Death Note

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Depois eu volto aqui e posto uma resenha longa, mas quem estiver na entresafra de séries e ainda não viu este anime, pode baixar sem medo. São 37 episódios e eu estou no vigésimo, seguindo o ritmo de 10 por dia. Sem brincadeira, os 10 primeiros episódios justificam o hype que essa série tem recebido, porque são espetaculares. Depois há uma guinada de 180 graus, e é possível dizer que Death Note pula o tubarão...mas mesmo assim continua legal, e eu espero que os últimos episódios recuperem o estilo dos primeiros. É que os primeiros episódios são tão legais, que as mudanças que a série sofre depois a transformam em uma série até legalzinha, mas sem o brilho do primeiro arco da história. É um tubarão pulado não no sentido de que a série fica ruim, mas de que fica apenas bacaninha ao invés de sensacional.

Resumindo bastante, Death Note é sobre um rapaz que acha um caderno em cujas páginas ele pode escrever o nome de qualquer pessoa, que essa pessoa morre. Ele também pode especificar a data e forma da morte. Há regras bem detalhadas sobre o funcionamento do caderno e essa não é sequer a ponta do iceberg, mas é a premissa básica da série.

Tem pacotão torrent no Mininova. Assistam.

Foto de Bennett

Terminei de ver, e digamos que é uma longa e turbulenta viagem, que apesar de não ser perfeita vale muito a pena.

Death Note é um anime em 37 episódios (de 20 minutos cada), baseado, como manda o figurino, em um mangá de mesmo nome, editado no Brasil pela JBC (está no segundo volume, de doze, neste mês de agosto de 2007), escrito por Tsugumi Ohba e desenhado por Takeshi Obata. Também já rendeu dois longas que eu ainda não vi (o Hideo Nakata, segundo a Wiki, vai dirigir um spinoff com base na série), e que foram grandes sucessos de bilheteria no Japão. Descrever a série é fácil, já que é uma mistura de algumas histórias bastante conhecidas, mas a mistura rendeu algo razoavelmente original. É a velha história do pacto com o Diabo, dentro de uma trama policial, com o trivial jogo de gato e rato entre um brilhante criminoso e um brilhante detetive. O interessante é que é uma série totalmente imprevisível, e a história tem vários momentos geniais, ainda que trapaceie um pouco no final das contas, a partir da omissão de algumas informações cruciais. Mas é difícilimo adivinhar para onde tudo está caminhando, e há pelo menos duas reviravoltas enormes, que acabam diminuindo um pouco o brilho da série por virar por demais as coisas de pernas para o ar.

A história é a de um adolescente, cujo nome nada absurdamente ridículo é Light Yagami (ou "Raito", na pronúncia em Engrish), que certo dia encontra um caderno que literalmente caiu do céu, a tal da Death Note. Abrindo o caderno, de páginas em branco, encontra uma série de regras sobre seu funcionamento. As mais importantes são três:

1. O humano cujo nome for escrito no caderno morrerá em 40 segundos. É necessário que o rosto do humano seja visualizado ao se escrever o nome. Deste modo nenhum homônimo morre;

2. É possível especificar a causa da morte, desde que isso seja feito em 40 segundos. Caso contrário a vitima morre de ataque cardíaco;

3. Uma vez que se especifique a causa da morte, é possível preencher os detalhes do evento, o que deve ser feito dentro de um período 6 minutos e 40 segundos.

Há várias outras regras, e boa parte da trama circula em torno delas. Depois de achar o caderno, Light descobre que a Death Note, por mais incrível que pareça, funciona exatamente como descrito. Os cadernos, na verdade, são propriedade de "deuses da morte", os Shinigami (direto da mitologia japonesa), que habitam um mundo só deles e têm pleno controle sobre a vida dos seres humanos. A Death Note chegou até o mundo dos humanos porque seu proprietário, o shinigami Ryuuk, estava se sentindo entediado e decidiu chacoalhar um pouco as coisas (o mundo dos shinigami é um marasmo só). Como Light também estava entediado com a própria vida, o casamento dá certo. Quase um casamento mesmo, porque uma vez perdendo a Death Note para um ser humano, o shinigami fica a ele vinculado, em regime de semi-escravidão, até que o humano renuncie ao caderno ou morra. Light, além de ganhar um caderno que é a arma mais poderosa do universo, também ganha um serviçal demoníaco, e munido com esses poderes sobrenaturais, decide eliminar da terra todos os criminosos e se instalar (literalmente) como um deus entre os mortais, em uma utopia pessoal em que ele, Light, é uma força justa e benevolente. Light é um sociopata extremamente perigoso, e um dos motivos pelos quais Death Note é interessante é justamente o fato de que o protagonista é uma pessoa totalmente detestável, com a qual somos forçados passar a maior parte do tempo (às vezes até torcendo para que tudo dê certo para ele).

