Relançamento do Reino do Amanhã

Como os quadrinhos atualmente estão cada vez menos interessantes, vale a dica de alguns clássicos que as editoras relançam de tempos em tempos ( cheios de extras, como nos DVDs ). E não tem dica mais preciosa que essa aqui.

A Panini Comics está relançando nesta semana aqui no Brasil uma das melhores HQ de heróis dos anos 90, Reino do Amanhã ( Kingdom Come, no original de 96 ), em bela edição de capa dura - a primeira aqui na terrinha, se não me engano. Pelo que vi, esta versão vai trazer o conetúdo da "Absolute Edition" que a DC Comics soltou há alguns anos atrás: páginas extras, um epílogo, capas detalhadas ( algo obrigatório, já que as capas originais traziam dezenas de personagens ), tratamento do roteiro, esboços dos personagens, artes promocionais e merchandising e etc. 

A história alguns aqui conhecem, inclusive já sugerimos a leitura no Joio: num futuro não muito distante, o mundo está abarrotado de seres super poderosos, que não medem muita consequência em seus atos, destruindo tudo que estiver no caminho pra capturar seus inimigos. A coisa fica tão brava que os antigos heróis ( Superman, Mulher-Maravilha, Batman etc ) acabam voltando do ostracismo ou da aposentadoria pra lidar com essa nova geração. O problema é que estes heróis não compartilham mais as mesmas ideias e o que seria um sinal de esperança para o mundo acaba se transformando, literalmente, na terceira guerra mundial.

Algumas cenas, como o retorno do Superman, a morte do Capitão Átomo, o futuro do Flash, a briga contra o Shazam, a explosão da ogiva e o final na ONU são algumas das imagens mais sensacionais já produzidas pra nona arte. Tudo graças a pintura impecável do Alex Ross, recheando de detalhe cada quadro, destruindo no design dos personagens - algo entre o clássico e o moderno - e escondendo diversos easter eggs e homenagens aos heróis e cultura pop por toda a trama. E a história do Mark Waid ( sua obra-prima, aliás ) não deixa por menos, criando um belo suspense enquanto mostra embates físicos, políticos e religiosos - estes últimos graças ao narrador e nossa testemunha frente a todos os acontecimentos, o Reverendo Norman McKay.

Uma excelente pedida pra quem não teve a oportunidade de ler ou pra quem leu e quer uma linda edição pra colocar na estante.