Jimi Hendrix
Não, não errei o fórum, trata-se de uma biografia de Jimi Hendrix, escrita opr Sharon Lawrence, que saiu originalmente com o nome de "Jimi Hendrix: The man, the Magic, the Truth" em 2005 e no Brasil saiu esse ano com o nome de "Jimi Hendrix: A dramática história de uma lenda do rock", pela editora Zahar, traduzido da primeira edição por Roberto Franco Valente.
Achei que seria mais um daqueles livros "puxa saco" do Hendrix, mostrando como o cara era um gênio, falando que ele era "mágico" e outras coisas comuns quando ele é o assunto, mas não é nada disso. Lawrence foi reporter da United Press Internacional especializada em música popular e cinema e trabalhou como consultura para grandes empresas fonográficas como MCA, Columbia e Apple. Foi assessora de imprensa de músicos como Elton John, David Bowie e Rolling Stones. Além disso era amiga pessoal de Hendrix, e conta a versão dela de tudo o que aconteceu na curta carreira dele.
Ela tem comentários bem ácidos e deixa claro que não tem protegidos: fala mal até mesmo de Hendrix quando preciso, mas seus alvos principais são mesmo todos os agentes de Hendrix, o pai dele , Al, a meia-irmã Janie e principalmente a empresa responsável pelos direitos de músicas e imagem de Hendrix, a Experience Hendrix. E justamente por causa desse último desafeto que talvez o livro não tenha tanto material visual. As poucas fotos que o livro possui são de acervo particulares de alguns amigos e familiares de Hendrix e tem algumas fotos bem interessantes, mas como disse, infelizmente são poucas.
O livro vai bem até a morte de Hendrix (estranho falar isso), mas cansa um pouco quando entra na disputa juridica de seu espólio. Mas é pouca coisa e já no final do livro.
Pra quem achava que Hendrix era apenas um "bem louco", o livro mostra outras faces, como o tímido e muitas vezes inocente rapaz de Seattle na Inglaterra, facilmente influenciado por "maus elementos" e altamente paranóico em seu "perfeccionismo". Curiosamente, junto ao livro comprei o DVD "Live at Monterey" e achei interessante o fato de boa parte do "perfeccionismo" que ele buscava estava no seu jeito "livre" e desencanado de tocar - muitas vezes errando notas, fazendo sons embolados... mas de uma maneira estranha, tudo é bom.
Se você gosta de Hendrix, leia o livro. Compre o DVD. Acho que algumas idéias suas a respeito de quem foi o Hendrix podem mudar, como mudou para mim.
Para registro: uma boa passagem do livro foi a primeira vez que o Eric Clapton viu ele tocar, na abertura de um show do Cream. Eu queria muito estar lá pra ver a cara do Clapton.
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