<momento fútil do dia>
O Bono não respondeu e provavelmente não vai, mas eu concordo com o Noel nessa:
O guitarrista inglês criticou o líder do U2 ao falar de bandas que defendem causas humanitárias. "Toque 'One' e cale a boca sobre a África", declarou Noel em uma entrevista citada pelo semanário britânico "New Musical Express".Bono é um dos artistas mais engajados atualmente em causas humanitárias, especialmente as que se referem ao continente africano. O cantor irlandês costuma se reunir com líderes de governo para discutir formas de apoiar as ações sociais nos países devastados pela pobreza.
Ele também falou mal do Thom Yorke, mas nesse caso é pura inveja.
O Bono me enche o saco com essa atitude de humanitário de boutique. É boa propaganda para ele e para o U2, e faz zero diferença para o combate da pobreza mundial.
Enquanto isso, outro mala notório, Morrissey, quer ser enterrado ao lado de Johnny Ramone:
"Gostei desse cemitério. Descobri o túmulo de Johnny Ramone e me pareceu lindo o lugar", disse o músico britânico. "Fiquei sentado um tempo lá e me senti bem. Gostei de pensar que os restos do Johnny estavam ali. Então decidi que quero ser enterrado com ele."
</momento fútil do dia>
Discordo. Pra falar a verdade, o Bono é o único popstar engajado cujas ações têm algum resultado real. A campanha Drop the Debt, apoiada fortemente por ele e que visa ao perdão das dívidas dos países pobres, teve resultados concretos. Uma boa parte da dívida de algumas nações africanas foi perdoada.
Ele é um mala, sim, mas o apoio a causas humanitárias é sincero, e ele já deixou o U2 de molho algumas vezes para se dedicar apenas a elas.
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Não me comove.
Se o Drop the Debt teve sucesso por causa direta da ação do Bono, palmas. Mas ainda assim é conversão de "ativismo" em lucro para o U2, o que para mim não apenas é insultante, mas imoral. Ele definitivamente agrega o valor das ações humanitárias no produto que é a banda (e ele mesmo), e isso gera bastante lucro. Lucrar sobre esmola é o fim da picada.
Não me sinto confortável com a atuação do Bono, e preferia que ele parasse com isso, ou fosse mais discreto. Pra mim é a mesma coisa que a Fundação Bill e Melinda Gates: fachada "social" de mega-empreendimentos empresariais.