Rango

Foto de Guybrush Threepwood
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Ontem fui ao shopping almoçar com a esposa, e meio que em cima da hora resolvemos ir ao cinema. Entre os filmes que estavam em exibição, estava esse Rango. Eu não sabia praticamente NADA sobre o filme, exceto o seguinte: 1 - era uma animação; 2 - dublada pelo Johnny Depp; 3 - dirigida pelo Gore Verbinski, diretor que respeito bastante; 4 - o personagem principal era um camaleão usando uma camisa havaiana (era o cartaz do filme). Como eu e a esposa gostamos muito de animações, optamos por esse mesmo.

Não sabia o que esperar do filme. Não tinha lido nada sobre ele, não sabia plot... e foi uma deliciosa supresa. Rango é um filme bem diferente do que eu esperava. Primeiro, por que é dificil de definir o público-alvo do filme. Definitivamente não é um filme para crianças, pois pode ser complicado de entender para elas. Também não é um filme especificamente para adultos, já que possui traços infantis e cartunescos. Mais provavel que seja um filme para adultos que apreciam animação (meu caso).

A história é a seguinte: um camaleão de estimação solitário, com imaginação muito fertil e metido a ator se perde de seus donos na estrada que atravessa do deserto de Mojave, rumo a Las Vegas. Aconselhado por um tatu, ele resolve procurar seu destino numa pequena cidade situada nos confins do deserto. Ao localizar a cidade, ele observa que trata-se uma típica cidadezinha de faroeste. Confrontado pelos moradores locais sobre quem ele é, ele decide usar suas habilidades de ator e assumir uma persona de um pistoleiro malvadão, chamado "Rango". Daí pra frente não vou me aprofundar mais para não estragar a surpresa, mas já adianto de que apesar do cerne da história ser um pouco batida (é a velha jornada do herói misturada com a velha história da corrida do petróleo), ela é narrada de forma fantastica e divertida, graças ao ótimo roteiro e ao talento de Verbinski, que se revolou um excelente diretor também de animações.

Vale citar que Rango é uma animação diferente de tudo que já se viu: primeiro, por ser esplendorosamente bem feita (é a primeira animação feita pela Industrial Light & Magic) - arrisco dizer que dá um show em cima até mesmo da Pixar. Segundo, por que é tecnimanente ousada - Verbinski usa aqui recursos como movimentação de câmera e edição normalmente vistos somente em longas-metragem live-action. Na verdade acaba sendo quase isso mesmo - um filme live-action com personagem animados. E um excelente por sinal.

Outra coisa legal de citar são duas divertidissimas referências cinematográficas, uma logo no comecinho do filme, e outra mais lá pro final, que por si só já pagam o preço do ingresso.

No final das contas, Rango é o primeiro grande filme de 2011, e provavelmente a melhor animação do ano, já que esse ano a Pixar vem de Carros 2 (continuação do longa-metragem mais fraco que eles já fizeram). Me supreendeu em todos sentidos, e já se tornou compra obrigatória em blu-ray.

 

Foto de quase nada

No Brasil só veio dublado e em horários muito ruins. Nos EUA foi bem recebido pela crítica, mas já estimam o prejuízo. Outra coisa: parece ser muito bem feita, mas não nós faça rir falando que é melhor que as coisas da pixar, o último que falou isso apanhou.

Foto de Guybrush Threepwood

Vai por mim. Estou falando como grande fã da Pixar, que tem quase todos os filmes deles em DVD (exceto pelo Carros).

E afinal, estamos falando da IL&M, que é foda, até pouco tempos atrás papava todos os Oscars de Efeitos Visuais (até surgir a Weta, que passou a dividir os prêmios com ela).

Foto de Livia

eu gosto de carros, acho um desenho bem legal

só achei estranho estar passando rango, pq a estréia dele tá prevista pro dia 11

 

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And then there was silence...

Foto de Ray J

[quote=Livia]

eu gosto de carros, acho um desenho bem legal

só achei estranho estar passando rango, pq a estréia dele tá prevista pro dia 11

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Eu considero Carros ótimo! Pra mim, os mais fracos da Pixar são Monstros SA e Nemo. Ambos tem cenas sombrias e acabam ficando enfadonhos depois de assistir duas, três vezes.

