Eu acho que vai ficar bom. O Meirelles tem sido consistente, e o Saramago até que fica bem no cinema, se formos considerar a adaptação de Jangada de Pedra.
O Meirelles bem que poderia fazer mais uma vez um diário de filmagem no Cinema em Cena do nosso amigo Pablo Villaça. O que ele fez para o Jardineiro Fiel foi bem interessante.
Estou com o livro aqui em mãos, é o próximo da lista pra ler. Mas sei não... "Todos os Nomes", também dessa nova fase do Saramago, é interessante mas não passa disso.
Não sei se eu diria que Ensaio sobre a Cegueira é da nova fase do Saramago...já tem onze anos, e até Todos os Nomes é um livro relativamente velho. O declínio em qualidade nos livros do Saramago, na minha opinião, começou depois de A Caverna. Curiosamente, apesar de ter lido vários livros do Saramago, eu não li Ensaio sobre a Cegueira, mas pela reputação é um dos melhores, senão o melhor.
Não gostei, se tirar toda a parte "artística", vira um Eu Sou a Lenda (só que mais chato), não tem nada de metáfora, é um filme pós-apocalíptico e ta acabado. A fotografia é horrorosa (não sei quem foi o doido que comparou com Children of Men), as cenas são bastante claras, sem foco ou escuras (coisa de "artista"), por isso a cor da legenda teve que ser amarela (muito feia, por sinal).
Filme angustiante, do jeito que a gente gosta, mas é tudo tão tosquinho que o único sentimento é o de decepção. As cenas de locais vazios em São Paulo ficaram boas, mas não impressionam, o Boyle esvaziou Londres de forma muito mais eficiente no 28 Dias. Mostram até a ponte nova, aquela coisa feia do começo de "Caminhos do Coração - Os Mutantes".
Tem vários clichês artísticos, como as famosas cenas de silêncio, closes em gente feia, choros, pessoas peladas (sem o menor motivo) e aquele barulhinho inconfundível de coisas artísticas (tic TICK, tic TICK, tick TICK).
O Meirelles tem que tomar cuidado, pois esse filme é como se fosse o terceiro filme do Shiamalan, a partir de agora ele será questionado. É um filme muito inferior ao Cidade de Deus e Jardineiro Fiel (que, embora overrated, é bom).
Resumindo: Ou o Meirelles faz alguma coisa mais divertidinha, deixa de lado esses projetos "pessoais" (coisa de bicha) ou vai virar diretor de festival petista. Vai ganhar dez Kikitos e nunca mais vai disputar um Oscar.
Nota: 4,90 Punhete: 4 (as tetas da Julianne Moore parecem duas coxinhas congeladas, mais chupadas que casquinha do mc donalds. As cenas de estupro são bem degradantes, mas isso não impediu que eu tivesse uma leve ereção. Adorei a cena que o cara diz: "vamos trocar comida por sexo, e a mulher que der mais gostoso ainda leva uma sobremesa cremosa")
Bem, vamos lá. Vários problemas. Não é catastrófico - eu nem diria que é um filme particularmente ruim - mas que algo desandou ali, desandou.
Começando pelo pior: suspensão de descrença é impossível neste filme. Não digo isso por não conseguir acreditar na cegueira. É fácil de aceitar a premissa. O que é difícil de acreditar é na reação contra a cegueira. Por mais alegórico que tudo seja (e por mais pessimista que você seja em relação à espécie humana), cretinice narrativa tem limite. Nunca se reagiria contra um evento como esses com uma quarentena tosca daquelas, em que ninguém é estudado, ninguém recebe comida, só te dão uma pá para enterrar os mortos etc. Convenhamos, é preciso estar com muita vontade de acreditar na história para deixar isso passar em branco.
E nem me digam que "ah, isso é o que aconteceria em um país subdesenvolvido" (subdesenvolvido europeu, à la Portugal, ou subdesenvolvido cucaracho, estilo Brasil) ou alguma coisa do gênero. O tanto de cientista que ia aparecer querendo estudar o fenômeno diretamente - experimentalmente - é algo tão óbvio que a história TINHA que lidar com isso de uma maneira ou de outra. Mesmo que fosse para descartar a hipótese. Foda-se qualquer justificativa nas linhas de "ah, o ser humano é cruel". Cruel até é, mas até isso tem que ser justificado dentro do universo de uma história como essas. Não dá para aceitar logicamente praticamente nada do que acontece na quarentena...
