A Dangerous Method (Um Método Perigoso)

Foto de Bennett
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Fui ontem animado ver este filme no Festival do Rio, já que é um filme do Cronenberg...me decepcionei demais. Não é ruim, mas é quase um teledrama sonso, meio burocrático, com um bom Michael Fassbender como Jung (substituindo Christian Bale, que abandonou o filme), e um razoável Viggo Mortensen tentando segurar a barra como Freud, da melhor maneira possível (o Christoph Waltz também abandonou o filme, mas ao contrário de Bale, depois assinar contrato, o que causou a saída de boa parte dos financiadores originais do filme). Agora, o que não dá pra desculpar é a Keira Kanastraley, em uma das piores performances da carreira dela, senão a pior. É material para Framboesa de Ouro, e é incompreensível que algumas críticas estejam falando bem dela.

http://www.youtube.com/watch?v=664eq7BXQcM

Filme caretíssimo para os padrões do Cronenberg. Sonso mesmo. Em alguns momentos a coisa fica epistolar, com várias cartas indo e voltando entre Freud, Jung e Spielrein, narradas em off, quebrando o ritmo do filme. Faz sentido, já que é o mesmo roteirista de Relações Perigosas. Mas não deixa de ser uma má opção narrativa.

Nota 6, com muita boa vontade, e relevando a Keira.

Foto de Guybrush Threepwood

Desde "A HIstory of Violence" que o Cronenberg não é mais o mesmo. SInto falta dos filmes tresloucados dele, como Crash, eXistenZ e Videodrome.

Foto de Bennett

Eu gosto bastante de A History of Violence e, particularmente, Eastern Promises. Esse novo, entretanto, é de longe o pior dos três. Mas de muito longe mesmo.

Foto de Guybrush Threepwood

Concordo quanto a History of Violence e Eastern Promises serem bons filmes, mas apesar de terem a violência característica dos filmes do Cronenberg, eles acabam sendo muito... convencionais. Eu gosto mais dos filmes maníaco-perturbadores dele, e ele já não tem feito um desses há um bom tempo (o último foi eXistenZ, acho).

Foto de agraciotti

[quote=Guybrush Threepwood]

Concordo quanto a History of Violence e Eastern Promises serem bons filmes, mas apesar de terem a violência característica dos filmes do Cronenberg, eles acabam sendo muito... convencionais. Eu gosto mais dos filmes maníaco-perturbadores dele, e ele já não tem feito um desses há um bom tempo (o último foi eXistenZ, acho).

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eu tb. Gosto mais dele quando os temas são mais doentios e delirantes.... tipo Spider, ExistenZ e Naked Lunch.

A partir do Marcas da Violência não gostei muito de nada.....esse, inclusive, sempre achei SUPERestimado. Acho bobo, óbvio e canastrão (só acho genial aquela cena inicial do cara q sai do carro e taca o terror no restaurante, sem a gente ver).

 

Foto de Bennett

Eu até entendo as críticas aos filme recentes, mas não entendo como vocês gostam tanto do eXistenz. Pra mim foi um sinal claro de que o Cronenberg precisava mesmo dar um reboot, como ele fez com esses três filmes. Acho eXistenZ reciclagem fraquíssima de vários filmes anteriores do Cronenberg...

Foto de Guybrush Threepwood

eXistenZ é basicamente uma reciclagem do Videodrome só que com games. Eu gosto, mas acho um dos filmes menores dele. O filme dele que eu mais gosto é o Crash, seguido de Videodrome, Scanners, A Mosca, Spider, Dead Ringers e Naked Lunch. Os filmes dele anteriores a Scanners eu nunca vi (acho quem o Rabid na Netflix, qualquer hora eu assisto).

Foto de Stryder

A Mosca é um dos meus filmes preferidos. De.Todos.Os.Tempos.

Foto de Ray J

A Mosca é ótimo, mas é um trabalho bem quadradinho do Cronenberg. Talvez por isso seja tão bom.

Ele me lembra, em certos momentos, o Paul Verhoeven. Consegue fazer um ou outro filme comercial, mas sem abrir mão de sua postura autoral.

Saudações
Ray Jackson

Foto de agraciotti

A Mosca é absurdo de bom. Clássico absoluto. Mesmo q eu ache o Jeff Goldblum um dos piores atores da história. 

Entendo a reciclagem q vcs falam de ExistenZ, mas é um bom filme com um tema recorrente daquela época (acho q foi um ano depois de Matrix). E essa coisa do videogame como realidade sempre me fascina.

Um tempo atrás assisti Shivers, um dos primeiros (se nao for o primeiro) dele. Toscaço. mas é aquele ruim q de tão ruim chega a ser bom.

 

 

Foto de Raoul Duke

O que ocorreu com Cronenberg desde History of Violence foi um amadurecimento como cineasta. Ele não tem mais aquela necessidade, digamos quase adolescente, de querer contar suas hitórias de forma doentia e chocante a todo momento. De fato seus últimos filmes são mais ''convecionais'', mas isso atesta sua maturidade como cineasta. Ele vem adotando um maneira de contar histórias de forma muita mais sóbria  e equilibrada, mas sem abandonar sua veia autoral. Todos os elementos de Cronenberg ainda estão lá de forma bem mais sútil, em filmes com  diferentes camadas de significado.

Enfim, vejo essa mudança como uma evolução positiva dele como diretor.