvel. Disco meio longo, mas com uma qualidade e poder sonoro bem acima da média. Destaque absoluto é o semi-hit “Negasonic Teenage Warhead”, menos séria que as outras faixas, onde a banda já arriscava um pop que chutou a porta do estúdio no disco seguinte.
E esse disco seguinte é o impecável Powertrip, de 98, que não tem uma música ruim sequer. Pra quem gosta de referência, tem algo de Black Sabbath, Kiss, Beatles, Aerosmith, Jane’s Addiction, Guns N’ Roses, Black Crowes, Metallica, White Stripes, sexo, drogas, gritos, isqueiro aceso e tudo que é rock safado, cachorro e sem vergonha que você conheça.
Começa com um riffizinho ( e tem muitos e bons no disco ) crescendo do nada e explode num puta rock de arena, “Crop Circle”. Depois vem a rápida faixa-título, com o refrão hilário dizendo “eu nunca mais vou trabalhar nessa vida, tô ocupado demais me sentindo o cara”, toda trabalhada na humildade. Segue com o único hit do disco: “Space Lord”, com seu começo meio blues e uma paulada psicodélica na orelha logo depois. Essa tem até clipe, com a banda pagando de milionários em Las Vegas. E se você não for conquistado por essa trinca inicial, tem o pop fm de “Temple Of Your Dreams”, o exemplo perfeito do tal “stoner rock” em “Bummer”, o tecladinho de “See You In Hell”, a acústica “Your Lies Become You” e por aí vai.
Sério, é uma delicia de disco pra se ouvir, uma coisa meio descendo pra praia debaixo do sol a 160km por hora com ecos de trilha grandiosa de blockbuster. Livia vai amar. Agraciotti vai odiar. Uma pérola dos anos 90. Deve virar clássico e cult a qualquer momento. Tchau, vou ouvir aqui de novo.
Hahaha belo post Dré. Desse estilo eu ouvi muito From Beale Streets to Oblivion do Clutch... um excelente disco. Vou tirar do repeat um prog dinamarquês que tenho ouvido demais os últimos meses e conferir. Aliás, é o icing on the cake que falta a esse fórum... um pouco do bom e velho rock e seus derivados pra constrastar com o indie em excessso que se tem por aqui.
baixando pra conferir
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And then there was silence...
Em geral as indicações aqui no Joio são muito alternativas para o meu gosto. Mas esse Monster Magnet é muito, muito bom.
Excelente indicação, Dré.
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Falta de Esculhambação
eu parei de ler no "...rock pesado."
é pq vc gosta de musica de frutinha...
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And then there was silence...
Agora eu entendo porque postar fotos é um privilégio dado pela administração... não, pera!
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And then there was silence...
Comecei a ouvir agora e a trinca inicial realmente cativa, me lembrou muito Backyard Babies o som dos caras. Aprovado!
http://www.youtube.com/watch?v=VpxanXrXWEg
Pois é, às vezes fico até com o pé atrás de indicar algo porque geralmente o gosto dos poetas do sentimento parece imperar aqui.
Legal que vocês gostaram. Outro disco no mesmo naipe, e também uma jóia perdida dos anos 90, é o Phaseshifter dos californianos do Redd Kross, quem saiu em 93. Esse é mais fincado no rock anos 70, com direito a tecladinhos, vocais melódicos, arranjos mais simples e até o visual da banda na época. É mais pop que o Monster Magnet. Diria que é um Weezer bem melhorado.
A banda teve até uns hits desse disco, "Jimmy's Fantasy" e "Ms. Lady Evans", mas são aquelas músicas que você até chegou a ver na MTV/ouviu no rádio, mas nunca soube direito de quem era. O próprio disco é único na carreira da banda, pois a formação não se repetiu em nenhum outro lançamento dos caras ( com membros novos entrando nesse disco e um guitarrista morto depois do lançamento ). Mas todas as músicas são excelentes, pra ouvir do começo ao final non-stop.
Esse acho que até o agraciotti gostaria, nem que seja pelo perfil mais indie.
Putz, eu já acho Wolfmother totalmente stoner, com a única diferença de fazerem um som mais rápido. Aliás, nunca curti o som desses caras... me lembra um Mars Volta popizinho.