Como antagonista, temos o detetive L (em Engrish, "Eru"), um grande gênio que tem passe livre para comandar as polícias de qualquer país do mundo. L é de certa forma parecido com Light, mas sem a sociopatia extremada deste, e de longe o melhor personagem de Death Note. Me lembrou um pouco a época em que eu era criança e ficava impressionado com os poderes de dedução de Sherlock Holmes. L é basicamente um Sherlock Holmes que tem diante de si crimes praticamente impossíveis de serem solucionados, com o complicador de desconhecer a existência da Death Note e suas regras. Mas ele vai chegando lá, e acompanhar a trajetória de L é uma das coisas mais bacanas de Death Note. L é um personagem simplesmente fascinante.

O desenho é longe, entretanto, de ser perfeito. Há alguns problemas sérios, como a total ausência de uma personagem feminina que preste, e um certo tom de misoginia que paira no fundo. Não é questão de ser politicamente correto, apenas que a principal personagem feminina, Misa-Misa, é de longe a coisa mais irritante do desenho, e está lá principalmente para deleite sexual de parte do público (adolescentes do sexo masculino), em uma série que é bem escrita e interessante o suficiente para atingir um público muito mais amplo, para o qual Misa-Misa, a mulher objeto burra e submissa, a gothic lolita que é um primor de vacuidade e futilidade, é repelente e não atraente. Além de Misa-Misa, as personagens femininas ou desaparecem depois de uns 2 episódios, ou são mais ou menos do mesmo naipe (burras e, principalmente, submissas). Os vários coadjuvantes masculinos, por outro lado, são todos muito bem escritos (sem falar, na maioria dos casos, inteligentes). Mas tudo bem, essa cretinice é perdoável diante dos bons momentos de Death Note.

Outro problema são as reviravoltas que eu mencionei acima. Há duas grandes reviravoltas, que marcam pontos de transição entre os três arcos da história. O primeiro arco, que é centralizado na descoberta da Death Note e suas regras por Light Yagami, e na sua perseguição pelo brilhante L, é muito mais interessante do que o segundo arco, cujos detalhes eu não vou revelar. E o segundo arco, a seu turno, é menos interessante mas muito melhor executado do que o terceiro arco, que é um tanto bagunçado. Talvez fosse melhor se tudo tivesse terminado com o primeiro arco, mas no final das contas, é preciso admitir que Death Note dá suas voltas e chega a lugares que são longe de ser óbvios se apenas considerarmos sua premissa básica. E há bastante mérito nisso.

Pacotão de episódios:

Inglês

Português

Foto de Guybrush Threepwood

Puta merda, acabei de assistir aos dois primeiros episódios e acho que é não fico tão empolgado com uma série logo nos primeiros episódios desde Lost. E olha que eu nem curto muito animê.

Foto de Fabio Negro

Eu li o primeiro mangá e não sei se é porquê em 2006 e 2007 eu vi japanesada demais - só que eu não me empolguei muito, não.

Mas o traço desse cara é bom demais.

Foto de Bennett

Veja o anime. Sério, é sensacional.

Foto de rodriguez

Comecei lendo o mangá mas cansei, terminei no anime. A história tem uma reviravoltas que irritam, fora o falatório gigantesco que torna qualquer cena pequena nisso aqui.

Mas apesar de cansativo é um anime excelente, recomendo também.

 

Foto de Bennett

Eu acho que o falatório dá um charme especial à narrativa. Não poder acompanhar o raciocínio do Kira de primeira dá a impressão de que ele de fato é uma pessoa brilhante.

Foto de Fabio Negro

Poxa, no mangá, pelo menos, o Kira fala bastante, mas o
raciocínio dele é muito claro.

Ainda assim, a gente tem a impressãode que o cara
é um computador humano.

Vi umas reclamações de que a qualidade da animação é muito tosca em elação ao desbunde da arte no mangá. Confere?

Foto de Bennett

O raciocínio dele continua sendo claro, mas a narração é rápida demais. Você ou presta MUITA atenção ou volta atrás para ouvir de novo. Já a qualidade da animação não deve em nada à qualidade do mangá. Papo de otaku sem-vergonha, esse.

