Robert McKee diz: Televisão vai ganhar do cinema

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Robert McKee diz: Televisão vai ganhar do cinema

Da Folha de São Paulo:

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Talentos migram para TV, diz McKee

O autor de "Story" diz que "era de ouro" das séries televisivas nos EUA é acompanhada de declínio criativo do cinema

O autor critica a produção hollywoodiana atual, aponta a Coréia como país inovador e afirma que a TV deve superar o cinema

RENATO ESSENFELDER
DA REPORTAGEM LOCAL

A televisão irá dominar o futuro da narrativa. Mais livre e ousada, dominada por escritores-produtores e tecnicamente impecável, baterá o cinema, na arte de criar ilusões e contar grandes histórias.
A opinião é de um dos mais famosos "treinadores" de roteiristas dos EUA, Robert McKee, 65, cujos alunos -50 mil pessoas entre diretores, atores, produtores, roteiristas e mesmo compositores de trilhas sonoras para o cinema- somam 94 nomeações ao Oscar, 26 delas conquistadas.
Ao mesmo tempo que repele qualquer crédito direto pela cifra, McKee estima informalmente que suas platéias já movimentaram mais de US$ 1 bilhão na indústria cinematográfica. Não obstante as críticas que faz à primazia da forma sobre o conteúdo em Hollywood.
McKee é autor de "Story", uma das bíblias dos contadores de histórias americanos, que ganha versão em português (chega às livrarias na próxima semana). Lançado originalmente em 1999, "Story" (ed. Arte&Letra, 432 págs, R$ 65) não é um livro de fórmulas prontas.
Sua proposta é analisar e entender a substância dos enredos -sejam eles de TV, cinema, teatro ou romances.
Leia, a seguir, trechos da entrevista que McKee concedeu por e-mail à Folha, entre seminários no Canadá e nos EUA.


Folha - Sete anos depois de lançado nos EUA, "Story" ganha tradução para o português. Seu conteúdo é ainda útil para jovens escritores?
ROBERT MCKEE -
"Story" não é um livro de "como fazer". Ele analisa de forma persistente e abrangente o que é uma história, sua substância. Além disso, "Story" é mais sobre dominar a forma das histórias do que as mecânicas da técnica.
O livro examina de perto os princípios que se encontram sob a arte da escrita -primeiramente para o cinema e a TV, mas também para romances e peças de teatro.
Na Inglaterra, por exemplo, mais novelistas e dramaturgos do que roteiristas de cinema e TV compram "Story" e freqüentam meus seminários. As formas sobre as quais "Story" lança luz existem em todas as histórias de todas as culturas desde o nascimento da mente humana. O livro também vai além de uma mera introdução da arte para os jovens escritores e reforça os talentos de autores experientes.

Folha - O que mudou no mercado de roteiros para o cinema e a TV desde a publicação do livro, em 1999?
MCKEE -
Houve um fortalecimento das histórias do tipo multiprotagonista, multi-enredo, preconizadas por Robert Altman. Essa forma inspirou filmes como "Crash - No Limite", "Réquiem para um Sonho", "O Violino Vermelho", "Corra, Lola, Corra" e em particular filmes recentes de Alejandro González Iñárritú [cineasta mexicano], como "Amores Brutos", "21 Gramas" e "Babel".

Folha - De que maneira aspectos culturais agem sobre enredos e técnicas narrativas?
MCKEE -
A noção de que a substância e a forma das histórias é radicalmente diferente de uma cultura para a outra é falsa. Apenas à superfície os comportamentos pessoais e de classes sociais mudam. Veja, por exemplo, o filme "Babel", que conta histórias passadas no Japão, México, EUA e Marrocos.

Folha - Nos últimos anos, escrever roteiros virou uma espécie de Eldorado para os jovens, considerando que um único bom script pode render uma pequena fortuna mesmo para um iniciante. Qual a sua opinião a respeito?
MCKEE -
Essas coisas vêm e vão em ondas. Quando eu era muito jovem, a coqueluche era escrever um grande romance. Então, com o crescimento do teatro moderno, a onda mudou para a dramaturgia. Mais para o fim do século 20 a moda passou a ser escrever roteiros. Hoje, os melhores escritores da América estão migrando para a televisão. Estamos vivendo uma era de ouro no drama e na comédia televisivos.

Folha - Se os melhores estão na TV, o cinema está em declínio?
MCKEE -
O cinema como uma forma de entretenimento sempre venderá ingressos, mas, como forma de arte, está em grande perigo. A ascensão de séries televisivas de expressão, como "Six Feet Under", "Sex and the City", "Deadwood" e "Família Soprano", corre paralelamente ao declínio do cinema. Considerando tendências que venho observando há duas ou três décadas, a televisão irá dominar o futuro da narrativa.