Carros é mais simplório, digamos assim. Mas é tão bem feito e divertido que é impossível enjoar. A propósito, minha filha já assistiu umas 300 vezes, metade comigo do lado. Sei cada diálogo de cor. :)

Saudações
Ray Jackson

Foto de Livia

[quote=Ray J]

[quote=Livia]

eu gosto de carros, acho um desenho bem legal

só achei estranho estar passando rango, pq a estréia dele tá prevista pro dia 11

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Eu considero Carros ótimo! Pra mim, os mais fracos da Pixar são Monstros SA e Nemo. Ambos tem cenas sombrias e acabam ficando enfadonhos depois de assistir duas, três vezes.

Carros é mais simplório, digamos assim. Mas é tão bem feito e divertido que é impossível enjoar. A propósito, minha filha já assistiu umas 300 vezes, metade comigo do lado. Sei cada diálogo de cor. :)

[/quote]

monstros me omociona toda vez que assisto

aquela cena final, quando ele abre a porta toda remendada e fala: "buu" e ela responde é violentamente foda. Me enche os olhos d´agua

nemo é visualmente fantástico, e tem a ellen degeneres no seu melhor papel. impossivel esquecer a dory.

vida de inseto eu colocaria como o pior da pixar. é meio bobinho, nunca me pegou.

Os três toy story são sensacionais, não tem melhor nem pior, são três grandes filmes, pra mim seria como se fosse os melhores da pixar.

Meu ranking ficaria mais ou menos assim

1 - Toy Story

2 - Toy Story 3

3 - Toy Story 2

4 - Wall-e

5 - ratatouille

6 - Os incriveis

7 - Up

8 - Procurando nemo

9 - Carros

10 - Monstros SA

11 - Vida de inseto

 

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And then there was silence...

Foto de Livia

Falando em UP

http://www.youtube.com/watch?v=rV6rNqin4P8&feature=player_embedded

 

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And then there was silence...

Foto de Ray J

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eu gosto de carros, acho um desenho bem legal

só achei estranho estar passando rango, pq a estréia dele tá prevista pro dia 11

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Eu considero Carros ótimo! Pra mim, os mais fracos da Pixar são Monstros SA e Nemo. Ambos tem cenas sombrias e acabam ficando enfadonhos depois de assistir duas, três vezes.

Carros é mais simplório, digamos assim. Mas é tão bem feito e divertido que é impossível enjoar. A propósito, minha filha já assistiu umas 300 vezes, metade comigo do lado. Sei cada diálogo de cor. :)

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monstros me omociona toda vez que assisto

aquela cena final, quando ele abre a porta toda remendada e fala: "buu" e ela responde é violentamente foda. Me enche os olhos d´agua

nemo é visualmente fantástico, e tem a ellen degeneres no seu melhor papel. impossivel esquecer a dory.

vida de inseto eu colocaria como o pior da pixar. é meio bobinho, nunca me pegou.

Os três toy story são sensacionais, não tem melhor nem pior, são três grandes filmes, pra mim seria como se fosse os melhores da pixar.

Meu ranking ficaria mais ou menos assim

1 - Toy Story

2 - Toy Story 3

3 - Toy Story 2

4 - Wall-e

5 - ratatouille

6 - Os incriveis

7 - Up

8 - Procurando nemo

9 - Carros

10 - Monstros SA

11 - Vida de inseto

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Eu acho Wall-E o melhor da Pixar. E usa técnicas de filme, o que enche os olhos de qualquer fnático. Sabia que eles contrataram um operador de câmera vencedor do oscar para "operar" a câmera do desenho?

Agora carros tem um apelo forte pra mim. Sempre gostei do assunto e acho o filme divertidíssimo. E tem o Mate, po.

Saudações
Ray Jackson

Foto de Livia

[quote=Ray J]

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eu gosto de carros, acho um desenho bem legal

só achei estranho estar passando rango, pq a estréia dele tá prevista pro dia 11

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Eu considero Carros ótimo! Pra mim, os mais fracos da Pixar são Monstros SA e Nemo. Ambos tem cenas sombrias e acabam ficando enfadonhos depois de assistir duas, três vezes.

