Antes do Frozen, 100% dos "filmes de princesa" (subgênero de animação criada pela Disney) tinham um "final feliz", ou seja, a princesa achava seu príncipe e mais tarde, fora das lentes, tomava a esperada surra de pica (ou até um cuzetaço cambaleante, daqueles que faz a irmã do guybrush andar de lado no dia seguinte).
Mas a princesa do frozen é meio "esquisitona", do tipo emancipadona, dessas que tomam pouco banho e estudam filosofia em universidade pública. A música principal do filme é "let it go", por sinal muito bonita e épica (nível What a Feeling ou Time of my Life), só que ela soa meio "estranha", pois é um hino da libertinagem, com trechos de "vou deixar tudo pra trás" "vou mostrar meu verdadeiro 'eu'", "não me importarei com o que vão dizer" e etc...
Pra confundir, a Disney colocou duas irmãs, pois ai ela faz um final tradicional com uma e deixa a outra sub judice. No imdb tem muita gente que diz ter visto esse filme mais de 5 vezes só por causa dessa cena.
Analise e tire sua conclusão se é, ou não, um hino lésbico:
www.youtube.com/watch?v=lY-d1tFAYok
Minha aposta pro Oscar era o MU, que nem entrou, mas como a Disney é dona da pixar, provavelmente eles desfizeram o lobby do MU pro Frozen ganhar folgado, coisa que já é quase certa nas bolsas de aposta (esse ano ganho o bolão pq vou usar uma média aritmética usando as bolsas de londres, especialistas em oscar e orixás).
Nota: 9,8
Com tanto falatório, q era um filme feminista (sobre mulheres, com buscas femininas e escrito e co-dirigido por uma mulher) e q se tornou a animação mais bem-sucedida da história, resolvi conferir.
E olha...que surpresa. É tudo tão errado q acaba dando muito certo. O resgate das cantorias da era de ouro da Disney, uma princesa toda nerd-weird, um herói abestado, ausência de um vilão, poderes mágicos non-sense e humor totalmente fora dos padrões (quem diria, o personagem do boneco de neve é MUITO bom. O melhor alívio cômico de uma animação dos últimos tempos). E ainda tem lição de moral totalmente às avessas, com uma mensagenzinha semi-lésbica. Uau.
O legal é q ele subverte todos esses padrões das animações tradicionais sem cair no humor paródia, como Shrek cansou - literalmente - de fazer. O roteiro é bobo e muito inteligente ao mesmo tempo.
Sem contar q tem toda uma vibe Carrie + Dr.Manhattan (a coisa de construir o castelo de cristal pra se isolar do mundo só pode ser uma homenagem. Vi q fizeram até mashups no youtube) e umas atitudes corajosíssimas (tipo ameaças REAIS de morte com armas).
Sério, fico impressionado como as crianças hoje em dia estão bem servidas de desenhos assim, q oferecem alguma complexidade temática e narrativa (e controvérsia, o que é sempre bom). Na minha época a coisa mais complexa acessível era Caverna do Dragão, q exigia alguma abstração. O resto, só indo na locadora e insistindo pro meu pai alugar as animações japonesas ou as q a fita tinha uma capa estranha.
Saí do filme pensando q hoje em dia só cria um filho tapado quem quer.
nota: 9
Sei não. Você captou as mensagens, mas a molecada hoje curte tudo tão traduzidinho e processado no mixer, sem necessidade de pensar muito, que duvido que tenham visto o mesmo filme que você.
Mesmo com a pixar tendo uma queda de qualidade nos últimos anos, ainda estamos na fase de ouro da animação. Basta pegar filmes como UP e Wall-E pra ver que eles conseguem ser mais inteligentes que a maioria dos live action. As crianças hj em dia estão muito mais espertas, dá vontade de dar um cascudo quando aparece garoto de 8 anos criando app pra celular. Os jogos ficaram mais sofisticados, a mulecada fala inglês, todo mundo tem internet rápida, recém nascido usa tablet e o escambau. Hj em dia vc pega um estagiário de 16 anos e a desgraça sabe de tanta coisa que parece um oráculo.
Fui assistir só ontem e realmente merece todos os prêmios e grana que levou: é uma animação incrível, apesar de história ser de princesinha. Os personagens, bem menos superficiais que o padrão, salvam tudo. E tem mesmo um quezinho lésbico e um quezão feminista, né?
Só que o começo tem cantoria demais, puta que pariu como enche o saco - num dia menos paciente, eu teria desistido do resto do filme. Achei que chega a atrapalhar o final, onde é tudo resolvido rápido demais ( sem cantoria, ao menos ) porque o povo perdeu tempo cantando o começo do filme inteiro.
A Dreamworks está fazendo bonito com a série Como Treinar Seu Dragão.
A Dreamworks sempre foi boa, acho que a primeira animação que fez adultos irem desacompanhados de crianças ao cinema é deles. Lembro muito bem de ter visto o Shrek numa sessão depois de meia noite, lotada.
E pra vcs se sentirem mais velhos ainda (ray-j), daqui a dois anos o Shrek vai fazer 15 anos. QUINZE ANOS. Nessa época a Lívia ainda não tava na menopausa, o Sloth tinha cabelo e o Charlie não era broxa.
Lembrei disso este fim de semana. Acho que até ja discutimos esta questão aqui no Joio, mas é impressionante como a molecada hoje está cada vez mais esperta e, paralelamente, cada vez mais estúpida.
Uma amiga professora comentou o susto dela, ao dar uma prova em sala de aula, deixou os alunos usarem calculadora. E que muitos acabaram mandando whats app pra conhecidos e jogando no google para resolver as questões... porque não sabiam como fazer contas na calculadora do celular.
Mas nem fiquei impressionado com isso. É tão comum as pessoas usarem trocentos filtros e apps pra montarem imagens postadas no Instagram, mas não entendem 140 caracteres no Twitter ( ironia, então, é para pouquíssimos ). Compreender texto hoje, seja num livro ou num manual de instruções, virou arte.
As coisas vão mudando:
www.youtube.com/watch?v=aXV-yaFmQNk
A tendência é que a própria escrita com lápis, caneta e papel caia em desuso. Eu tb uso o google pra quase tudo, incluindo calculadora, conversor de peso e medidas. Dia desses tive que escrever um texto na munheca e quase não saiu, meu dedo entortou, senti falta do corretor e etc, ficou um garrancho. A vantagem da era digital é que vc ocupa o word com regrinhas básicas, tipo deixar tudo bonitinho ou colocar a primeira letra da frase em maiúscula, liberando memória ram mental e processamento cerebral para coisas mais importante, tipo conteúdo.
A compreensão de texto realmente piorou. É triste falar isso, mas a realidade é que a leitura não é tão importante quanto era. Muitas vezes um tutorial no youtube, um vídeo ou uma apresentação no powerpoint consegue ser mais eficiente do que um texto. A própria noção de inteligência mudou, decorar caiu por terra.
Mas, no geral, se vc pegar uma criança de hj e comparar com uma dos anos 80, as de hj sabem infinitamente mais (mesmo não tendo uma letra tão bonitinha).