Folha - Quais são as maiores diferenças entre escrever para a TV e para o cinema?
MCKEE -
A principal diferença é a quantidade de diálogo usada. A tela da TV é pequena, então, para ser visualmente expressiva, a câmera de TV deve estar próxima de seus objetos. Quando trabalhamos em planos fechados, naturalmente escrevemos mais diálogos. Também escrevemos mais diálogos para a TV, porque os orçamentos dela são geralmente menores do que os do cinema -e, embora diálogos custem muito em termos de criatividade, são relativamente baratos de filmar.

Folha - Você menciona, em seus seminários, que os autores estão perdendo a guerra para os clichês. O que isso significa?
MCKEE -
Eu apelo aos escritores que vençam a guerra contra os clichês ao adquirir um conhecimento profundo, através da imaginação e de pesquisa factual, sobre seus temas. Hoje recicla-se mais do que se cria. Fazemos filmes sobre filmes, e não filmes sobre a vida.

Folha - É esse o principal problema das histórias contadas por Hollywood hoje em dia?
MCKEE -
O problema mais avassalador, não só do cinema hollywoodiano, mas da maioria dos criadores hoje, é a ênfase na superfície em relação à substância. Muitos cineastas gastam todas as suas energias criativas aperfeiçoando a fotografia ou os efeitos especiais em vez de escreverem histórias que retratem a rica complexidade da natureza humana.

Folha - E qual é o mercado cinematográfico mais inovador hoje?
MCKEE -
O asiático, em particular o coreano. É a principal exceção no mundo atual. Chineses e coreanos estão hoje definindo novos padrões de excelência para o cinema mundial.

Folha - Você acompanha a produção cinematográfica brasileira?
MCKEE -
Tenho visto filmes brasileiros há décadas, desde obras-primas como "Dona Flor e seus Dois Maridos" e "Pixote -A Lei do Mais Fraco" até os mais recentes, como "Cidade de Deus" e "Central do Brasil". Discuto "O Beijo da Mulher Aranha" como um exemplo soberbo tanto em meu livro como em meus seminários. Todas essas histórias foram lindamente contadas.

 

Bennett
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O autor de "Story" diz que "era de ouro" das séries televisivas nos EUA é acompanhada de declínio criativo do cinema

O autor critica a produção hollywoodiana atual, aponta a Coréia como país inovador e afirma que a TV deve superar o cinema

Ou seja, tudo o que a gente tem falado há uns 5 anos.

Story é um livro excelente, por falar no McKee. Bem diferente de qualquer manual de roteiro por aí. É um livro sério.

Mas péssimo exemplo, o do Babel. Filme escrito por UMA pessoa e dirigido por UMA pessoa, que apenas por acaso se passa em vários países. 

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Dá pra ir atrás até X-Files e outras séries, antes de CSI e Alias.

EDIT.: Reformatei a mensagem do Fabio para ser exibida corretamente na página de abertura. 

Guybrush Threepwood
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Concordo com esse cara. Acho que vou comprar esse livro, também.

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Estou vendo uma série chamada Dexter agora, e adorando. Humor negro, protagonista anti-herói (é um serial killer bonzinho!), extremamente bem dirigida e atuada. Depois que eu assistir mais uns 3 episódios faço um post para ela.

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Eu me lembro do rebuliço em torno de NYPD Blue. Hahaha, hoje em dia, comparado com coisas como 24 na TV aberta, NYPD Blue parece filme do Jackie Chan.

Fabio Negro
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Sobre NYPD Blue, vou dizer: 

Quando eu assisti à primeira temporada - a que lançou o David Caruso como o ator mais sexploitation desde Mel Gibson e Dennis Franz mostrando o quanto ser um alcóolatra usando camisa de manga curta com gravata é coisa DE MACHO - meu gosto se alterou totalmente.

A steadycam tremendo, dando closes em bigodes e bundas, mostrando mais pretos do que qualquer série de TV até então e um realismo brutality nos dois elementos que constituem o drama: marcação de atores e diálogos.

Não consigo ver mais nenhuma série policial ou com elementos de policial sem comparar com NYPD Blue.

Por conta desse post eu hoje assisti, pela primeira vez, um episódio inteiro de CSI, pra comentar. Risível, perto de ser idiota.

Millennium, que eu adorava e comprei as três temporadas de uma vez, virou lixo, LIXO.

