Primeiro gostaria de dizer que este tópico não é sobre o elitismo de gosto, pois este é um bom elitismo. Esse é um tópico sobre o elitismo de gêneros, ou seja, aquele elitismo que descarta um gênero de arte por achar inferior; por exemplo, um rapaz que gosta de música clássica criticando o samba por ser uma música mais acessível ao povo etc. Outro exemplo: o João Pereira Coutinho falando mal do filme do Batman, por ser um filme onde há um vigilante vestido de morcego etc. Recentemente eu entrei em discussão com um rapaz que descartava o Rap como uma boa arte. Ele sempre usava falácias, citando Bach, falando em Mozart e sempre fazendo questão de dizer que tocava um instrumento há sete anos, 6 horas pora dia. Mas nunca explicava o porquê do rap "ser tão inferior à música erudita". Resumindo: o cara era preconceituoso mas não sabia defender seu preconceito. O que eu acho disso tudo é que o rapaz em questão não tem colhões pra argumentar sobre o próprio gosto, e fica dependendo destes que foram imortalizados como gênios por não ter peito suficiente para afirmar que não gosta de alguma coisa que Bach tenha feito etc. Este tipo de pessoa me dá nojo. Mas o pior é que eu não sei como argumentar com alguém que usa falácias. E aí, o que fazer se toda vez que o cara quer falar mal de um estilo ele cita Mozart e põe a música erudita no ápice, descartando tudo que está abaixo? Nessa minha discussão, o cara comentou que a música erutida era insuperável tanto em técnica, em harmonia e melodia. Como eu vou argumentar defendendo, por exemplo, o álbum "Loose" da Nelly Furtado, que considero um ótimo álbum, sendo que toda a estética do álbum é pop, sem pretensões de eruditismo etc? Como eu vou argumentar defendendo que o álbum é bom? Estou confuso. Discutir com idiotas é ruim porque você é quem faz papel de bobo quando eles não entendem.
Tente este guia.
Ou faça este curso.
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Se eu copio um autor, é plágio. Se copio vários, é pesquisa.
Bem, você começar dizendo que Beatles e Bob Dylan são notoriamente inferiores a Mozart em harmonia e melodia, e nem por isso deixam de ser jóias da cultura.
Aí você já desbastou a maior parte da crítica preconceituosa feita à cultura pop. A pessoa vai ter que se virar para relativizar ainda mais... "ah, mas Beatles é bom, Beastie Boys não é"... quero ver rebolar e explicar por quê.
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Acho uma boa coisa a gente sempre tentar separar o nosso gosto pessoal da análise objetiva.
Tem muitas coisas que a gente não gosta, mas sabe que tem valor, e por isso não vai ficar dizendo que é uma merda.
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Eu vou imprimir o seu post e colar na porta da minha casa. Só vai entrar quem ler e concordar.
Preferências por esse ou aquele tipo de músicas a parte, eu acho que quando você for julgar a qualidade de alguma coisa, você nunca deve julgar pelo que ela É, mas sim pelo que ela PRETENDE SER. Por exemplo, se eu fosse seguir a primeira idéia acima ("julgar algo pelo que ele é"), eu poderia dizer que "Comando para Matar" é uma merda de filme, pois não tem o roteiro brilhante de "Quero Ser John Malkovich", a direção espetacular de "O Poderoso Chefão", a fotografia fenomenal de "Barry Lyndon", a direção-de-arte estupenda da trilogia "Senhor dos Anéis" ou as atuações poderosas de "O Informante". Porém, Commando não tenta ser nenhum desses filmes - ele quer simplesmente ser um filme de ação explosivo, boboca, divertido e com pitadas de homoerotismo típico dos action movies dos anos 80 - e ele cumpre todos esses quesitos perfeitamente, o que faz dele um puta filme (um dos meus favoritos).
Citando um exemplo contrário, temos "The Fountain", que tem uma fotografia e direção-de-arte lindas, uma trilha sonora fabulosa, uma boa direção e boas atuações - em todos esses quesitos isolados ele é superior ao filme do Schwarzenegger (nem acredito que consegui escrever o nome dele sem procurar no Google), porém ele tenta ser um filme profundo e inteligente, coisa que ele não é nem de longe - é completamente besta - não passa de um filme muito marromenos, e MUITO inferior ao Commando.
eu concordo com voces todos, mas tambem tenho algo a acrescentar:
com a arrogancia alheia - ja coberta pelo plague - é dificil para nos admitirmos que gostamos de coisas ruins e nao gostamos de coisas boas.
para ajudar na explicacao, peco que visualizem um circulo trigonometrico
para quem nao conseguir - http://bevilaqua.files.wordpress.com/2008/03/circtri3.jpg
entao, dai vamos pensar assim: na parte de cima estão as coisas que gostamos, na de baixo, as que não gostamos.
na esquerda o que de fato é bom (com conteudo) e na direita o que é ruim (sem conteudo).
sendo assim, podemos gostar de algo bom, gostar de algo ruim, desgostar de algo bom e desgostar de algo ruim.
entao, teremos uma fusao de conceitos subjetivos ('o que gostamos') com objetivos ('o que é considerado - fato posto - bom ou ruim')
no primeiro flame que participei aqui, em um topico de musica, conquistei diversos narizes torcidos ao afirmar que achava pink floyd um saco - mesmo sabendo que é bom! beatles? um porre!
um dia eu ia ter que explicar esta minha 'teoria', nem acredito qeu tive paciencia para digita-la.
é isto, espero que compreendam um pouco mais de 'como o lucci pensa', mesmo sem concordar. e que minha opiiao fique registrada nesta thread - que considero relevante pacas.
Bom post do Plague, estou gostando de ver.