Muitos desejam ver Obama chegar à Casa Branca; o desafio é se ele estará vivo até la
CONTRA todas as previsões, Barack Obama conseguiu. Em novembro, e pela primeira vez na história da República, um negro será candidato à Casa Branca. Motivos da vitória? Ironicamente, Hillary Clinton. Há 20 anos que a América é governada por duas famílias. A vontade de mudança é real e ter um nome na cédula de voto que seja diferente de "Bush" ou "Clinton" tem um apelo especial. Mesmo que esse nome tenha um "Hussein" lá pelo meio.
Mas não só por isso. Obama ganhou pelas virtudes da estética: jovem, bem-apessoado e com retórica moral afinada, ele evoca o velho mito dos Kennedy, que acompanha a América até hoje. John Kennedy e o irmão Bobby também eram jovens, bem-apessoados e com retórica moral afinada. E talvez por isso, ou sobretudo por isso, despertaram a hostilidade do delinqüente solitário, que sempre gostou de atirar sobre príncipes encantados como forma de redimir a sua condição. Lee Oswald sobre John em 1963. Sirhan Sirhan sobre Robert em 1968.
Lembrei-me de tudo isso com o último número da revista "Vanity Fair", que evoca Bobby Kennedy nos 40 anos do seu assassinato. O texto de Thurston Clarke, um prodígio de jornalismo narrativo, evoca a América de 1968, ou seja, a América que, diariamente, contemplava o desastre do Vietnã na televisão e nos jornais.
Bobby Kennedy, então senador, não tencionava enfrentar Lyndon Johnson na corrida pela indicação democrata. Mas, conta Clarke, que dois acontecimentos tornaram a candidatura inevitável: por um lado, a eventual eleição de Johnson (que, na verdade, acabaria por desistir da corrida) seria uma continuidade da guerra do Vietnã, uma guerra que, para Kennedy e sobretudo depois da fracassada ofensiva do Tet no mesmo ano, jamais seria ganha de forma tradicional. Por outro lado, a entrada na corrida democrata de Eugene McCarthy, senador do Minnesota e outro opositor do Vietnã, despertou em Bobby o saudável gene da ambição competitiva.
O artigo de Clarke vale pela descrição dos bastidores da campanha. E, nesses bastidores, uma idéia recorrente contamina o artigo do princípio ao fim: o presságio da morte e da tragédia, presságio sentido por apoiadores e mesmo por adversários. Conta Clarke que, no momento em que Kennedy se lançava na corrida presidencial, Nixon observava o feito pela televisão (em silêncio) para comentar no final: "Algo de terrível vai acontecer".
Não foi caso único: depois da visita triunfal à universidade de Kansas, um Estado tradicionalmente hostil aos democratas, o que impressiona no artigo é a ausência de júbilo entre a equipe de Kennedy perante a primeira grande vitória pública do candidato. Em todos havia a apreensão de que o destino do irmão John seria repetido por Robert. Como, na verdade, foi.
E Obama? Chegamos ao impensável. Nos últimos dias, tenho conversado com entusiastas do senador, alguns deles americanos. E o exemplo de Bobby Kennedy tem sido citado com arrepiante freqüência. Obama é jovem. Obama é bem-apessoado. Obama é retoricamente hábil. Obama garante que vai retirar as tropas do Iraque, como Bobby do Vietnã. Obama promete uma nova página para uma América moralmente exausta, como Bobby prometia em 1968. E, sobretudo, Obama congrega sobre ele a luz do messianismo que sempre despertou a maldade típica da natureza humana. No caso de Obama, um messianismo reforçado pela sua cor (intragável para milhões de estômagos, numa América que aboliu o segregacionismo há 40 anos) e pela sua própria história pessoal: mãe branca, pai negro, avó queniana, padrasto muçulmano. Uma salada igualmente intragável para outros milhões de estômagos.
Não admira que a grande "gafe" da campanha tenha pertencido a Hillary Clinton. Não lembram? Eu lembro: convidada a desistir depois da indicação ser virtualmente impossível, Hillary recusava-se. "Tudo pode acontecer", dizia a candidata, citando o caso Kennedy em 1968. Foi o escândalo.
