Idiocracy
Filme mais recente do Mike Judge, sete anos depois de Office Space. Idiocracy teve uma trajetória meio conturbada, com a Fox engavetando o filme e o lançando apenas em alguns poucos cinemas como obrigação contratual antes da distribuição em DVD, além de processos por parte de algumas das empresas satirizadas (Starbucks, Costco, Fuddruckers), e refilmagens por causa de péssimas exibições-teste. Mas...o filme é muito bacana, e a comédia americana que mais me fez rir nos últimos anos.
É uma sátira à sociedade americana dos dias de hoje, por meio de uma comédia de ficção científica. Um soldado, Joe, e uma prostituta, Rita, são congelados como parte de um experimento do exército, e acordam 500 anos no futuro. O soldado é um americano médio, escolhido justamente por ser médio. Por eventos consideravelmente ridículos, o experimento dá errado, as cápsulas são criogênicas abandonadas, e Joe e Rita acordam no futuro. O problema é que por degeneração disgênica, todos no futuro sofrem de grave retardamento mental, o que faz de Joe a pessoa mais inteligente do mundo (sendo que ele mesmo já é longe de ser inteligente, já que é um americano médio). Uma vez reconhecido como gênio (o que envolve uma série de peripécias), Joe é incorporado ao gabinete do HILÁRIO presidente Dwayne Elizondo Mountain Dew Herbert Camacho - um lutador de luta livre que faz discursos à nação cantando e segurando uma metralhadora -, e recebe a responsabilidade de corrigir todos os problemas do país. Em uma semana.
Nenhuma referência é feita ao restante do mundo, que provavelmente foi aniquilado pelos EUA. O filme se dirige diretamente aos americanos, e é fácil reconhecer os americanos nele (os títulos originais eram Amerikwa e United States of Uhhmerica). Apesar de que, tamanha é a infiltração da cultura americana no restante do mundo, que a gente vai no embalo por contaminação. Os EUA de Idiocracy, país governado por retardados para retardados, é uma mistura de lixão com shopping center, com entretenimento barato, sexo, violência, armas de fogo e junk food glorificados como os valores sociais supremos. A língua inglesa evoluiu para uma fusão de gírias que é compreensível a Joe, cujo vocabulário e gramática, contudo, são sofisticados demais para que os outros o compreendam (Joe é "gay demais", é o consenso). Os cidadãos da idiocracia americana de Judge não estão muito longe do adolescente médio que habita o MySpace (ou o Orkut, puxando a crítica para o nosso lado). E o presidente atual dos EUA talvez seja pior do que Dwayne Elizondo Mountain Dew Herbert Camacho...
A sátira parte para uma caricatura que talvez seja fácil demais, mas é meio difícil não concordar com o tom. As pessoas realmente parecem estar ficando mais retardadas, e exagero por exagero, se formos abstrair o que há de inteligente hoje em dia, ficaríamos com um resultado semelhante (fora algumas questões lógicas básicas, mas esse não é o tipo de filme para se ficar esmiuçando). Faz bastante sentido.
Esse é mais um bom filme do Mike Judge, que não merecia o tratamento que recebeu da Fox (e nem das audiências-teste, a não ser que tenha mudado muito desde a primeira versão). É engraçado, até hilário em alguns momentos, e um desabafo compreensível diante do declínio americano em andamento.
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A anos espero esse
A anos espero esse filme. Mike Judge tem uma visão ácida da vida como poucos. E acredite, eu sou um dos personagens de Office Space.
Saudações
Ray Jackson
Saudações
Ray Jackson
Enquanto isso, as novas
Enquanto isso, as novas gerações de nascidos nos EUA vão dando um ar profético ao filme.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u103490.shtml
Que coisa trágica, mas eu
Que coisa trágica, mas eu ri quando li a manchete. Prêmio Darwin para o moleque.
É foda. Trágico porque é
É foda. Trágico porque é real, mas poderia estar em qualquer filme da franquia de Todo mundo em Pânico
Ray J escreveu: E
[quote=Ray J]
E acredite, eu sou um dos personagens de Office Space.
[/quote]
-Sério, o que você faria se ganhasse um milhão de dólares?
-Nossa, eu iria trepar com duas mulheres!
Hahahahaha
Excelente filme, mostra um
Excelente filme, mostra um fenômeno que está acontecendo de verdade, basta ver o Lula, um semi-analfabeto, burro pra caralho (embora simpático e desenrolado) que chegou ao poder através do voto da massa pobre. Se tivesse chegado ao poder por meio de golpe, daria pra perdoar, pois é um ato unilateral, o problema foi que burros votaram num burro (e por duas vezes!). Todo petista deveria ver esse filme. Não vejo nenhuma diferença entre o Lula e aquele negão do filme, aliás, fazer aquele tipo de discurso/macaquice é típico desse povo de esquerda (basta ver os shows do Hugo Chavéz). Falando sério, o Gilberto Gil é mais ridículo (e surreal) que qualquer membro da equipe de governo do filme.