Quero Matar Meu Chefe

E quem não quer?

Três velhos amigos descobrem que têm uma coisa em comum: acham seus chefes insuportáveis, como todos nós. Depois de algumas cervejas, como todos nós, chegam a genial conclusão que a única solução é matá-los – com um cuidando do chefe do outro. O pequeno problema, como de todos nós ( acho ), é que eles nunca mataram ninguém e nem sabem por onde começar, então resolvem ir a um bar barra pesada e contratar um assassino – e acabam encontrando o Motherfucker ( Jamie Foxx ), que ao invés de executar o trabalho, acaba apenas dando “consultoria” aos funcionários.

O trio resolve fazer tocaia na casa de seus chefes para estudar suas rotinas, mas obviamente acabam cruzando com eles de uma forma ou outra e vão tentando colocar o plano em prática, apesar de sua total e completa incompetência ( o que me fez pensar se eles realmente não têm os chefes que merecem ).

A despretensiosa história do filme não vai além disso, mas as situações em que os três se metem – principalmente na sequência em que eles acabam cheirando a cocaína do chefe Collin Farrell – justificam algumas risadas e o filme consegue ser bem melhor que Se Beber Não Case 2.

Mesmo com personagens super lineares, bem de sitcom, o elenco faz bonito: o mulherengo Jason Sudeikis ( do Saturday Night Live ) tem como chefe um irreconhecível Collin Farrel (  em momento “Tom Cruise no Trovão Tropical” ), um drogado que ganhou a empresa de bandeja do pai; o bobo Charlie Day ( que vai do hilário ao irritante, com sua voz estridente ) é o auxiliar da dentista ninfomaníaca e gostosa Jennifer Aniston; e Kevin Spacey é o pior dos três, o chefe psicótico do ser mais normal do grupo todo, Jason Bateman.

A única coisa que o filme falha feio, FEIO, é a situação em torno da Jennifer Aniston. Não, a eterna Rachel não está nada mal no papel – muito pelo contrário, pelo pouco tempo que aparece em cena. A questão é que não faz o menor sentido o assistente resistir aos ataques sexuais dela, com ele justificando estar apaixonado por sua noiva totalmente sem sal. Tirando esse detalhe inverossímil, vale uma sessão de risadas sem muita expectativa.

E quem sabe o filme não inspire o pessoal daqui a matar seus chefes. Eu tô dentro.