Sendo assim, mais de um terço do filme fica comprometido. Todas as cenas da quarentena são afetadas por isso. E também é difícil acreditar na tranqüilidade com que as alas 1 e 2 aceitaram a ditadura da ala 3. De novo, por mais alegórico que isso seja, há que se cuidar diretamente do problema ao invés de deixar jogado no ar, como o filme faz. E cadê a ala 2, por sinal? Não existe.
O universo de Ensaio sobre a Cegueira simplesmente não é crível. Talvez seja um defeito do livro, mas não vou arriscar julgar sem ter lido. "Realismo mágico" de cu é rola, Saramago tinha que ler bastante ficção científica hardcore para aprender que "world building" é algo que necessariamente precisa ser feito, mesmo que você não escreva em inglês.
Segundo problema: breguice generalizada de algumas cenas. Aquela cena do encontro do casal japonês na quarentena foi foda de engolir, que coisa mais horrorosa. E o radinho do Danny Glover, meu Deus? Jesus Cristo...Cena de gente se colocando debaixo da chuva, com pretensões metafóricas, também é de doer. Pior que isso só cena de gente encontrando o oceano pela primeira vez ou soltando pomba. Não tem disso em Ensaio, mas só aquela cena do radinho me deixou envorganhado a ponto de quase sair da sala.
Partindo para o terceiro problema: o que dizer da narração em off do Danny Glover cantando exatamente as emoções que o espectador deve sentir, ou preenchendo detalhes expositórios da trama? A narração em off estragou completamente os últimos momentos do filme, martelando o óbvio em cima de um excelente e muito expressivo take da Julianne Moore. É utilizada em poucas cenas, mas no pouco em que ela é empregada faz um estrago absurdo.
Quarto. O universo também não é crível esteticamente. TUDO deveria ter sido rodado em São Paulo. Quando ao dobrar uma esquina da Paulista você cai no Uruguai e depois volta para o Minhocão, fica óbvio demais para quem conhece a cidade. Os gringos provavelmente não vão notar, mas eu achei que ficou medonho.
E cinco...atuações. Julianne Moore dá umas deslizadas no começo do filme, mas se sai extremamente bem a partir da quarentena. É ela que carrega os filmes nas costas. Se fosse uma atriz pior, nem quero pensar no resultado. Agora...que merda foi aquele casal japonês? O cara, em especial, é ruim demais. Tanto que no final, quando ele recobra a visão, fiquei aliviado quando a câmera ficou estritamente subjetiva e eu não precisei vê-lo tentando atuar. Pena que ele também fala, o que arruinou uma cena que seria bem bacana não fosse isso.
E o Gael Garcia Bernal? Vai atuar mal na puta que o pariu, heim. Mark Ruffalo não compromete, e o mesmo vale para a Alice Braga e o Danny Glover. Mas o ladrão de carros, o cego da ala 3, e boa parte do elenco coadjuvante são quase tão ruins quanto o Gael e o Japonês.
Voltando a falar do casal de japoneses, eles parecem Sun e Jin em Lost. Me deu um certo constrangimento, até porque Lost faz esse relacionamento homem-mulher asiático estereotipado de forma bem mais elegante...
Mesmo apesar disso tudo, não diria que o filme é tãaaao ruim. Não é bom, mas as cenas pré e pós-quarentena são bem razoáveis. No pós-quarentena o filme parece uma versão (bem) piorada de 28 Days Later (como 28 Days Later é melhor do que Ensaio sobre a Cegueira!), mas tá valendo.
Jangada de Pedra, mesmo com alguns defeitos, é um filme bem melhor.
Acho que essa descrição se aplica mais ao Tempo de Lobos do Haneke do que ao Ensaio sobre a Cegueira.
Em relação aos cortes, fico curioso para ver a versão original do Meirelles, aquela que teria ficado forte demais. Achei, ao contrário do Dré, que o filme ficou extremamente aguado.