Arquivo-X, então, são dois pastéis brincando de polícia.

Todos os personagens que se pretendem especialistas em suas áreas criminais são completamente humilhados por qualquer, QUALQUER membro da delegacia do NYPD Blue.

Se tivessem aparecido mais 10 seriados como este (e o primeiro ano de ER tá quase lá), aí sim eu acreditaria numa Era de Ouro da Televisão Norte-Americana.

O que rola pra mim é o mesmo hype das animações 3D, o mesmo hype dos games hiperrealistas, o mesmo hype do iPod. Tudo muito bom, mas não da altura que mede o hype.

Aliás, alguém leu uma matéria do ano passado sobre um suposto renascimento das grandes atuações dos atores americanos? Hype, hype!

A TV de atualmente me aborrece bem mais do que diverte.
Vou apelar pros próximos boxes de NYPD Blue. (se alguém vir em algum camelô me passa o endereço)

Bennett
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24, Lost, Heroes, The Office, Dexter, Battlestar Galactica, Six Feet Under...era de ouro, sim.

CSI eu não posso falar nada a respeito, só vi uns 3 episódios.

Fabio Negro
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Bennett wrote:

24, Lost, Heroes, The Office, Dexter, Battlestar Galactica, Six Feet Under...era de ouro, sim.

Vi as duas primeiras e a última.
Meu veredicto é: no way.

Desafio alguém a sentir saudades de 24 quando tiver 40 anos. Lost tem uma trama principal de muito poder e influência, mas recheiam isso com tanta chatice tipo Dawson's Creek que não dá.

Bennett wrote:
CSI eu não posso falar nada a respeito, só vi uns 3 episódios.

Leva o McGyver pra jantar toda noite num rodízio de pizza e depois grave uma série com ele: CSI.

Bennett
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Fabio Negro, quando eu tiver 40 anos eu certamente ainda vou me lembrar de 24...mas com 27 eu já não me lembro quase nada de NYPD Blue. É uma questão de gosto, mas as séries de TV americanas estão consistentemente dando um pau no cinema, e não são poucas.

Guybrush Threepwood
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Fábio, NYPD Blue também não é esse biscoito todo. Eu via quando passava na Record, e perdi vários episódios, mas assisti o suficente para concluir que é um bom seriado policial, e pronto. Não merece nem a compra do box na oferta de 59,90. 

Por outro lado, Millennium (que eu não entendi se você estava metendo o pau ou elogiando - por favor disserte sobre "lixo, lixo") é muito, muito foda, mesmo quando era ruim - porque por mais que o roteiro de determinado episódio fosse mais fraco, ou mais mal dirigido, ou whatever, a gente tinha a presença FODA do Frank Black na tela. O Henriksen nunca mais fez nada tão expressivo tanto em cinema quanto em TV, mas só por esse papel ele já merece ser lembrado como um dos grandes atores do nosso século (o XX, no caso). Agora, nessa epóca tinha Millennium e mais o quê passando? Tipo, Arquivo X já estava na fase pós-shark jumping e não era mais interessante. Então MM era uma série foda mas isolada, bem como Arquivo X foi alguns anos antes, Twin Peaks outros anos antes, Star Trek várias décadas atrás etc.

Hoje a gente tem um punhado de séries com o mesmo padrão de qualidade dessas, e um impacto cultural muito maior - TODO MUNDO conhece Lost. Chega pruma tia que esteje fazendo compras no supermercado, e pergunte se ela prefere o Jack ou o Sawyer - pode ser que ela não argumente muito bem, pode ser que ela não tenha uma resposta, mas ao menos ela vai saber do que você estava falando. Conhecimento de Arquivo X, contudo, era exclusividade de geeks, nerds e aficcionados por cinema/TV. Não era qualquer um que sabia do que se tratava. Hoje Lost, 24 e outras são tão conhecidos quanto novela das nove, aqui no Brasil. 

E não é só essas duas. Temos Heroes (muito foda), temos The Office (tô gostando), temos Dexter (vi só o piloto hoje e gostei, mas confio no Bennett quando ele diz que a série é de qualidade). Porra, só aí são CINCO, e todas valem por um Arquivo X. Pelo menos duas, muito mais conhecidas.

E no cinema, o que temos de interessante e criativo? Remake de filme japonês, remake de filme antigo, remake de filme recente, remake sem-noção (como Wicker Man ou A Profecia). Continuação de franquias já estabelecidas. E o que mais? Dá pra contar nos dedos das mãos filmes realmente inovadores dos últimos, digamos, dez anos.

