Naboer (Vizinhos)

Foto de Bennett
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"Não explica! Não explica!", é o que dá vontade de gritar para a tela. "Não explica, senão vai estragar tudo..."



Naboer, thriller de Pí¥l Sletaune, diretor norueguês de Junk Mail, é daquele tipo de filme em que diversas coisas cada vez mais bizarras vão ocorrendo, e qualquer explicação coerente possí­vel necessariamente cai no mais trivial dos clichês. Nesses casos, quando o filme funciona, é melhor que termine sem explicações. E Naboer funciona muito bem, até a metade. Daí­ em diante, cresce a sensação de que aquilo que você previu nos 10 minutos iniciais do filme como sendo sua possí­vel conclusão, realmente é o que vai acontecer. E acontece. E é tudo muito primário. Um filme coreano recente, Spider Forest, segue exatamente a mesma estratégia, mas pelo menos confunde (bem) mais o espectador, e como resultado, o final fica menos evidente, e o filme, melhor.



Eu sei que é meio idiota falar "Eu teria feito diferente", mas eu vou falar. Do jeito que as coisas estavam caminhando, seria melhor se o filme tivesse partido de uma vez por todas para o sobrenatural, e assumisse que tudo aquilo estava acontecendo mesmo, porque seria óbvio demais não estar. Além disso, seria melhor se, indo pelo caminho do sobrenatural, Naboer deixasse de lado aquelas explicações que procuram dar coerência para mundos paralelos e realidades alternativas, cheias de detalhes e world building, e simplesmente terminasse sem esclarecer nada.



Esse é o mesmo problema que afeta Lost, a série. Eu tenho certeza que algumas explicações vão surgir até o final, e que com certeza vão cair no maior lugar comum possí­vel da fantasia/ficção cientí­fica. A série tem sido fenomenal até o presente momento, mas pressinto que em algumas temporadas vai cair em desgraça. A mesma coisa com Naboer, que entretanto dura apenas 70 minutos...a desgraça vem mais depressa. Acaba virando uma versão totalmente frouxa de O Inquilino.



Mesmo assim, é um filme bastante recomendável, nem que seja apenas pela fenomenal cena de sexo que ocorre mais ou menos entre 25 e 30 minutos de filme. Até suspeito que a história tenha sido construí­da inteiramente em torno dela. Extremamente violenta e engraçada, é de longe a melhor coisa do filme. O engraçado é que outras histórias poderiam ter sido construí­das em torno dela. Já é uma coisa surreal o bastante, o filme não precisava das demais maluquices. Só as conseqí¼ências daquela cena, em uma narrativa realista, sustentariam um filme inteiro, nem precisava ser um thriller. Pensando bem, seria melhor que não fosse mesmo....

Foto de João Lucas

Já vi esse filme mas nem lembro direito, ou seja, achei bem esquecí­vel. Mas da cena de sexo eu lembro bem sim! Ela realmente vale o filme. heheh

Confesso que achei bem interessante aquela porrada toda no meio da transa. Isso sim é sexo selvagem!

Foto de Bennett

Sensacional aquela cena, mas ainda acho que faltaram algumas cotoveladas e pontapés.