Tideland vaza para a Internet...
Enviado por Bennett em 24 Agosto, 2006 - 16:59
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...antes da estréia em cinema nos EUA, em outubro. Não sei se saiu o DVD antecipadamente em algum outro país, vou investigar. Mas o fato é que já há um DVDrip autêntico circulando pelos locais habituais.
EDIT.: DVD russo. Da, tovaritch!
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Pois é, quando vi esse
Pois é, quando vi esse DVD-rip não entendi nada. Pensei que tinha me enganado e o filme já tinha sido lançado.
Essa foi forte.
Meu blog
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Os russos estão
Os russos estão sensacionais nos lançamentos antecipados. Eles lançaram o DVD de O Tempo que Resta, do Ozon (que ainda não vi mas estou para) pouco tempo depois do filme entrar em cartaz.
eh sobre o q o filme? onde
eh sobre o q o filme? onde baixo? hehehehe
edit: li a sinopse e pelo q entendi eh um filme meio louco, uma menina q fala com 4 cabeças de bonecas?? nao gosto de filmes assim, ver minha vida na tela do cinema, to fora
É o filme novo do Terry
É o filme novo do Terry Gilliam. Qualquer tracker de torrents deve ter, saiu recentemente.
Hmm, não tô pondo muito
Hmm, não tô pondo muito fé. Depois de "Medo e Delírio" e "Irmãos Grimm", eu perdi um pouco a confiança no Gilliam. Vou esperar o seu review primeiro. :)
Guybrush Threepwood
[quote=Guybrush Threepwood]Hmm, não tô pondo muito fé. Depois de "Medo e Delírio" e "Irmãos Grimm", eu perdi um pouco a confiança no Gilliam. Vou esperar o seu review primeiro. :)[/quote]
Pode ver sem medo, que é o melhor filme do Gilliam desde 12 Monkeys. Não é tão bom quanto 12 Monkeys, mas é muito melhor do que tudo o que ele fez depois. Exige alguma paciência durante a primeira metade, e é um filme que não se preocupa o mínimo em agradar o espectador. É você que tem que entrar em sintonia com Tideland, mas vale bem a pena.
Escrevo mais depois, mas é um bom filme, sim. Meio triste, mas bonito.
Postei no filme*log essa
Postei no filme*log essa resenha:
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Eis um filme que não quer se acomodar a ninguém. Nada aqui é muito fácil, nada é feito para agradar qualquer faixa etária, qualquer público específico, qualquer tipo de pessoa que não o próprio idealizador do filme, o lendário Terry Gilliam. Quer dizer, há um público específico que provavelmente vai gostar (muito) do filme: os fãs do próprio Terry Gilliam. Sumido, Gilliam não vem com um filme "verdadeiro" desde 12 Macacos. Fear and Loathing in Las Vegas eu acho particularmente inassistível e Irmãos Grimm é mais ou menos a mesma coisa. Fora esses dois filmes, Gilliam também teve muito azar com The Man Who Killed Don Quixote, cuja produção ocorreu em ritmo de filme de horror, documentado no ótimo Lost in La Mancha, e não saiu de 3 ou 4 cenas inacabadas. Na minha maneira de ver não houve, assim, um verdadeiro filme do Terry Gilliam desde 12 Macacos. Felizmente, Tideland pode ser encarado como um grande retorno (depois de 10 anos!), porque é Terry Gilliam do começo ao fim. Mas é um Terry Gilliam meio difícil e conturbado, que causou algumas dúvidas nesse fã de longa data durante certos momentos, mas no final o deixou plenamente satisfeito. É preciso mencionar que, a despeito de um roteiro sem dúvida bem construído, parte considerável do sucesso do filme se dá pela força do elenco, fenomenal. Jodelle Ferland, a protagonista, que estava curiosamente péssima em Silent Hill, faz uma atuação estupenda aqui, e Brendan Fletcher, um ator já veterano na lista B, mas que merece passar para a A com destaque, rouba toda e qualquer cena em que aparece. Sem esses dois, o filme poderia ter desmoronado. Jeff Bridges e Jennifer Tilly, os outros nomes mais conhecidos do elenco, passam despercebidos perto de Jodelle e Brendan.
