Neymar ou não Neymar? Eis a questão

Todo mundo acompanhou a história do Neymar, que culminou com a demissão do Dorival Jr. Mas o que está por trás disso? Um atleta prodígio mal compreendido? Um moleque imaturo e superestimado? Ou cifras e mais cifras de dinheiro?

Que o Neymar é bom de bola todo mundo sabe, e que ele pode ter um grande futuro, também não há dúvida. Mas é evidente que a maturidade é o calcanhar de aquiles do jovem atacante e promessa do futebol brasileiro.

Recém blindado pelo Santos, Neymar deixou de ir para Europa ganhar rios de dinheiro e render milhões ao clube santista. A troco de quê? Engrossar o pacote de verdinhas, é claro.

De certa forma, essa super proteção e valorização influenciam diretamente na personalidade do atletas, que passa a se sentir soberano, intocável e inquestionável. A prova foi a confusão por causa de um pênalti não batido. E olha que o Neymar nem tem um aproveitamento tão bom assim para justificar as pirraças.

Resultado: punição disciplinar ao atleta e, como bem disse o próprio Dorival, também ao clube, que perde com a ausência da qualidade do jogador. E quando o Dorival achou que ele, não por prepotência, tinha a faca e o queijo na mão - e eu acredito piamente que na conversa com a diretoria foi, de fato, dada carta branca em relação ao tempo de punição - levou uma baita rasteira.

O que o Dorival não sabia, talvez, é que contratos de patrocínio 'exigem' a presença do Neymar em campo, salvo exceções (como ser barrado pelo departamento médico).

Em abril, o moleque fechou contrato pesado com a Panasonic e desde então é garoto propaganda da marca. Além disso, ainda tem a Nike, que fornece o material esportivo para o atacante e, claro, exige que Neymar esteja em evidência, e a Seara, também patrocinadora do clube

Quem demitiu o Dorival não foi a diretoria do Santos. Aquilo é teatro. Quem forçou a saída do técnico foram a Panasonic, a Seara e a Nike. Santos sem Neymar é como se fosse um outdoor em branco, uma espaço sem aproveitamento. E, todo mundo, rola muito dinheiro nisso.

Resultado: não torço contra o Neymar, mas prevejo um futuro extremamente problemático para ele e uma carreira relativamente curta no futebol.