O que mais me impressiona além do quão grande essa banda ficou depois de um começo modesto (lembram-se da época - saudosa - de Parachutes?), é eu ainda ligar para eles depois de X&Y, e depois de ter visto como eles são burocráticos no palco. O Chris Martin parece que tem um botão de liga/desliga, que alguém aperta antes do show começar, e desliga depois que tudo terminou. Ele fica o tempo inteiro fazendo macaquices no piloto automático, debaixo de um show de luzes sub-Pink Floyd, cantando as músicas pouquíssimo inspiradas de X&Y entre um hit memorável e outro. Ficou difícil levar a banda a sério, mesmo com um grande álbum na discografia (eu adoro A Rush of Blood to the Head).
Eu não cheguei a acompanhar toda a trajetória de Viva la Vida na imprensa, mas assim que o disco completo vazou, não hesitei e baixei imediatamente. Abri este tópico para colocar minhas impressões, faixa a faixa. Chamar o Brian Eno para produzir, dizer que o disco tem "influências hispânicas", adotar o nome de uma pintura da Frieda Kahlo e colocar uma das imagens mais batidas da história da humanidade na capa é desanimador e dá uma certa impressão de desespero por parte da banda. Mas vamos lá:
- Life in Technicolor - O disco abre com uma faixa instrumental à la Postal Service. Não impressiona, mas me deixou razoavelmente otimista pelo resto do disco;
- Cemeteries of London - Faixa inofensiva. Tenta ser épica e grandiosa, mas é um tanto chata e sem graça. As tais influências hispânicas do disco, ao que parece, vão ser castanholas no fundo de uma guitarrinha estilo U2. Medo;
- Lost! - Tem umas letras ridículas ("Just because I'm losing, doesn't mean I'm looooost!"), mas é a primeira música relativamente memorável do disco. Se eles tivessem pulado Cemeteries of London e partido direto para Lost! depois de Life in Technicolor, o disco teria começado bem;
- 42 - Esta faixa me animou, lembra um pouco o Coldplay de que eu gostava um tempo atrás. No começo é uma baladinha chorosa, Chris Martin está todo magoadinho. Depois acelera e fica um pouco mais agressiva e pegajosa, antes de voltar ao chororô inicial. Bem bacana;
- Lovers in Japan - Faixa totalmente U2, mas até que é legalzinha;
- Reign of Love - Baladinha chata. Pelo menos é curta, não dá tempo de cair no sono;
- Yes - Uma faixa totalmente qualquer coisa. De certa forma é o Coldplay de volta no modo Radiohead, mas parece mais o cover de uma faixa genérica do Dandy Warhols e vai para o skip na segunda vez que eu ouvir o disco. "I'm just so tired of this loneliness", canta Martin. Whatever, who cares?;
- Chinese Sleep Chant - Coldplay shoegazer...essa banda parece não ter a mínima idéia do que está fazendo. Meio constrangedor;
- Viva la Vida - Faixa chatérrima, Jesus. Não aguentei e pulei;
- Violet Hill - Já falamos sobre essa em outro tópico. Ouvi de novo, e continuo com a mesma opinião. Equivale a uma faixa medíocre de um disco medíocre do U2;
- Strawberry Swing - Boa música, encaixaria bem em um setlist composto de faixas do primeiro e segundo discos do Coldplay. Nada espetacular, mas dá para ouvir de novo numa boa;
- Death and All His Friends - Bonitinha a faixa, mas não me sinto motivado a ouvi-la pela segunda vez;
- The Escapist - E o disco termina como se não tivesse começado. Triste.
Primeira avaliação: Mais ou menos no mesmo nível de X&Y.
Acho o X&Y bem chato. Até gostei na primeira vez que ouvi, mas não consegui passar da segunda.
Cale-se, Bennett! O Brian Eno é ótimo.
Quanto ao resto, concordo.
Você não poderia ser mais objetivo.
Achei esse disco bem pior que o X&Y. Aquele tem Talk, tem Speed of Sound, que são boas músicas. Esse não tem nenhuma realmente memorável.
Eu sabia que você ia postar um faixa a faixa, então tentei escutar o disco com atenção pra conferir depois as opiniões... e fiquei com preguiça de terminar. Só fui escutar Strawberry Swing hoje -- é uma boa música, mesmo, mas a liga só bate pra valer quando entra aquele violãozinho, já na segunda metade.
Totalmente sem noção a forma como eles saqueiam o baú dos srs. Paul Hewson e David Evans. E se ele tá so tired of this loneliness, tendo a Gwinneth em casa, manda ela pra mim!
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Ninguém entende a minha arte...
![](http://img171.imageshack.us/img171/1792/martiniw9.jpg)
E os fãs sem noção do Coldplay no Orkut estão desculpando o disco, dizendo que se trata de algo "experimental". Tipo, "é a proposta deles, sacou?"
Tucanaram a incompetência.
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Entre Coldplay e "Cãozinho dos Teclados" eu fico com o Frank Aguiar. Vão tocar pianinho na casa do satanás.
So looooonelyyyyy!!!
![](http://img205.imageshack.us/img205/4017/chrismartinnc4.jpg)
Destaques da comunidade no Orkut:
I'm gonna fix youuuuuu, Dré...
![](http://img406.imageshack.us/img406/9667/fixyouhn0.jpg)
Tradução: pode fazer qualquer merda que tem os fãs pra apoiar.
Esse foi o comentário mais absurdo do verdadeiro colar de pérolas que o Bennet coletou.
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Ainda não ouvi, mas tenho certeza que é um bom disco. Melhor que os outros? Não sei. Mas sempre compro CDs das bandas de quem sou fã, o que me dá a obrigação de justificar os dobrões gastos.