Carros é mais simplório, digamos assim. Mas é tão bem feito e divertido que é impossível enjoar. A propósito, minha filha já assistiu umas 300 vezes, metade comigo do lado. Sei cada diálogo de cor. :)

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monstros me omociona toda vez que assisto

aquela cena final, quando ele abre a porta toda remendada e fala: "buu" e ela responde é violentamente foda. Me enche os olhos d´agua

nemo é visualmente fantástico, e tem a ellen degeneres no seu melhor papel. impossivel esquecer a dory.

vida de inseto eu colocaria como o pior da pixar. é meio bobinho, nunca me pegou.

Os três toy story são sensacionais, não tem melhor nem pior, são três grandes filmes, pra mim seria como se fosse os melhores da pixar.

Meu ranking ficaria mais ou menos assim

1 - Toy Story

2 - Toy Story 3

3 - Toy Story 2

4 - Wall-e

5 - ratatouille

6 - Os incriveis

7 - Up

8 - Procurando nemo

9 - Carros

10 - Monstros SA

11 - Vida de inseto

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Eu acho Wall-E o melhor da Pixar. E usa técnicas de filme, o que enche os olhos de qualquer fnático. Sabia que eles contrataram um operador de câmera vencedor do oscar para "operar" a câmera do desenho?

Agora carros tem um apelo forte pra mim. Sempre gostei do assunto e acho o filme divertidíssimo. E tem o Mate, po.

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Sally Carrera

:)

sim, wall-e, tecnicamente, é impressionante. Meu problema é q toy story marcou minha adolescencia demais, eu devia ter uns 13, 14 anos quando vi no cinema, e aquilo pra mim foi meio que um divisor de aguas. Eu sempre gostei de animações, achava a bela e a fera o máximo, mas quando assisti toy story foi como se uma porta se abrisse pra um mundo novo. O 2 foi bom, e o 3 eu choro toda santa vez que vejo os brinquedos darem as mãos pra morrerem juntos, como amigos. mexe demais comigo.

 

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And then there was silence...

Foto de Guybrush Threepwood

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eu gosto de carros, acho um desenho bem legal

só achei estranho estar passando rango, pq a estréia dele tá prevista pro dia 11

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Eu vi na pré-estréia.

Foto de Guybrush Threepwood

Classifico os filmes da Pixar assim:

1 - Toy Story

2 - Wall-e

3 - Os Incríveis

4 - Toy Story 3

5 - Toy Story 2

6 - Ratatouille

7 - Up

8 - Monstros S/A

9 - Vida de Inseto

10 - Procurando Nemo

11- Carros

Foto de Ray J

Em tempo: Carros rolando na sala, de novo. Minha filha pede pra ver no home theater por causa do som alto nas cenas de corrida. Duvido que ela ache os outros Pixar melhores. (E temos todos aqui)

Saudações
Ray Jackson

Foto de Guybrush Threepwood

Eu não acho Carros ruim. É simpático. Mas em minha opinião está anos-luz do resto da filmografia da produtora.

Foto de Ray J

[quote=Guybrush Threepwood]

Eu não acho Carros ruim. É simpático. Mas em minha opinião está anos-luz do resto da filmografia da produtora.

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Sabe o que é foda? Exigimos demais da Pixar.

Saudações
Ray Jackson

Foto de Dré

Pra mim:
1 - Toy Story 3
2 - Wall-E
3 - Procurando Nemo
4 - Os Incríveis
5 - Monstros S/A
6 - Ratatouille
7 - Up
9 - Toy Story 2
8 - Toy Story
10 - Carros
11 - Vida de Inseto

Foto de agraciotti

1 - Wall-E

2 - Os Incríveis

3 - Monstros S/A

4 - Toy Story 3

5 - Ratatouille

 

- Up é muito bom na melancolia e no chororô, mas tem o pior vilão da filmografia da Pixar, a pior ação e alguns dos piores personagens (aqueles cachorros falantes).

- Carros é o mais Template-Disney (além de ser quase uma refilmagem animada daquele Dr.Hollywood, com Michael J Fox). É bom e ruim por isso, mas certamente aquém de tudo o que já fizeram.