Ensaio sobre a Cegueira foi selecionado para SITGES. Isso aí Meirelles, continua falando "O meu filme não é Eu Sou a Lenda":
Quote:
OFFICIAL FANTÀSTIC SECTION IN COMPETITION Absurdistan, Veit Helmer Blindness, Fernando Meirelles Crows-Episode 0, Takashi Miike Eden Lake, James Watkins Fighter, Natasha Arthy Hansel and Gretel, Yim Phil-sung La possibilité d’une île, Michel Houellebecq Let the Right one in, Tomas Alfredson Martyrs, Pascal Laugier Prime Time, Luis Calvo Ramos Red, Trygve Allister Diesen, Lucky McKee Sexy Killer, Miguel Martí Surveillance, Jennifer Lynch Tale 52, Alexis Alexiou The Broken, Sean Ellis The Burrowers, J.T. Petty The Chaser, Na Hong-jin The Cottage, Paul Andrew Williams The Good, The Bad, The Weird, Kim Jee-woon The Sky Crawlers, Mamoru Oshii Tokyo!, Bong Joon-ho, Léos Carax, Michel Gondry Vinyan, Fabrice du Welz Your Name Here, Matthew Wilder
Um (grande) grupo de deficientes visuais organizou um protesto contra o filme, talvez pelo fato da condição impedir uma análise metafórica não só do filme, mas também da obra de Saramago (será que alguém o leria em Braile?).
Além disso, apesar de acharem que Buenos Aires é a capital do Brasil, e que as cataratas do Iguaçu ficam na Amazônia, devem ter se incomodado pelo fato do filme ter vindo primeiro para o Brasil e depois para lá. Essas viadagens norte-americanas que resultam em cracks da bolsa.
______
Se eu copio um autor, é plágio. Se copio vários, é pesquisa.
Exemplo: Babel (tbm não gosto, mas tem várias coisas parecidas com Blindness: co-produção internacional, cenas faladas em japones, Gael Garcial Bernal enchendo o saco e etc)
lembro me que quando li esse livro tive pesadelos. a cegueira social me perturbou. agora so nao espero que o filme seja um pesadelo...
p7
Eu acho que vai ficar bom. O Meirelles tem sido consistente, e o Saramago até que fica bem no cinema, se formos considerar a adaptação de Jangada de Pedra.
Quem leu o livro diz que é maravilhoso. Deve dar um bom filme nas mãos do Meirelles, que realmente tem sido consistente e conhecedor do assunto.
1Saudações
Ray Jackson
Saudações
Ray Jackson
O Meirelles bem que poderia fazer mais uma vez um diário de filmagem no Cinema em Cena do nosso amigo Pablo Villaça. O que ele fez para o Jardineiro Fiel foi bem interessante.
Estou com o livro aqui em mãos, é o próximo da lista pra ler. Mas sei não... "Todos os Nomes", também dessa nova fase do Saramago, é interessante mas não passa disso.
Meu blog
Meu blog
Não sei se eu diria que Ensaio sobre a Cegueira é da nova fase do Saramago...já tem onze anos, e até Todos os Nomes é um livro relativamente velho. O declínio em qualidade nos livros do Saramago, na minha opinião, começou depois de A Caverna. Curiosamente, apesar de ter lido vários livros do Saramago, eu não li Ensaio sobre a Cegueira, mas pela reputação é um dos melhores, senão o melhor.
Não gostei, se tirar toda a parte "artística", vira um Eu Sou a Lenda (só que mais chato), não tem nada de metáfora, é um filme pós-apocalíptico e ta acabado. A fotografia é horrorosa (não sei quem foi o doido que comparou com Children of Men), as cenas são bastante claras, sem foco ou escuras (coisa de "artista"), por isso a cor da legenda teve que ser amarela (muito feia, por sinal).
Filme angustiante, do jeito que a gente gosta, mas é tudo tão tosquinho que o único sentimento é o de decepção. As cenas de locais vazios em São Paulo ficaram boas, mas não impressionam, o Boyle esvaziou Londres de forma muito mais eficiente no 28 Dias. Mostram até a ponte nova, aquela coisa feia do começo de "Caminhos do Coração - Os Mutantes".
