Sombras da Noite ( Dark Shadows )

Eu acho que vai ser engraçado, até porque parece um projeto mais pessoal do próprio Johnny Depp. Não pode ser pior que Alice no País da Maravilhas e aquele 3D escroto.

E nem a Ana Maria Bahiana gostou muito. Apesar que ela cita que a narrativa deixa a desejar, mas acho isso um problema constante em quase todos os filmes do Tim Burton ( Peixe Grande, Ed Wood e Fantástica Fábrica seriam as exceções ), que é obviamente um diretor muito mais preocupado com o visual do que com roteiros.

[quote=agraciotti]

Até a cracked concorda com a gente:

http://www.cracked.com/blog/4-artists-who-should-probably-just-take-break-while/

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Bem lembrado, Red Hot e Weezer já deram bem mais do que tinham pra dar.

Todo mundo tava certo: o filme é fraco, irregular até o caroço.

A impressão é que foi um projeto - ou melhor: uma brincadeira pessoal, do Johnny Depp, que chamou sua tchurma pra homenagear o tal seriado que ele gostava. Porque é tudo muito bem feito e executado, mas parece que ninguém, tirando Depp e Eva Green ( d-e-l-i-c-i-o-s-a ), estão levando o filme a sério. O resto do elenco não faz absolutamente nada. Todos os outros atores são meros coadjuvantes de luxo e outros - como a Hit-Girl, péssima aqui - ficando nas caras e bocas, entrando e saindo sem a menor relevância.

Nem mesmo Tim Burton se empenhou em mostrar muito serviço, restringindo as suas marcas registradas ao visual, contrastando o figurino berrante com a cenografia gótica ( apesar que faltou um pouco mais de anos 70... por vezes, o filme parece situado em qualquer época ), uma trilha ótima e econômica do Danny Elfman e uma fotografia impecável. Não arrisco dizer que a direção foi meio compartilhada entre Burton e Depp, de tão inconsistente que ficou o produto final. A dupla só esqueceu mesmo da história, básica que dói.

A sequência inicial, contando a origem de Barnabas, sua família e a treta com a bruxa Angelique ( Eva Green, só pra reforçar: d-e-l-i-c-i-o-s-a ), é a mehor parte. Mas o filme como um todo não ajuda a focar em nada, pois você fica um pouco perdido entre a performance bacana do Depp - aqui, compondo algo muito próximo de uma versão leve do Nosferatu, principalmente no gestual, e a curiosidade de onde a história vai levar: infelizmente, a lugar nenhum. O final é besta que dói e já tem sinal pra uma sequência.

A Warner vendeu o filme como uma comédia, mas são poucas as risadas aqui, e todas por conta da adaptação do vampiro Barnabas após acordar, sendo que as melhores aparecem no trailer ( e notadamente há espaço para muitas outras tiradas ). Ao mesmo tempo, algumas sequências estão bem próximas de um terror, principalmente por não esconder a necessidade de Barnabas em matar pra se alimentar. Aliás, este é o único motivo pelo qual achei menos ruim que Alice no País da Maravilhas - não é um filme pra molecada.