Foto de quase nada

O Pablo Rosca Furada adorou:

Cinema em Cena

 

Gore Verbinski é um dos cineastas mais subestimados da atualidade. Responsável por oito longas-metragens ao longo de sua carreira, ele dirigiu apenas um que poderia ser considerado medíocre (A Mexicana), ao passo que todos os seus esforços restantes não só revelam um realizador tecnicamente competente, mas também capaz de navegar com facilidade entre gêneros diferentes, alterando seu estilo de acordo com a necessidade de cada projeto, desde o delicioso O Ratinho Encrenqueiro até a divertida série Piratas do Caribe, passando pelo tenso O Chamado, o tocante estudo de personagem O Sol de Cada Manhã e chegando neste Rango, no qual mergulha no universo da animação de forma ambiciosa ao conceber um western que simultaneamente homenageia e subverte este já tão explorado gênero – e conseguindo, no processo, divertir o público mais jovem ao mesmo tempo em que envolve os adultos através de uma história repleta de subtemas complexos e intrigantes.

Acompanhando o camaleão-título desde o seu terrário até uma pequena cidade atormentada pela falta de água, o roteiro de John Logan marca também a primeira incursão da Industrial Light & Magic de George Lucas na produção de longas de animação computadorizada, apresentando ao mercado uma companhia tecnicamente capaz de rivalizar com a Pixar, a PDI/DreamWorks e a Blue Sky Studios – com a diferença que, aqui, a IL&M usou uma técnica batizada de emotion capture, que se preocupa em capturar não necessariamente os movimentos dos atores, mas suas composições de personagem através da encenação de cada passagem do roteiro (com direito a objetos de cena) durante o processo de gravação de suas vozes.

Com um preciosismo técnico que nada deixa a dever à infalível Pixar, Rango cria uma galeria de personagens fascinantes, transformando os roedores, répteis e anfíbios de sua narrativa em criaturas com rostos marcados e marcantes que conseguem evocar com perfeição os tipos físicos tão característicos do gênero, desde as prostitutas do saloon até os fazendeiros oprimidos, passando pelos pistoleiros ameaçadores, o índio sábio, a mocinha corajosa e o bizarro agente funerário. Aliás, basta olhar para aqueles animaizinhos desdentados e de pele ressecada e suja para perceber o sofrimento constante no qual vivem – o que não impede, claro, que os realizadores também criem criaturas mais engraçadinhas como a filhotinha de olhos grandes e doces cuja inocência se contrapõe às suas armas mantidas a tiracolo ou a raposa que, secretária do prefeito, se mostra vaidosa ao usar a própria cauda como estola.

O que nos traz, claro, ao protagonista: depois de toda uma existência de solidão que o obrigou a desenvolver uma vívida imaginação e uma intensa vida interior ilustradas de forma evocativa em sua primeira cena, Rango é um camaleão que constantemente contorna a própria covardia ao se forçar a manter-se fiel ao papel que decidiu interpretar. Usado com talento pelos animadores em várias seqüências que dependem da comédia física para funcionar, ele é uma combinação improvável de Clint Eastwood e Buster Keaton, remetendo também a Jerry Lewis na cena em que, apavorado, tenta limpar a bagunça que fez no rosto de um bandido (uma gag clássica de Lewis imortalizada, por exemplo, em seu encontro com George Raft em O Terror das Mulheres).

Aliás, embora seja repleto de referências a momentos emblemáticos do Cinema, Rango se diferencia das produções da DreamWorks (Shrek e cia), por exemplo, ao se esforçar para usá-las de forma orgânica e não apenas para fazer piadas fáceis que provem sua cultura pop. Assim, enquanto Shrek para Sempre se desviava da história apenas para fazer uma piada com Amargo Pesadelo, este filme de Verbinski traz as referências para dentro da trama – como ao mostrar rapidamente um animal que caminha como John Wayne, ao usar os vocais da seqüência-título de Arizona Nunca Mais, ao trazer uma ponta de Hunter S. Thompson (lembrem-se de que Johnny Depp fez Medo e Delírio) ou conceber o prefeito como uma versão de John Huston em Chinatown e o pistoleiro Jake Cascavel como um primo de Lee Van Cleef em O Bom, O Mau e o Feio. Além disso, em vários momentos Rango combina duas ou mais referências em uma só, como na cena aérea no cânion que, trazendo a Valsa das Valquírias em uma versão banjo, ao mesmo tempo brinca com os helicópteros de Apocalypse Now e com o ataque final à Estrela da Morte de Uma Nova Esperança.