A história, baseada em um livro homônimo, é a seguinte: no sul dos EUA, Jeliza-Rose, uma menina de seus 12 anos, vive com os pais, um casal white trash 100% junky e imprestável. Vive uma vida horrorosa, embora não totalmente desprovida de afeto do pai, que tem mais ou menos a mesma idade mental da filha. Um dia a mãe, que odeia a menina, morre de overdose, e o pai a leva para a casa de fazenda da avó morta, onde não há comida, não há água, não há nada, em um campo desolado no fim do mundo. Jeliza-Roze lida com esse clima horroroso sozinha - o pai entra em um transe alucinógeno assim que chega ao local -, conversando com quatro amigas imaginárias, cada qual representada por uma cabeça de boneca. Boa parte do filme é Jeliza sozinha interagindo com esses seres. A partir da metade, entretanto, o quadro de personagens se amplia com a inclusão de mais dois, e as coisas começam a degringolar mais ainda, com ambos os mundos de Jeliza-Rose (o real e o que ela inventa por cima) ficando cada vez mais surreais e inóspitos.
O grande feito de Tideland é que, quando ele parte para o fantástico, as coisas não parecem nada fantásticas e sim friamente reais. Isso ocorre porque, por mais transparentes que sejam as alucinações de Jeliza-Rose, você não sente que exista uma grande diferença entre elas e a realidade. No final das contas, é tudo a mesma coisa, e não importa que o vizinho retardado de Jeliza-Rose não tenha um submarino, e que a terra seca que rodeia a casa seja um grande oceano. Para Jeliza-Rose aquilo é tudo verdadeiro, e a única defesa que ela, completamente abandonada no mundo, tem em mãos. Com um pouco de sorte, e construindo um mundo paralelo ao real, talvez ela tenha alguma chance de escapar com vida no final, e recuperar a sanidade mais tarde na vida.
O problema principal de Tideland é que não é um filme tranqüilo, fácil de ver. Exige muita paciência durante a primeira metade, enquanto você está sendo apresentado a Jeliza-Rose e suas quatro cabeças de boneca. Jeliza não é uma personagem fácil, e não inspira muita simpatia no começo. Somente aos poucos você começa a entendê-la, e descobre para onde o filme está caminhando (a impressão em certas partes é que tudo é muito aleatório). É você que tem que entrar em sintonia com Tideland, como um todo, e não o contrário, como de costume. Filmes geralmente partem para cima de você por todos os lados, como um cachorro querendo atenção, mas Tideland se faz de difícil e só começa a ligar para você depois de você investir pesado na corte. Não é um filme para se relaxar no final de semana, é um filme que exige que você trabalhe. Bastante.
No final de duas horas, há uma sensação de cansaço, um certo esgotamento, muita tristeza e mágoa, uma plena compreensão do espírito das personagens, e um pouco de esperança pela vida. Resumindo, Tideland acaba com você, mas no melhor dos sentidos, e se despede deixando saudades. É um filme a se ver mais de uma vez (minha próxima vai ser no cinema, já que o filme ainda não entrou em cartaz no Brasil e nos EUA - vi graças ao DVD russo), e um filme, digamos, profundo. A tendência é ficar melhor conforme o tempo passar. Quem sabe não seja um dos melhores filmes do Gilliam afinal das contas...
Parece bom, são
Parece bom, são nesses filmes não comerciais que o talento desse povo aflora.
Esse filme é o cúmulo do
Esse filme é o cúmulo do não-comercial, mesmo. Dá pra perceber porque teve problemas para conseguir distribuição nos EUA.
Eu tenho exatamente a mesma
Eu tenho exatamente a mesma opinião que você sobre o Gilliam: adoro os filmes antigos dele (especialmente Brazil, 12 Monkeys e Time Bandits), mas Fear and Loathing é totalmente INASSISTÍVEL. É um dos raríssimos filme que não consegui ver até o final (além desse, devem existir mais uns outros cinco, no máximo) - desisti com quarenta minutos e fui fazer outra coisa. E Irmãos Grimm, assisti até o fim, mas isso só por que tinha gastado R$11,00 no ingresso do cinema.
Baixando Tideland agora...