Era de ouro das séries de TV, ponto. Não há o que discutir. Goste ou não das séries, aí é outra história. Só não há como ignorar os fatos. 

Bennett
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Bem argumentado. Eu tenho me esforçado MUITO para ver os filmes recentes que eu baixo, mas as séries eu vejo rapidamente. Eu tenho visto mais séries ou filmes da década de 70/60, do que o cinema dos dias de hoje.

Guybrush Threepwood
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Ontem eu estava conversando com uma amiga minha, e ela me disse algo interessante: parece que nessa nova novela da Globo (Pé na Jaca), a personagem da Deborah Secco, depois de reencontrar o pai desaparecido, descobre que ele está doente e aceita doar-lhe o rim. Após a doação, o pai desaparece da vida da garota. Porra, existe prova maior do poder de influência dos seriados atuais do que essa?

Bennett
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HAHAHAHAHAHA. Daqui a pouco aparece um monstro de fumaça na novela, assim, como quem não quer nada.

Fabio Negro
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Tava com vontade de discorrer mais sobre o assunto, mas não consigo me alongar em organizar as idéias.

Mas tentando matar os pontos principais: eu também via NYDP Blue na Globo e Record, e achava legal, mas aí comprei o box (79 paus) e achei escandalosamente boa pra cacete, muito por causa do áudio original. Na dublagem o Sipowicz é um tirador de sarro, enquanto no original ele é sarcástico e cínico no último, levando uma vida tão Assassinos Por Natureza que me dava mal estar. Este fator mondo cane foi atenuado nas temporadas seguintes. Só algumas histórias do Lobo, o Maioral, conseguiram me oprimir daquele jeito. Recomendo que pegue emprestado o box da primeira temporada.

Por causa desse seriado eu não gostei de Serenity, por exemplo, e desgostei de Millenium, que antes eu amava.

Realmente como você disse: roteiro fraco, direção ruim, tramas bobas, solução tirada da cartola. O que sobraria, a presença de Frank Black, que também me hipnotizava, caiu na revisão. Ele usam recursos primáááários pra fazer o cara parecer fodão, tipo o tô-na-sombra-mas-dou-um-passo-tô-na-luz e daí faz um discurso... olhando pro vazio! Hahaha! Um pavor.

Tipo "passo pra frente, entra em superclose. Discurso: quando ele escolheu atender o seu coração negro... *pausa dramática*... apenas escolheu ser como um de nós *sobe o tema do seriado com o violino mórbido*" Hahahahahahaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

Hoje Southpark, Simpsons (com o Troy MacLure) e até o MTV Movie Awards zoam esses recursos de marcação de atores, que já eram ultrapassados na época - a gente que não sabia.

Millennium, pra mim, é detestável, hoje. Logo, logo eu vou vender meus dois boxes originais, só vou terminar de ver a segunda temporada porque a gente aprende mais vendo o que acha ruim do que vendo o que é bom.

Sobre a popularidade dos seriados hoje, discordo totalmente. A gente, que vive nesse esquema internet-revista-cabo, se ilude, mas 80% dos brasileiros nunca se conectaram à rede (pesquisa IBGE 2006) e um pouco menos do que isso não tem TV a cabo (tipo uns 76%).

Então, mesmo com toda essa penetração, as séries americanas não são populares aqui como são lá, onde a população é duas vezes maior, a classe média constitui uns 80% da sociedade, onde a TV a cabo está instituída, e onde, aliás, seriado é a novela deles.
Soap opera de ** é rola.
Sim, eu iria ao supermercado com um bloquinho de notas e perguntaria pras senhoprinhas gostosinhas o que elas acham de lost. E elas nada achariam, porquê nem sabem o que é. No máximo alguém vai lembrar do Rodrigo Santoro. Os hábitos culturais brasileiros mudaram pouco, comparado ao barulho que provoca.

Agora, o que que mudou na fase atual dos seriados americanos: a reformulação dos seriados dramáticos e a volta (se é que já existiu lá) do Efeito Novela, que é o contrário do Efeito Desenho Animado. No Efeito Novela as tramas se extendem episódios afora e tem consequências no futuro da série. No Efeito Desenho Animado o Homer Simpson vira astronauta e na semana seguinte volta a trabalhar na fábrica nuclear como se nunca de lá tivesse saído.

O Efeito Novela fideliza o espectador e cria uma cultura de televisão em que o importante é assistir alguma coisa, a sensação é boa (é mesmo!), cultura que não existia lá fora, mas sempre existiu aqui no BR. Aliás o Iggy Pop disse pra um reporter inglês que surtou e quis morrer quando soube que tinha um estúdio de TV que era um cidade (o Projac), que ele não sabia da força da televisão no Brasil, e que lá fora isso não existe.