Sem motivo. Primeiro, porque a senhora se desculpou de imediato, garantindo que estava apenas preocupada com o estado de saúde de Ted Kennedy, recentemente internado.
Mas também porque o ato falho de Hillary é humano, demasiado humano. E o desejo reprimido da senhora é hoje um terror reprimido entre os apoiadores de Obama. Muitos desejam ver Obama chegar à Casa Branca em novembro. Mas, inconscientemente, o grande desafio é saber se Obama chegará vivo até novembro.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1006200815.htm
Esqueceu de colocar que quem escreveu esse texto foi o mané do João Pereira Coutinho.
Ele é um mané, mas o artigo ficou ótimo. Gostei.
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nao sei se o articulista é bom ou ruim, pincei o artigo da folha de hoje, que li pela manhã, e gostei muito.
do artigo e do quadrinho do adão!
http://img112.imageshack.us/my.php?image=taxistawj5.gif
desculpe se pareceu que quis me apoderar do texto, mas eu citei o site ao final!
façamos um bolão|enquete então.
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Se eu copio um autor, é plágio. Se copio vários, é pesquisa.
O que o Bennett quis dizer, eu acho, é que o fato do texto ser fechado para assinantes do UOL impedia que alguns soubessem quem era o autor.
Aliás, eu cheguei a postar uma mensagem perguntando, antes de ver a dele.
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Ele geralmente é bom sobre ética, geralmente ruim sobre política e quase sempre ótimo sobre literatura.
Esse obama até poderia ganhar a eleição... caso Xerxes tivesse ganho nas termópilas.
Deixem que ele responda.
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Se eu copio um autor, é plágio. Se copio vários, é pesquisa.
hahaha boa, andarilho!
Mas QN, xerxes e os persas ganharam, de fato, as termópilas. nao entendi a comparação. Obama vai ganhar?
Ganharam a batalha, mas perderam a guerra. No final do 300 o zarolho leva a tropa pra destruir geral. Quando sair 300 2 eu repondo melhor, to com preguiça de ir na wikipedia.
sim, as guerras medicas, sim, xerxes perdeu.
Que mané Barack Obama, queremos David Palmer para presidente dos EUA!
Nesse eu voto.
Não tem como não pensar no Palmer quando ouço do Obama.
E o sobrenome Hussein é de fazer rir também.
Obama e a homeland security.
Eu sou a favor do Obama...nada me interessa mais que ver isso.
É isso aí, Obama. Change!
Baracka vai mandar é um friendship na Hillary.
Yes, we can!
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Eu também não gosto do Coutinho, mas o texto é bom. Não pela profecia que, eu acredito, não se realizará, mas pela sacada bastante perspicaz de observar que a condição de Obama incomoda muita gente -- assim como incomodou a condição dos Kennedy. Até que ponto esse incômodo pode resultar em ações contra ele, bem, é uma outra história.
Sólo una cosa no hay. Es el olvido
Reinventando Santa Maria
A pergunta é: Será que Asterion terá colhões suficientes para manter um avatar de allstar nessa selva viril que é o joio?
É verdade, não tinha notado o Allstar. Acho que ele aderiu sem saber à facção dos Poetas do Sentimento. Bem-vindo!
Não havia notado a perobagem do All Star! Eu tenho coleção de avatar, mais de 500, depois procuro algum mais compativel com a virilidade que vigora por essas bandas..
Que conste nos autos que agora mesmo eu estou baixando um vídeo da Renata Frisson!
Sólo una cosa no hay. Es el olvido
Reinventando Santa Maria
Nós, os Poetas do Sentimento, podemos gostar da Renata Frisson e também do Radiohead. Não há contradição.
But I'm a creeeeeeeeep,
I'm a weeeeiiiirdo...
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Acho que o Quase Nada precisa fazer um post explicando melhor os atributos da facção dos Poetas do Sentimento e da facção dos Machos. Tem mais alguma?
Os Mineiros, que ele me incluiu erroneamente. humpf.
Sendo que o Furão, que mora em Minas, não é classificado como Mineiro, e mesmo sendo gay, está na facção dos Machos.
Pra ver como no Joio nada é o que parece.
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Mas o Furão é macho!
