Zoo
Documentário sobre o infame Mr. Hands, um homem americano que morreu em 2005 após trepar com um cavalo (ou melhor, após ser trepado por um cavalo). O vídeo do Mr. Hands está por aí na rede para quem quiser assistir...e eu recomendo a experiência, já que ela desafia qualquer descrição. Se eu disser que o vídeo retrata um homem sendo analmente penetrado pelo pênis gigante de um cavalo, descrevo corretamente o conteúdo do curto .mpeg, mas não faço jus a todas as sensações que o clipe provoca. É realmente algo sensacional. No mau sentido.
A história é a seguinte: graças à magia da Internet, vários indivíduos de gostos semelhantes, que nunca teriam oportunidade de se conhecer fora da rede, acabaram se encontrando e montando um clubinho zoófilo em uma fazenda na região de Enumclaw, Washington, que foi literalmente colocada no mapa devido à repercussão que seguiu a morte de Mr. Hands. No clubinho da zoofilia, vários homens de diversos níveis sociais e profissões se reuniam para conversar, tomar umas biritas, e transar com animais. A paz reinava na fazenda, mas como tudo o que é bom termina, certa noite de 2005, um dos membros do grupo, Mr. Hands, decidiu que aguentava o (po)tranco de levar um mega-pênis de cavalo ânus adentro, e acabou sofrendo uma ruptura de cólon. Sangrou até a morte, já que demorou demais para concordar a ser levado a um hospital. O que é compreensível...afinal, a situação é um tanto constrangedora. Além disso, Mr. Hands era um engenheiro respeitado da Boeing, e corria o risco de perder o emprego.
Depois da morte de Mr. Hands, a história caiu nas graças da imprensa e foi um grande sucesso de público e polícia. No final das contas, Washington, que não tinha leis anti-zoofilia, acabou aprovando uma que dá uma pena de até 10 anos de cadeia para quem mantiver relações sexuais com animais não-humanos. A primeira vítima da lei foi um homem que foi pego pela mulher transando com o cão da família. Depois disso tudo, o clubinho dos zoófilos acabou, e o nome de Mr. Hands, Kenneth Pinyan, foi revelado por um radialista, gerando ondas de difamação post-mortem que persistem até o dia de hoje.
A história é tragicômica, e é meio difícil não dar algumas risadas mórbidas quando se pesquisa os eventos. A página de Pinyan na Wiki, por exemplo, diz que "according to anonymous sources on forums where such material was distributed, he was considered very experienced at receiving anal sex from stallions", o que é hilário por si só, e mais engraçado ainda quando se considera o desfecho da história. Mas o documentário Zoo segue outra direção, e é um olhar simpático sobre as preferências sexuais e filosofia de vida de zoófilos mal-compreendidos. Afinal, o que eles buscam não é apenas sexo, é uma conexão "mamífero-para-mamífero" mais profunda. No final das contas, os zóofilos são apenas pessoas que gostam demais de bichos...Mas falando sério, Zoo acerta por não demonizar esses indivíduos, e por tentar entender o que se passa na cabeça de alguém como Mr. Hands, ao invés de apenas tratá-lo como um doente mental ou explorar o lado cômico da tragédia.
Infelizmente, o documentário acaba pecando por ser superficial demais. Há muita coisa boa em Zoo, principalmente a fotografia. O filme é muito bonito, com quadros muito bem compostos, e um jeitão meio Terrence Malick de ser. A trilha sonora é sofrível, uma mistura de Danny Elfman com Thomas Newman em modo American Beauty/Six Feet Under, mas em geral, o filme é muito bem feito em termos técnicos. Só que é baseado em um número muito reduzido de entrevistas, que são colocadas em off enquanto assistimos a representações dramatizadas dos eventos que circundaram da morte de Mr. Hands. Dois dos entrevistados, por falar nisso, nem aparecem no filme (por motivos óbvios). Há um certo lirismo forçado, com várias cenas homem-bicho em câmera lenta, jogos de luz e sombra, atores fazendo pose contemplativa, etc. e tal. E o filme fica nisso. A gente sai do filme entendendo exatamente a mesma coisa que entendia antes de entrar nele: homem que adorava cavalos levou um membro eqüino ânus adentro e morreu de hemorragia. Tudo bem que o filme tenta dar voz aos zoófilos, mas não sai muita coisa de relevante. É claro que eles curtem (e muito!) os bichos, mas isso é meio óbvio. Essa história poderia ter rendido coisa melhor, e talvez fosse mais interessante ter partido não para um documentário, mas para um filme de ficção mesmo.
Não deixa, entretanto, de ser um filme curioso, que vale a pena ver. É curtinho, bem feito e de surpreendente bom gosto, considerando-se o assunto.
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Cara, Apesar do seu belo
Cara,
Apesar do seu belo comentário, ta aí um filme que eu não pretendo ver.
É bem mais soft do que a
É bem mais soft do que a descrição permite concluir.
Será que esse cara ganhou
Será que esse cara ganhou um Darwin Award? Por que se não ganhou foi uma bela injustiça.
Não, mas ganhou um
Não, mas ganhou um verbete na Encyclopedia Of Stupid.
Saudações
Ray Jackson
Saudações
Ray Jackson
Bem feito. O importante f
Bem feito. O importante foi que o cavalo sobreviveu.
A história do cavalo é
A história do cavalo é triste. Ele sobreviveu, mas depois foi castrado pelos novos donos, por recearem que pessoas ligadas ao clube da fazenda poderiam no futuro tentar comprá-lo.
Os donos ficaram foi com
Os donos ficaram foi com medo de que o cavalo ficasse viciado em comer cu.
quase nada escreveu:Os
[quote=quase nada]Os donos ficaram foi com medo de que o cavalo ficasse viciado em comer cu.
[/quote]
Concordo. E, cá entre nós, prevenir é melhor do que remediar. Fosse eu também não daria um mole desses, vai que um dia você está escorado na cerca, fumando numa boa um cigarro de palha, o bicho olha pro seu zé de obrar, dá um revertério e monta? Eu é que não ia querer correr esse risco.
Mas estupros zoofilos à parte, eu também não pretendo assistir, mas fico com uma ponta de curiosidade sobre como um filme com essa temática pode ser, nas palavras de Bennet, "soft".
Olhar para essa foto do cavalo depois de ler a sua sinopse dá uma nova dimensão a ela, acho até que vou ter pesadelos.
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Falta de Esculhambação
Leão, é um filme bucólico
Leão, é um filme bucólico e melancólico sobre paixão desenfreada homem-bicho. Mostra um pedacinho do vídeo do Mr. Hands bem de relance, mas fora isso não tem conteúdo zoófilo e é mais uma série de depoimentos bastante inofensivos.