Savassi Festival 2008

Foto de Terenzi

 

Assim como nos últimos anos fui ao Savassi Festival. Este ano o Festival se chamou Savassi Festival Jazz & Lounge, com certeza para tentar chamar um público maior do que nos outros anos.

Funcionou. Nunca vi o festival tão cheio. Estava tão cheio que ficou ruim. Muito difícil chegar até os palcos e a maioria do pessoal não foi por causa dos shows e sim pelo evento em si. Ou seja, tinha muita gente esquisitinha (Emos, Indies, Gays, lésbicas e simpatizantes em geral) e esta gente esquisitinha estava lá só porque lá estava cheio de gente esquisitinha. Acho que já está na hora de começar a cobrar pelo Festival (até hoje foi só levar 1Kg de alimento não perecível) Pelo menos pra dar uma filtrada e também pra poder usar a grana pra tentar trazer uma ou duas atrações de mais peso pro Festival. Enfim, vamos aos Shows.

 

Cheguei por volta das 15:50 e peguei os três últimos acordes do show do Mauro Rodrigues. Não posso falar nada do show. Mas tenho certeza que foi bem apresentável. Passei uma hora escutando DJ e tentando atravessar o palco por causa da quantidade de gente. Os próximos shows começavam as 17:00. Fui pro palco Vera Cruz pra assistir o Show de uma banda paulista chamada A deriva.

 

O Show foi muito decepcionante. A banda é na verdade um quarteto. Um baterista, um baixista, um saxofonista e um pianista. Todos os integrantes são bastante competentes mas falta inspiração nas composições. Tocar composições próprias é outro erro da banda. As músicas são muito óbvias em alguns momentos e extremamente sem liga em outros. O nome da banda é realmente apropriado. Falta algo no quarteto pra conduzir as músicas. Tudo é muito solto e sem criatividade. Não gostei mesmo. O estilo do grupo é algo próximo de Hard Bop porém com uns toques latinos. É meio difícil explicar mas digamos que eles fazem um Jazz mais elaborado, complexo e sem concessões ao Pop. Porém não fazem isso com muita competência e é justamente isso que não gostei.Mas agora, pensando melhor, acho que na verdade o GRANDE problema do quarteto é a antipatia. São todos antipáticos em especial o líder do grupo que é o saxofonista. Ele é um cara parecido com o Oswaldo Montenegro ( o que já é um problema por si só) e fala com o público como se fosse muito superior a todos. Até no mestre de cerimônias ele deu uma tirada. Endim, talvez em outro palco, outro dia e com outro espirito eu até curtisse a banda mas naquele dia, não rolou.

 

Sai de lá no final do show e fui procurar outra banda que me agradasse mais. Assisti alguns poucos minutos da apresentação do Scott Feiner & Pandeiro Jazz. É uma dupla. Um pianista simplesmente foda e um cara em um pandeiro. Eu não conhecia. Não sabia que era possível fazer Jazz com um pandeiro. Coisa de louco. Humilhação com qualquer pagodeiro brasileiro. Até perdi um pouco do preconceito que tinha em relação a Pandeiros. Só que vi pouca coisa do Show porque não arrumei lugar. Tava muito cheio este palco. Andei mais um pouco e fui ver o show de uma mineira chamada Maria Bragança.

 

Aquilo não é Jazz. Se o A deriva faz um jazz totalmente sem concessões, a Maria Bragança faz justamente o contrário. Tinha até gente dançando Forró no pé do palco. Não consigo nem dizer se achei ruim ou não. Ela estava simplesmente no lugar errado. Não sou puritano em relação a Jazz. Gosto de algumas concessões ao Pop e as culturas regionais mas aquilo foi demais. O Show terminou com uma versão de Maria Maria que poderia muito bem ter o Milton Nascimento nos vocais.

 

Já estava quase desistindo e indo embora quando começou o show do Engstfeld-Weiss Quartet. FINALMENTE um quarteto foda no Festival. Eles são alemães. Um Saxofonista, um piano, um baixo e um batera (isso mesmo, idêntico o A Deriva) Já começaram o show com uma versão de Round Midnight que faria o mestre Thelonious Monk levantar da cadeira e sentar no piano pra acompanhar. Seguiram com um repertório fantástico passando por Chick Corea, Coltrane e mais uma penca de ícones do Jazz Mundial. O Quarteto tem uma influencia pesada do Jazz Frances e as interpretações são sempre bem próprias e de uma qualidade técnica fora de série. Como se não bastasse o quarteto é todo muito simpático e interagiu muito com a plateia. Nota negativa somente pro Mestre de cerimonias que ao final do show disparou a falar enquanto o baterista segurava o microfone aguardando pra agradecer ao público.

 

Depois deste show ainda tinham alguns bons artistas para se apresentar como a talentosa Eileina da Inglaterra e o Toninho Horta. Mas como eu não vi não posso comentar.

 

Balanço final. O festival cresceu muito em tamanho e popularidade mas pecou um pouco na escolha dos artistas. Acho que será preciso repensar um pouco o formato pro ano que vem mas continua sendo uma ótima pedida pra quem está em BH.

 

Foto de Stryder

A dupla de piano e pandeiro é ótima. Eles estiveram no Rio ano passado, se não me engano. Acho que a única coisa que sinto falta no som deles é de um baixo.

Foto de Odnanref

Terenzi, você conhece Benjamin Herman Kwartet? Eles se apresentaram recentemente aqui na minha cidade e realmente são muito bons.

Conheço pouquíssimo de Jazz, mas sempre tive interesse em conhecer o estilo. Você poderia me indicar algumas coisas interessantes pra eu baixar?

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Se eu copio um autor, é plágio. Se copio vários, é pesquisa.

Foto de Terenzi

Cara, o Benjamin Herman é um saxofonista tipico de HardBop pelo que me lembro (é o holandes mesmo né?). Não é todo mundo que gosta de HardBop de início.(eu gosto bastante) mas o estilo do Herman é mais direto, com pouca concessão a modernismo e firula. Se você realmente gostou do show do quarteto dele procure estes nomes aqui que deem te agradar: Art Blakey Clifford Brown Freddie Hubbard John Coltrane Max Roach Sonny Rollins Wayne Shorter Wynton Marsalis De preferencia pro Coltrane e pro Sonny Rollins.

Foto de Odnanref

É o holandês sim, Terenzi. E os caras são super simpáticos.

Hoje a noite já vou baixar esse povo aí. E você ainda indica alguma 'fase' deles ou o que vier tá bom?

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Se eu copio um autor, é plágio. Se copio vários, é pesquisa.

Foto de Terenzi

Pode baixar qualquer um sem medo. Quando chegar em casa dou uma olhada nos nomes dos que acho mais legais e posto aqui.

 

P.S. Ta vendo, eu fui brigar com o Lucci agora ficou pouquinha gente interessada em Jazz por aqui. bem feito pra mim.

Foto de p7

dei uma passadinha rapida no festival esse ano e tive exatamente a mesma impressao, gente demais, fas de menos.uns amigos ate foram embora. e no final so assisti o bom quarteto alemao.

quanto as recomendacoes cito o herbbie hancock... eita!

 

Foto de Odnanref

terenzi, já comecei a ouvir suas recomendações (não me regunte quem e/ou qual música ... primeiro faço um audição geral pra depois me aprofundar).

Mas já tive boas sensações e imaginei boas cenas cinematográficas ao som dessas maravilhas.

No decorrer da minha percepção, vou deixando minhas impressões aqui e pedindo mais sugestões/opiniões.

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Se eu copio um autor, é plágio. Se copio vários, é pesquisa.