Aqui os hábitos de TV pouco mudam, mas o cinema também caiu bastante. Por quê?
Lá, como aqui, culpa dos preços e da bagunça geral permitida pelas cadeias de cinema. Ainda assim, todo ano tem recorde sendo batido no circuito americano. Cinema vi bem, apesar dos analistas.

Todas as décadas tiveram a sua moda explosiva, com séries monopolizando a audiência. Sendo Era de Ouro, pra mim, os anos 50, com I Love Lucy, que inventou todas as regras de sitcom e Honeymooners, imitado pela Família Trapo, Chespirito, inspiração dos Flintstones e que eu só conheço porquê uns trocentos desenhos do Chuck Jones fazem referência ao seriado.

Então não acredito na equação TV melhor = cinema pior. Principalmente porquê isso nem é uma equação.
Acredito em efeito novela x cinema impraticável.

Recapitulando: era de ouro porra nenhuma, apenas uns lances novos que vieram, sim, tornar a TV muuuuito melhor... em relação aos anos 80.

Imprensa e usuários de internet fazem bolhas de especulação em cima das novidades. Hype!
(vide imprensa não especialidade que só sabe falar agora de Web 2.0. Hype!)

 

Essa influencia de seriados em novela. Porra, novela da Globo SEMPRE, SEMPRE, SEMPRE incorporou histórias do cinema. A Viagem, chupou Ghost; Renascer tinha uma hermafrodita porquê foi forte a polêmcia do filme Traídos pelo desejo, um ano antes. Padre se apaixonado, também em Renascer, saiu do cinema; Terra Nostra fez uma remake de Titanic, com a Ana Paula Arósio abrindo os braços em cruz na frente do navio. Até enquadramento acho que foram os mesmos.
Olho no Olho, aquela dos paranormais, foi totalmente Scanner, do Cronenberg.
Teve uma novela com a Betty Lago em que o cara dizia pra ela: você... você me faz querer ser um homem melhor! Tiraram ipsis literis do filme do Jack Nicholson. Uma novela das sete que em vez de chamarem a velha de mamãe, chamavam de "mamushka", 100% chupado do filme da Família Adams, que é o nome da dança entre o Gomes e o Tio Fester.

Novela sempre chupou o cinemão!

(ôrra, eu era noveleiro pra caramba!)

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Fabio Negro, vai assistir Dexter.

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A legenda demorou pra sair e eu fui assistir outras coisas. Tô baixando Dirt e vou pro terceiro episódio de The Office.

Além de ter visto três episódios de 30 Rock. E o episódio 98 de Naruto.

 

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Você viu os outros 97 episódios de Naruto? Os últimos animes que eu vi foram Onegai Teacher e Onegai Twins, porque eu gosto dessas perversões japonesas light.

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DIRT É UMA DROGA, NÃO VEJAM! Mas como as senhoras bibas acreditam que estão vivendo o auge histórico da televisão, é capaz de gostarem. Seus viados!

Bennett wrote:
Você viu os outros 97 episódios de Naruto?

Vi e recomendo, viu? É tipo um Dragon Ball revisado, com humor atualizado pros animes do século 21, e lutas mais curtas e com mais trama.

Achei que ia parar, mas ainda gosto paca de animes de luta. Menos de Cavaleiros do Zodáico, do qual eu gostava bastante mas hoje acho insuportável. Não lembro de nada desse desenho de que eu ainda goste hoje, exceto o Aioria aparecendo no enquadramento da tela de baixo pra cima e gritando CÁPSULA DO PODEEEER!
 

Bennett wrote:
Os últimos animes que eu vi foram Onegai Teacher e Onegai Twins, porque eu gosto dessas perversões japonesas light.

Difícil um anime de hoje que não tenha perversão light, mas reflita: se um dia você, líder de uma gangue, acordasse e em lugar da sua mão direita aparecesse uma mina pelada e peitudinha, a palavra bronha sairia da sua cabeça?

Dependendo de sua resposta*, os 13 episódios de Midori no Hibi são recomendados. Aliás, recomendo a vós todos, habitantes da Terra.

 

*a resposta tem que ser não, e a palavra que não sai da sua cabeça precisa ser amor! Bom, é light, né? Mas lembre-se: ela está pelada!

Bennett
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Eu ouvi falar nesse anime do cara com mão-de-mina e me pareceu interessante. Ele se masturba no desenho?