Comunidade tenta comprar o MMORPG Saga of Ryzom e liberar o jogo em licença de software livre

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Comunidade tenta comprar o MMORPG Saga of Ryzom e liberar o jogo em licença de software livre

Não é algo sem precedentes: o editor de gráficos 3D Blender uma vez foi proprietário, e quando a empresa que o desenvolvia, a NaN, entrou em falência, um mutirão foi realizado e, a partir de doações, o programa foi comprado por 100.000 euros e liberado em uma licença GNU-GPL.

O MMORPG francês Saga of Ryzom, que tem uma comunidade bastante viva e dedicada de jogadores, passa por uma situação semelhante. A empresa responsável pelo jogo, Nevrax, entrou em falência. Inspirados no que ocorreu com o Blender, os desenvolvedores do jogo estão tocando para frente uma campanha semelhante, com o objetivo de comprar o código e toda propriedade intelectual a ele vinculada, e liberar tudo via uma licença de software livre. Formar-se-á uma fundação, como ocorreu com o Blender, e a equipe original de desenvolvedores continuará a trabalhar no jogo, que todavia também terá seu desenvolvimento aberto a quem quiser participar nele. A mesma fundação também cuidará de servers oficiais, e procurará manter o jogo a partir de um plano de mensalidades que apenas cubra os custos de manutenção dos servers e o futuro desenvolvimento do jogo. Como todo o código será liberado, também haverá a possibilidade de que jogadores construam seus próprios servers, e contribuam com conteúdo original para o jogo. Ryzom transformar-se-á em um jogo comunitário, de propriedade coletiva.

É uma idéia interessante, que pode colocar à prova a noção de que software livre não funciona muito bem para jogos de computador. A plataforma sobre a qual Ryzom foi construído, NeL, já é livre. Mas não há jogo de peso que tenha se aproveitado da NeL, e a liberação de um jogo pronto, bem feito e de respeito como o Ryzom pode ser um marco na história do software livre. Os modelos de negócio típicos das empresas de software livre têm como base prestações de serviços, algo perfeitamente compatível com os modelos de negócio dos MMORPGS, a despeito destes serem predominantemente proprietários.

A campanha está, no momento, apenas coletando promessas de contribuições. Você pode ir ao site e oferecer uma contribuição, que será incorporada a uma lista e apresentada ao juízo falimentar como proposta de aquisição. Não será, é claro, a única proposta, e nada indica que a tentativa terá sucesso. Mas não deixa de ser bacana. Eu prometi contribuir 25 euros, e se a proposta for aceita, pago na maior boa vontade mesmo se não for jogar o jogo.

Charllie
Foto de Charllie

Acabei de me comprometer com 10 euros.