Excessos da era da informação

Foto de Marcus
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Quando escrevi esse post no meu blog a respeito da produção do (í  época) vindouro Batman Begins, o mote era a divulgação da primeira foto com o uniforme do morcegão. Eu resumia o que já se sabia sobre o filme e terminava com esse comentário:



"Estou tentando, sem muito sucesso, não ler cada linha que sai publicada sobre o novo filme. Talvez o ideal seja esquecer de tudo isso e só acordar para o fato em 2005. Mas tá difí­cil".



Dito e feito. Li um monte de matérias, vi todas as fotos, vi os trailers, e o preview de 10 minutos que passou nos intervalos de Smallville e foi divulgado pelo Movie-List.



Resultado: fiquei sabendo tanto sobre o filme que posso dizer que isso estragou um pouco a experiência de vê-lo, inteiro, na tela grande. Um filme que reputo como o melhor dessa nova leva (fora Homem Aranha 2) teve bem menos impacto do que eu pensava.



O preview é que foi mais "cruel", pois ele tem várias cenas inteiras, e o principal, entrega toda a ambiência do filme -- pelo menos da primeira metade, que é essencial.



Penso nisso quando leio no meu leitor de feeds duas manchetes do Omelete:



"Assista a um clipe cheio de ação de X-Men: O confronto final"



"Superman - O retorno: Veja uma cena e conheça detalhes do iminente trailer"



Quer dizer, quanto mais esse esquema blockbuster-a-todo-preço-senão-o-filme-é-um-fracasso dominar, quanto mais os estúdios apostarem tudo no primeiro final de semana de exibição, mais teremos esse buzz todo em torno dos filmes, com previews e overdose de informação.



Agora já estão fazendo resenha de trailer! Pra que que eu vou querer saber antes o que tem nele? Se ele próprio já é um preview do filme?



Estou tentando me afastar dessa overdose de informação sobre esses dois novos blockbusters, e por isso não cliquei nos links do Omelete e nem na cena não-finalizada sobre os Sentinelas que o Smartt linkou aqui. Fico pensando o quanto seria chato se eu já tivesse visto os tripods de Guerra dos Mundos antes de assistir o filme.



Nem sempre esse ditado, "informação é poder", está correto.

Foto de Guybrush Threepwood

Concordo contigo em gênero, número e grau. Hoje em dia, a gente já sabe tanta coisa sobre um filme antes de vê-lo, que dificilmente se surpreende. Eu lembro de quando eu vi Seven no cinema, antes do boom da internet, sem saber de absolutamente NADA sobre o filme, só que era um filme sobre serial-killers, e ficar absolutamente pasmado com a pelí­cula. A hora que apareceu a ví­tima da Preguiça, foi um impacto imenso, porque eu jamais esperava um filme tão sombrio assim. O final, então, nem se fala. Sai do cinema atordoado. Tudo isso por que eu não fazia a mí­nimia da idéia do que o filme se tratava, não sabia quem era David Fincher, e não tinha visto nenhum trailer - o que contribuiu bastante com o impacto emocional que o filme teve em mim.



Hoje, essas coisas não acontecem mais. As vezes, até dá pra se surpreender em algum filme com alguma coisa, mas numa escala muito, muito menor.



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Pirate: Guybrush Threepwood? That's the most ridiculous name I've ever heard!

Guybrush: Well, what´s your name?

Pirate: Mancomb Seepgood.

Foto de quase nada

Basta ter força de vontade, estou me limitando ao máximo de ler sobre o novo filme do David Lynch, não vi nem o tal teste de camera.