Waking Life (Filme de 2001 mas que só vi hoje, porque me forçaram)
Pois está aí o filme mais chato de todos os tempos. Trata-se aqui de um personagem que vive sonhando (o filme todo é ele acordando, vivendo e descobrindo que estava sonhando, daí acorda de novo etc. um ciclo onírico do diabo), e nesses sonhos ele econtra pessoas pitorescas, todas bem cultas, bem filósofas etc. que vão discutindo acerca de assuntos sobre a existência, sobre a vida. Todo mundo fala como se fosse bem descolado, bem conhecedor do mundo, citando Andre Bazin, Kierkegaard, Philip Dick e o caralho a quatro. O tema das conversas são sempre questões da Filosofia Contemporânea. O filme é repleto de questões existencialistas, políticas, artísticas e tal. Dá para você ficar viajando enquanto relaciona os assuntos a Foucault, Sartre, Heidegger, Husserl e outros viadinhos importantes que trataram dos mesmos assuntos indagados no filme.
A aparência do filme é outra coisa que tem finalidade de ser cool, mas é bem vomitável. Trata-se aqui daquele tal de rotoscópio que permite desenhar por cima da filmagem (eles filmam com atores reais, depois desenham por cima para ficar bem ultra-jovem), tipo aquela abertura da novela Uga-Uga. Algumas cenas ficaram ridículas, pareciam meus desenhos da quarta-série. Dava nojo, sério. Sem contar que eles fizeram os quadros de cada desenho para o movimento com a justaposição desencaixada, gerando um treme-treme sem fim nos contornos das coisas; tinha hora que eu achava que estava bêbado; eu fiquei tonto várias vezes. Se eu tivesse assistido esse filme no cinema, teria vomitado, com absoluta certa (por falar nisso, acho que eu tenho labirintite, sei lá. Cloverfield, por exemplo, me faz passar mal). Continuando: a única cena que caiu bem com esse treme-treme, e que eu ADOREI de tão sensacional que ficou, foi logo no comecinho, quando o moleque está saindo de um lugar: em primeiro plano está o personagem andando rumo a câmera, e atrás dele estava o teto de uma construção com algumas abóbodas e pilastras, e cada uma das abóbadas se mexiam de maneira diferente às outras; ficou surreal essa cena, magnífica. Pena que durou uns 2 segundos.
Bom, até aqui você pode pensar: "Bah, só porque o cara não gostou da técnica com o rotoscópio está falando que o filme é chato tsc tsc". Mas acontece que isso é o mais legal do filme. O resto é muito chato; parece um filme DIDÁTICO de introdução à Filosofia Contemporânea. Não tem arte aqui além dos desenhos, e eu não gostei nem dos desenhos. Então imagina meu desespero ouvindo os personagens filosofando etc. falando da evolução das espécies, do Ser dentro do tempo e do espaço, da banalização da violência e tal. Eu choro, gente, eu CHORO.
Tenho uma enorme aversão por filmes que esfregam os temas na nossa cara, e esse Waking Life é o mais esfregador de todos. Ele quis inovar, quis fazer diferente, fazer bonito, deixar cool pros adolescentes se interessarem por filosofia, MAS FEZ MERDA. Esse filme nem conseguiu atingir seu objetivo, eu acho, sei lá qual era o objetivo. Mas supondo que o objetivo fosse demonstrar questões filosóficas de uma maneira interessante, então perdeu playboy. Esfregar as questões na nossa cara não é uma boa opção.
O Toy Story 2, por exmemplo, - com a crise do Woody entre a eternidade numa prateleira com juventude eterna e a efemeridade com os seus amigos - trata a filosofia de um jeito mais bonito e impactante do que esse Waking Life. Sem contar na cena que o Buzz se vê diante de centenas de outros Buzz; isso dá muito mais pano pra manga do existencialismo do que esse Waking Life.
Desculpem a resenha tosca, com a linguagem e coerência truncada e mal escrita. Mas é que fiquei nervoso com esse filme.
Nota: 3 (Eu ia dizer que esse filme foi feito para os genros presentearem as sogras, para irritá-las com isso etc. Só que poderia ocorrer justamente o inverso: as velhas poderiam gostar dessa merda e começar a filosofar à toa. Imagina sua sogra falando da Condição Humana depois que a dentadura dela cair na sopa. Deprimente).
E aí, alguém gostou desse filme?
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Comé que pode, né? Eu fiz
Comé que pode, né? Eu fiz uma porra de resenha para um filme que provavelmente todo mundo aqui já viu.
Eu vi esse filme em 2001,
Eu vi esse filme em 2001, mas estou bêbado demais para me lembrar se eu gostei ou não.
Eu achei esse filme UM
Eu achei esse filme UM PORRE. Assisti uns quarenta minutos, fiquei de saco cheio e devolvi o DVD a locadora sem ter visto o resto.
O interessante é que o outro filme do Linklater feito com essa mesma técnica de rotoscope, "A Scanner Darkly" (baseado no livro do mestre K. Dick), é bom (apesar de ser também um pouco monótono).
eu vi 15 minutos desse
eu vi 15 minutos desse filme no Telecine 1.
Achei chato e mudei pro canal Brasil onde assisti Os vagabundos Trapalhões e me diverti a valer.