Tem vários clichês artísticos, como as famosas cenas de silêncio, closes em gente feia, choros, pessoas peladas (sem o menor motivo) e aquele barulhinho inconfundível de coisas artísticas (tic TICK, tic TICK, tick TICK).
O Meirelles tem que tomar cuidado, pois esse filme é como se fosse o terceiro filme do Shiamalan, a partir de agora ele será questionado. É um filme muito inferior ao Cidade de Deus e Jardineiro Fiel (que, embora overrated, é bom).
Resumindo: Ou o Meirelles faz alguma coisa mais divertidinha, deixa de lado esses projetos "pessoais" (coisa de bicha) ou vai virar diretor de festival petista. Vai ganhar dez Kikitos e nunca mais vai disputar um Oscar.
Nota: 4,90
Punhete: 4 (as tetas da Julianne Moore parecem duas coxinhas congeladas, mais chupadas que casquinha do mc donalds. As cenas de estupro são bem degradantes, mas isso não impediu que eu tivesse uma leve ereção. Adorei a cena que o cara diz: "vamos trocar comida por sexo, e a mulher que der mais gostoso ainda leva uma sobremesa cremosa")
Bem, vamos lá. Vários problemas. Não é catastrófico - eu nem diria que é um filme particularmente ruim - mas que algo desandou ali, desandou.
Começando pelo pior: suspensão de descrença é impossível neste filme. Não digo isso por não conseguir acreditar na cegueira. É fácil de aceitar a premissa. O que é difícil de acreditar é na reação contra a cegueira. Por mais alegórico que tudo seja (e por mais pessimista que você seja em relação à espécie humana), cretinice narrativa tem limite. Nunca se reagiria contra um evento como esses com uma quarentena tosca daquelas, em que ninguém é estudado, ninguém recebe comida, só te dão uma pá para enterrar os mortos etc. Convenhamos, é preciso estar com muita vontade de acreditar na história para deixar isso passar em branco.
E nem me digam que "ah, isso é o que aconteceria em um país subdesenvolvido" (subdesenvolvido europeu, à la Portugal, ou subdesenvolvido cucaracho, estilo Brasil) ou alguma coisa do gênero. O tanto de cientista que ia aparecer querendo estudar o fenômeno diretamente - experimentalmente - é algo tão óbvio que a história TINHA que lidar com isso de uma maneira ou de outra. Mesmo que fosse para descartar a hipótese. Foda-se qualquer justificativa nas linhas de "ah, o ser humano é cruel". Cruel até é, mas até isso tem que ser justificado dentro do universo de uma história como essas. Não dá para aceitar logicamente praticamente nada do que acontece na quarentena...
Sendo assim, mais de um terço do filme fica comprometido. Todas as cenas da quarentena são afetadas por isso. E também é difícil acreditar na tranqüilidade com que as alas 1 e 2 aceitaram a ditadura da ala 3. De novo, por mais alegórico que isso seja, há que se cuidar diretamente do problema ao invés de deixar jogado no ar, como o filme faz. E cadê a ala 2, por sinal? Não existe.
O universo de Ensaio sobre a Cegueira simplesmente não é crível. Talvez seja um defeito do livro, mas não vou arriscar julgar sem ter lido. "Realismo mágico" de cu é rola, Saramago tinha que ler bastante ficção científica hardcore para aprender que "world building" é algo que necessariamente precisa ser feito, mesmo que você não escreva em inglês.
Segundo problema: breguice generalizada de algumas cenas. Aquela cena do encontro do casal japonês na quarentena foi foda de engolir, que coisa mais horrorosa. E o radinho do Danny Glover, meu Deus? Jesus Cristo...Cena de gente se colocando debaixo da chuva, com pretensões metafóricas, também é de doer. Pior que isso só cena de gente encontrando o oceano pela primeira vez ou soltando pomba. Não tem disso em Ensaio, mas só aquela cena do radinho me deixou envorganhado a ponto de quase sair da sala.