Saudações
Ray Jackson
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Falta de Esculhambação
Eu também gostaria de saber minha atual posição. Antes eu era da Facção Mineiros e dos Poetas do Sentimento, depois do tópico do Indiana Jones o QN cogitou a hipótese de eu ser da Facção dos Machos também. Assim me complica, isso é uma crise de identidade das brabas.
Quase Nada, abre um post explicando tudo isso.
Eu sou macho e poeta do sentimento ao mesmo tempo. Sou, então, bifaccional?
Eu ainda acho misteriosa a Facção dos Mineiros.
De fato.. o critério nesta facção é bem confuso
pan-faccional!
Quem não é Macho e Poeta vai pra Mineiro, pelo visto.
Vcs notaram que o presidente de Vanishing Point lembra o John McCain? Tá ele se parece mais com o Joseph Blater mas mesmo assim é uma boa pista da lavagem de mainstream que já está sendo feita pra derrubar Obama. Eu to do lado da SONY (hehehe) eu gosto de Republicanos, adoro a forma como o mundo reage as figuras representativas que eles fabricam, são mais eficientes que democratas que só sabem baixar impostos e frear a economia.
Acho até que seria interessante ver a volta do Black Power, Eco-Esquerdistas, Associação de Viados de NY em histeria seria assunto pra cagar de rir por anos, imagino eles votando lei de transgenicos e sendo barrados, projetos de abertura oficial da area 51 ridicularizados, boquete na sala oval, coisas que só os democratas conseguem fazer.
A minha menção foi menos à proposta de aumento de imposto de Obama nesse caso -- acho que há objeções legítimas a ela -- do que a afirmação inicial: "Uh... a tendência dos democratas é *aumentar* impostos". Esta afirmação geral é flanqueada por uma proposta que encontra fortes objeções e assim ela corre o risco de se contaminar, quando na verdade há dois problemas diferentes envolvidos. Eu tratei apenas do segundo: a idéia de o "aumento de impostos" não é uma excrescência afirmada sem respaldo. É uma resposta programática a problemas notórios (por isso a relação com o sistema de saúde). Concordando ou não, as bases dela são sólidas o suficiente para não permitir que se dispensem abordagens bem detalhadas a fim de refutá-la.
Sólo una cosa no hay. Es el olvido
Reinventando Santa Maria
Mas eu não gosto do Obama, nem da Hilária ... muito menos do Maquein. Neste caso, só questionei a simplificação. De qualquer forma, sou um amplo defensor do voto nulo (quando não há candidatos à altura do seu voto). E mesmo podendo me encaixar na facção petista (e dos poetas do sentimento) não dou meu voto para o menos pior. Além disso, mesmo discordando eternamente, prefiro um direitista convicto do que um FDP que vota sem o menor critério.
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Se eu copio um autor, é plágio. Se copio vários, é pesquisa.
Na verdade, hoje os petistas estão balizando seus votos exatamente pelo menos pior... =P
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É. eu fiz isso na eleição passada. Em 2002, votei com convição no molusco. Mas, em 2006, dei um voto de confiança, mas foi utilizando o critério do menos pior mesmo. Depois disso me tornei um dos Defensores do Voto Nulo (a sigla é Devoto-Nu)
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Fernando, suas palavras acima, definem exatamente o meu perfil de "votador" hoje! Não sei se votaria numa Dilma, só por que o Lula quer. O que significaria Devoto-Nu?
Acabei de inventar. Devoto-Nu: De de defensores, voto de voto e Nu de nulo.
Depois eu explico a missão, objetivo e disponibilizo o texto institucional.
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Na boa. Voto nulo não vai mudar porraninhuma.
Isso de voto nulo "contra tudo que aí está" não funciona e nunca vai funcionar. O voto nulo pode ser um instrumento político quando há restrições a determinadas correntes políticas, ou quando há um governo ilegítimo, e aí o povo se manifesta repudiando o processo eleitoral em curso. É isso que deve acontecer no Zimbabue, no qual houve fraude generalizada, o candidato da oposição foi preso várias vezes e se retirou do processo.