Mas é claro que é mesmo o próprio gênero western (e seu irmão italiano, o western spaghetti) que se torna o principal homenageado da produção: a belíssima trilha de Hans Zimmer, por exemplo, faz constantes referências aos temas clássicos de Ennio Morricone, ao passo que seqüências típicas do faroeste dão as caras aqui, como lutas sobre carruagens em movimento, duelos na rua principal de cidadezinhas hostis e brigas em saloons. Além disso, Verbinski se inspira claramente em Sergio Leone ao construir sua narrativa através de closes fechadíssimos nos rostos surrados de seus personagens (muitas vezes trazendo apenas partes de suas faces) e ângulos que ressaltam a natureza grandiosa, mítica, daquelas criaturas – e até o CinemaScope tão bem utilizado por Leone é empregado com competência pelo norte-americano. Para finalizar, um dos maiores ícones do gênero surge de forma surpreendente no terceiro ato, assumindo um personagem cujo “nome” (ou melhor: função) resume perfeitamente sua importância para o western.

Beneficiado pela consultoria do magnífico Roger Deakins (que vem se tornando um especialista em faroestes) na concepção de sua fotografia, Rango é visualmente espetacular, oferecendo paisagens que vão do extremo rubro do céu no fim de tarde à superexposição que ressalta a secura e o calor de um universo dominado pela sede, passando por momentos mais sutis como aquele no qual o personagem-título conta um caso no saloon enquanto a luz que entra pelas frestas das paredes rachadas se converte em um verdadeiro holofote sobre ele. Da mesma forma, o fantástico design de produção constrói com eficiência a miserável cidade que serve de palco para a narrativa e cujo nome, Poeira, faz jus à secura de seu cotidiano – e é particularmente interessante perceber como o lugarejo parece ter sido improvisado através da utilização de objetos como galões de gasolina, embalagens vazias e madeira podre. Como se não bastasse, o design de som do longa jamais deixa de impressionar, seja nas seqüências mais complexas como a perseguição no cânion ou em outras mais intimistas como aquela em que Rango entra pela primeira vez no saloon e é recebido apenas pelo rangido do velho ventilador.

Com uma montagem que se equilibra bem entre a ação desenfreada e o desenvolvimento dos personagens, Rango ainda é repleto de momentos que surgem poéticos de tão evocativos, como o que traz a areia escorrendo como lágrima por uma duna ou aquele em que o herói atravessa uma estrada à noite num impulso autodestrutivo. Da mesma forma, Gore Verbinski prova ter feito o dever de casa ao conceber o duelo final com precisão, cortando para detalhes significativos como o relógio da torre, os rostos amedrontados dos cidadãos de Poeira nas janelas dos prédios e o silêncio opressivo que parece indicar que até o vento parou de soprar em função da tensão.

Divertido também graças a elementos como o coro grego de mariachis fatalistas ou gags visuais como a lápide que indica a curta vida do antigo xerife ("Terça a Quinta-feira"), Rango ainda se encerra com créditos finais vibrantes e envolventes, mantendo-se como uma experiência ímpar até o derradeiro segundo e estabelecendo-se desde já como um dos melhores filmes do ano.

Observação: a dublagem brasileira, ao contrário do que aconteceu com o recente Enrolados, está impecável. Trabalhar com profissionais é outra coisa.

06 de Março de 2011

Foto de quase nada

Eu assisti o legendado, estreou dia 11 mesmo (em salas boas e horários onde os não-vagabundos podem ir).

Gostei bastante, mas não vai levar um 10 pq eu fiquei com algum bloqueio em relação a ele, sei lá, se o guybrush gostou, alguma coisa de errado deve ter (vale lembrar que os indivíduos que gostam de lost tem sérias limitações intelectuais, logo não estão credenciados pra criticar nada).

Nota: 9,7

Foto de Junior-RO

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eu gosto de carros, acho um desenho bem legal

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+1

e sou fã do Mater.