Partindo para o terceiro problema: o que dizer da narração em off do Danny Glover cantando exatamente as emoções que o espectador deve sentir, ou preenchendo detalhes expositórios da trama? A narração em off estragou completamente os últimos momentos do filme, martelando o óbvio em cima de um excelente e muito expressivo take da Julianne Moore. É utilizada em poucas cenas, mas no pouco em que ela é empregada faz um estrago absurdo.
Quarto. O universo também não é crível esteticamente. TUDO deveria ter sido rodado em São Paulo. Quando ao dobrar uma esquina da Paulista você cai no Uruguai e depois volta para o Minhocão, fica óbvio demais para quem conhece a cidade. Os gringos provavelmente não vão notar, mas eu achei que ficou medonho.
E cinco...atuações. Julianne Moore dá umas deslizadas no começo do filme, mas se sai extremamente bem a partir da quarentena. É ela que carrega os filmes nas costas. Se fosse uma atriz pior, nem quero pensar no resultado. Agora...que merda foi aquele casal japonês? O cara, em especial, é ruim demais. Tanto que no final, quando ele recobra a visão, fiquei aliviado quando a câmera ficou estritamente subjetiva e eu não precisei vê-lo tentando atuar. Pena que ele também fala, o que arruinou uma cena que seria bem bacana não fosse isso.
E o Gael Garcia Bernal? Vai atuar mal na puta que o pariu, heim. Mark Ruffalo não compromete, e o mesmo vale para a Alice Braga e o Danny Glover. Mas o ladrão de carros, o cego da ala 3, e boa parte do elenco coadjuvante são quase tão ruins quanto o Gael e o Japonês.
Voltando a falar do casal de japoneses, eles parecem Sun e Jin em Lost. Me deu um certo constrangimento, até porque Lost faz esse relacionamento homem-mulher asiático estereotipado de forma bem mais elegante...
Mesmo apesar disso tudo, não diria que o filme é tãaaao ruim. Não é bom, mas as cenas pré e pós-quarentena são bem razoáveis. No pós-quarentena o filme parece uma versão (bem) piorada de 28 Days Later (como 28 Days Later é melhor do que Ensaio sobre a Cegueira!), mas tá valendo.
Jangada de Pedra, mesmo com alguns defeitos, é um filme bem melhor.
Tem tb a cena da dancinha do Bernal "I Just Call, to Say, I loooove You".
Eu tinha bloqueado esse momento.
Acho que essa descrição se aplica mais ao Tempo de Lobos do Haneke do que ao Ensaio sobre a Cegueira.
Em relação aos cortes, fico curioso para ver a versão original do Meirelles, aquela que teria ficado forte demais. Achei, ao contrário do Dré, que o filme ficou extremamente aguado.
Ensaio sobre a Cegueira foi selecionado para SITGES. Isso aí Meirelles, continua falando "O meu filme não é Eu Sou a Lenda":
Tempo de Lobos é horrível. Ensaio sobre a Cegueira, mesmo com todos os seus problemas, é bem melhor.
Estreou semana passada nos eua. Fechou com um 38% no rotten e um box office ridículo (não sei qual era a previsão, mas ficou fora do top 10).
Um (grande) grupo de deficientes visuais organizou um protesto contra o filme, talvez pelo fato da condição impedir uma análise metafórica não só do filme, mas também da obra de Saramago (será que alguém o leria em Braile?).
+ aqui
Além disso, apesar de acharem que Buenos Aires é a capital do Brasil, e que as cataratas do Iguaçu ficam na Amazônia, devem ter se incomodado pelo fato do filme ter vindo primeiro para o Brasil e depois para lá. Essas viadagens norte-americanas que resultam em cracks da bolsa.
______
Se eu copio um autor, é plágio. Se copio vários, é pesquisa.
O filme está indo mal pq é ruim.
Existem filmes parecidos com esse que vão melhor.
Exemplo: Babel (tbm não gosto, mas tem várias coisas parecidas com Blindness: co-produção internacional, cenas faladas em japones, Gael Garcial Bernal enchendo o saco e etc)
Eu vi Savage Grace. Achei interessante, mas nada muito notável.