Na situação brasileira atual, com a democracia funcionando e todo mundo tendo a liberdade de se manifestar e se candidatar, a pessoa vota nulo apenas para se sentir bem. Se ela acha que vai mudar alguma coisa no país com isso, está ferrada.
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Na prática, não muda muita coisa mesmo. Salvo engano, o que conta são os votos válidos. Um alto percentual de votos nulos seria uma espécie de aviso do tipo "água batendo na bunda". Minha defesa é que o voto nulo é mais válido do que votar no menos pior.
Enfim, cada um no seu quadrado.
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É como eu disse. Se a pessoa quiser se sentir bem, quiser se sentir como não-participante desse estado de coisas que aí está, a melhor coisa é votar nulo mesmo.
Mas ela tem que estar consciente que o que ela está fazendo é apenas para satisfação pessoal e em nada vai alterar os rumos do país. Até porque os votos nulos são em quantidade muito pequena, e ficou ainda menor após a instituição do voto eletrônico -- o que demonstrou que a maioria dos votos nulos e brancos antigamente era por erro ou desconhecimento do eleitor.
Na última eleição houve 4,71% de votos nulos para presidente. É muito pouco.
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Tá aí uma boa questão. É mais fácil pro eleitor comum errar (acidentalmente) no voto comum ou no eletrônico?
No voto comum. No voto eletrônico ele sabe que tem que levar a cola.
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Mas o povo tem uma certa dificuldade com a maquininha, pelo que eu percebi. Apesar de que agora já estão mais acostumados.
Eu voto nulo justamente para não correr o risco de mudar nada mesmo.
eu nunca votei nulo, mas estou pensando no caso, justamente por que tá caindo a ficha, na minha opinião, só mudam os nomes, as práticas são quase as mesmas.
É porque antes não existia o Devoto-Nu.
Aguardem grande lançamento.
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Estou ansioso!
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Segundo a Scarlett Johansson, ela e o Barack estavam namorando por e-mail. Ele nega.
eu vi, que absurdo ne, o cara nem é presidente e ja arrumou a loira mais gostosa do pais como amante.
kennedy p0wn3d!
Já que as eleições municipais já foram pro saco e o Massa personificou a essência do brasileiro (nunca desistir, continuar tentando ... mas será que vai conseguir?), o assunto do momento é a eleição para presidente dos EUA.
Aqui tem um quiz (bem idiota, sem qualquer pergunta realmente polêmica) para dizer se você é barackiano e ou mcainzense.
Mas, e os outros candidatos? Ninguém fica sabendo porque não têm dinheiro para realizarem uma campanha visível. Mas olha todos aí:
Candidatos escolhidos pelas convenções dos partidos para a disputa da presidência dos Estados Unidos em 2008
Grandes partidos
Partido Democrata: Barack Obama e Joe Biden
Partido Republicano: John McCain e Sarah Palin
Terceiros partidos
Partido da Constituição: Chuck Baldwin e Darrel Castle
Partido Libertário: Bob Barr e Wayne Allyn Root
Partido Verde: Cynthia McKinney e Rosa Clemente
Outros partidos
Proibição: Gene Amondson e Leroy Pletten
Trabalhadores Socialistas: Róger Calero e Alyson Kennedy
Socialismo e Libertação: Gloria La Riva e Eugene Puryear
Partido Socialista EUA: Brian Moore e Stewart Alexander
Americano: Diane Beall Templin e Linda Patterson
Boston Tea: Charles Jay e Thomas L. Knapp
Os Sem Candidatos
Reforma, América Primeiramente, Centrista, Comunista, Igualdade Socialista, Independência, Marijuana, Populista, Socialista, Trabalho, Veteranos e Mundo dos Trabalhadores.
Aposto que Charles Jay e Thomas L. Knapp, do Boston Tea, ainda vão surpreender e com a tática de jogar toda a produção do Partido Marijuana em todas as caixas d'água, garantir a vitória para o Partido Verde.
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E depois falam que CS, Matrix e afins fomentam a violência.
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Se eu copio um autor, é plágio. Se copio vários, é pesquisa.
Se o Obama perder pra mim estará muito claro que os PATRIOTS são uma realidade, que Kojima não é louco eu e quase nada sempre estivemos certos esse tempo todo.