Cowboys & Aliens
Primeira e mais importante coisa a ser falar de Cowboys & Aliens: não espere nada. Nem que seja ruim, nem que seja bom, nem que seja mais do mesmo ou que seja o filme mais legal de todos os tempos da semana. Porque é um filme onde qualquer expectativa pode decepcionar, já que a ideia aqui parece ser não querer arriscar muito e isso, ao mesmo tempo em que entrega um produto consistente, não vai fazer o espectador sair do cinema maravilhado.
Em suma, e por mais que o título seja um spoiler ou um atrativo, temos um filme de faroeste aqui, com toda sua fauna e flora: o desconhecido que chega à cidade com cara de bandido mas que vira herói, o velho dono das terras locais, o filho folgado e meio bandido do velho, o dono do saloon, a mocinha pistoleira, o xerife, o menino que quer virar caubói, o capataz, a quadrilha, os índios etc. E como antagonistas, ao invés de apaches ou da quadrilha de bandidos, colocaram alienígenas. Simples assim.
O próprio roteiro – lembrando que o filme é baseado numa HQ – não vai além do óbvio, com o tal estranho chegando na cidade com um artefato extraterrestre preso ao pulso, sem saber quem ele é ou como aquilo foi parar ali, e ajudando o xerife local contra o filho pentelho do ricaço da região. E quando o ricaço aparece para o que seria o bom e velho duelo, um monte de luzes aparece no céu e começam a levar os habitantes da pequena cidade, que se unem – muito facilmente, aliás – para enfrentar o que eles pensam ser “espíritos”.
A impressão que deu é que os criadores disseram: “pô, já estamos juntando dois conceitos totalmente diferentes, então é melhor não abusarmos muito – deixa os caubóis enfrentarem os aliens e pronto”. Porque o filme traz pouco mais do que isso – tanto que a única ideia realmente bacana é o jeito como os aliens capturam os humanos: ao invés dos tradicionais raios, as naves LAÇAM seus inimigos, bem adequado à época.
Mas tirando essa falta de inovação, é uma obra competente em todos os outros aspectos, com um elenco bacana, efeitos visuais e sonoros muito bons e uma direção de arte econômica e incrivelmente funcional – um ponto positivo pro “onde menos é mais”, criando com perfeição a noção de que a cidadezinha fica no meio do nada, por exemplo. E o melhor de tudo: todas as cópias são em 2D, algo que hoje em dia está virando um alívio não apenas financeiro, mas visual também.
Confesso que, contrariando minha própria dica lá de cima ( ao mesmo tempo em que reforço ela ), eu mesmo esperava um pouco mais do diretor Jon Favreu, o responsável por levar o Homem de Ferro pra telona com maestria, que aqui joga seguro demais – o que é bom por um lado, trabalhando muito bem o aspecto faroeste do filme, mas que pode deixar bastante gente querendo mais da parte dos aliens.
Bão, conhecendo Hollywood, há sempre esperança pra sequência...
- Login para postar comentários
Dré, agora vc está escrevendo
Dré, agora vc está escrevendo assim mesmo ou sofreu alguma intervenção espiritual? Eu to gostando, vc ta num nível assim, relativamente profissa.
Eu sou sua antítese.
Eu sou sua antítese.
Quote: O próprio roteiro –
[quote] O próprio roteiro – lembrando que o filme é baseado numa HQ – não vai além do óbvio, com o tal estranho chegando na cidade com um artefato...[/quote]
Já teve episódio de Tunel do Tempo com essa temática.