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Se eu copio um autor, é plágio. Se copio vários, é pesquisa.
Alguém precisa chamar o Cabeto para dar um jeito no pessoal do Coldplay.
É como disse o Dré: Coldplay é o novo Roupa Nova. Senão vejamos:
Coldplay canta "Behind the sun"
Roupa Nova canta "Raio de sol"
Coldplay canta "Daylight"
Roupa Nova canta "Clarear"
Coldplay canta "God put a smile upon your face"
Roupa Nova canta "Tributo ao sorriso"
Coldplay canta "Viva la vida"
Roupa Nova canta "Nos bailes da vida"
E olha que eu nem comecei a comparar as letras de "Lips like Sugar" com coisas como "Lábios com sabor de hortelã", de "Tímida"...
vale lembrar ao amigo n00b que o 'lips like sugar' gravado é um cover do echo & the bunnymen, nao foi escrita pelo longplay.
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Se eu copio um autor, é plágio. Se copio vários, é pesquisa.
Bem, hoje o McCullouch virou uma Naomi Campbel, arroz de festa no Brasil.
Mas o show do Rio de Janeiro de 1987 é considerado por quem o viu e pela própria banda como o melhor de sua carreira.
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O que dá no mesmo.
Echo & the Bunnymen canta "Forgiven"
Roupa Nova canta "Perdoa"
Echo & the Bunnymen canta "When it all blows over"
Roupa Nova canta "O sonho acabou"
E ainda preciso fazer uma comparação mais aprofundada entre "Silver" e "Chuva de Prata".
vale lembrar tambem que roupa nova é uma puta banda legal, MESMO.
Eu continuo ouvindo U2.
dois, pringles.
Concordo. Roupa Nova teve seus momentos na construção da identidade amorosa da juventude brasileira novelista dos anos 80. Hoje, como a maior parte das coisas que brilharam naqueles anos, virou tosqueira. De qualquer forma, toda banda que lança CD especial de Natal merece sempre o nosso respeito. Olha só a letra de "Natal todo dia":
"Um clima de sonho se espalha no ar,
Pessoas se olham com brilho no olhar,
A gente já sente chegando o Natal,
É tempo de amor, todo mundo é igual.
Os velhos amigos irão se abraçar,
Os desconhecidos irão se falar,
E quem for criança vai olhar pro céu
Fazendo pedido pro velho Noel
Se a gente é capaz de espalhar alegria,
Se a gente é capaz de toda essa magia,
Eu tenho certeza que a gente podia
Fazer com que fosse Natal todo dia!"
Muito foda essa letra. Eles devem ter feito um concurso de poesia com crianças de até dez anos e o textinho vencedor virava a letra da nova canção da banda. Esse CD saiu no final do ano passado. Se correr ainda dá pra encontrar nas lojas. deve estar tudo naquelas caixas de saldão. Baixar é crime e Papai Noel pode estar vendo.
DEFiNITIVO! Excelente disco.
Ganhei e pude ouvir cada segundo para imprimir uma avaliação derradeira.
Life in Technicolor - para quem não sabe, trata-se da técnica de colorir filmes antigos, em PB. Dica: deite, de preferência em um ambiente escuro, feche os olhos, sincronize sua respiração, imagine uma tela recebendo uma aquarela e lembre-se que nós vivemos num mundo lindo. Ótima introdução - Nota 10;
Cemeteries of London - não gostei muito e achei estranho colocarem as tais influências hispânicas justo numa faixa com esse título - Nota 6,3;
Lost! - triste, melancólica. Mas, todos os discos deles, mesmo quando querem ser otimistas, têm desses momentos - Nota 8,7;
42 - começa meio Richard Claydermann. Mas ela vai crescendo e em alguns momentos lembra músicas do Down On The Upside, do Soundgarden. Ela termina devagar, mas fica na cabeça - Nota 9,1;
Lovers in Japan/Reign of Love - Fiquei puto. 'Esconderam' uma música na quinta faixa e me fizeram perder a sincronização da respiração. E nenhuma das duas é muito interessante - Nota 7,0;
Yes/Chinese Sleep Chant - Outra música dupla, mas dessa vez a história muda. Yes deveria, na verdade, chamar-se OHH Yesss. É o clímax, senti-me flutuando, vocal diferente. E, a sequência, apesar de made in China, não veio quebrada e permite uma aterrissagem suave - Nota 10,1;
Viva la Vida - A do Ricky Martin ficou melhor - Nota 5,9;
Violet Hill - no inícia, soa estranha. Será que eles vão ousar? Nem tanto, mas apreciei bastante - Nota 9,0;
Strawberry Swing - imaginei uma dança numa plantação de morangos - Nota 8,8;
Death and All His Friends - simpática. Ainda precisa ser melhor ouvida - Nota 8,0;
The Escapist - um pedido de bis. Uma renovação do caráter, purificação da alma, mas o loop não pode ser eterno - nota 9,9.
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Se eu copio um autor, é plágio. Se copio vários, é pesquisa.
Isso me faz lembrar do Redneck Wonderland do Midnight Oil. Depois de fazer um som "australiano", com surf music, punk e rock da melhor qualidade, resolveram lançar um album de industrial. O album é até legalzinho, mas como fâ admito que não chega aos pés da discografia dos caras, que depois se redimiram com Capricornia. Mas na época teve gente elogiando a "ousadia", "experimentalismo" e o caralho a quatro do grupo. Porra, o album nao é bom!
Saudações
Ray Jackson
Todo mundo já deve ter visto todos os clipes do Coldplay, mas aqui você pode vê-los todos.
Tem uma música inédita no site oficial, pronta para ser baixada. Corram e garantam o download de Death Will Never Conquer.
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Se eu copio um autor, é plágio. Se copio vários, é pesquisa.