Foto de rodriguez

Não é a questãod o raciocínio que me irrita, mas o prolongamento execessivo que acontece sempre. É muito falatório para no final se resumir a algo "então vamos blefar".

No mangá isso cansa muito após algumas dúzias de capítulos. 

Foto de Fabio Negro

Ah, só uma coisa: eu concordei que o Kira é inteligente, mas eu quis dizer que o L é que parece inteligente, o cara que vai tentar descobrir quem é o assassino mundial de bandidos.

Kira é um perosnagem meio emo, pra mim, acho que ele enfraquece um pouco a história. O cara é revoltado, quer promover a justiça e governar o mundo.
Meio vilão do Herculóides.

Foto de Bennett

Eu concordo que o L é mais inteligente que o Kira [spoiler](que teve sorte de conseguir indiretamente matar o L). [/spoiler] Mas isso não muda o fato de que o Kira é inteligente.

Foto de Fabio Negro

Tu foi um filho-da-puta agora e me contou um spoiler ou... [spoiler]...você tá falando de quando o Kira mata um cara que todo mundo pensa ser o L?[/spoiler] Eu acho o Kira inteligente, mas se aquele demônio não andasse com ele, já teria se ferrado logo no começo.

Cara, a cena dele escrevendo um milhão de nomes no Death Note com música erudita e ele dando umas braçadas lôkas... é alfa brega!

Foto de Bennett

Me esqueci de que você não viu todo o desenho...te contei a cena de maior impacto em todo o anime. =(((

Foto de Fabio Negro

Não, que que eu faço agora com esses 4 episódios de Death Note, porra! O QUÊ?!

*esmaga uma romã contra a testa*

Foto de Bennett

Assiste, continua sendo bacana mesmo você sabendo o que acontece lá pelo final do segundo terço da história.

Foto de Fabio Negro

Não, agora tá estragado.
Minha esperança é esquecer isso (o que acontece com a maioria dos spoilers que me pegam) e assistir isso no meio do ano.

Vou ver se estréio Evangelion ou Cowboy Bebop, ou se continuo com Slam Dunk ou Naruto.

Foto de Bennett

Eu preciso ver Evangelion, por falar nisso. Nunca vi.

Foto de Fabio Negro

Vi numa votação aí que a música de abertura do Evangelion foi eleita umas das 100 melhores músicas de anime.

(A primeira foi de algum dos Gundam e a segunda foi a música de abertura da primeira série do Dragon Ball, aquela com o Goku criança. Essa eu conheço, é legal, mesmo.) 

Agora, muita gente diz que é um anime meio cabeçudo, meio Dragodard Ball.

Foto de rodriguez

Eles ficam falando falando até a gente não entender nada. Mas mesmo assim é muito bom, totalmente anticlimax e cabeçudo meio Kubrick (no bom sentido), envolve coisas como singularidade, evolução e mais algumas coisas que não entendi muito bem na verdade.

Um ótimo final.

Em compensação o começo do anime é chato demais, em alguns momentos parece Love Hina. Mas aguente até o episódio 14, 15, daí é downhill.

Foto de Bennett

Pô, Love Hina é legal.

Foto de Fabio Negro

[quote=Bennett]Pô, Love Hina é legal. [/quote] hugooooooooooooooooo

Foto de rodriguez

O mangá de Love Hina eu achei legal, só o anime que não consegui assistir mesmo - vai ver foi por causa das vozes. Minha resistência é altíssima a esse tipo de humor colegial/japonês daquele jeito gritado e berrante.

 

Foto de Bennett

Eu não tenho vergonha de admitir que adorei Love Hina, do começo ao fim.

Foto de rodriguez

Nem é essa questão, foi um dos primeiros mangás que completei coleção até. Eu curti pacas, tenho outras coisas parecidas aqui.

Eu não gostei foi do anime, não consigo assistir mais de alguns minutos, perde totalmente a graça pra mim. 

Foto de Bennett

Eu só vi o anime, apesar de ter comprado o mangá completo. É que eu vi o anime antes.

Foto de Fabio Negro

Não, desculpa aí, não acho nenhuma ruindade.
Só que o anime começa chatão, com uma pegada muito clichê-ruim, com o looser, a gostosa, uma pensão de gostosas...

Enquanto Midori no Hibi é beeem clichê-bom, com o outsider-fodão-não-pega-ninguém, a garota tímida e romântica, etc.

Só não aproveitaram a melhor idéia, A MELHOR IDÉIA que esse anime suscita: o cara tem a sua mão substituída pelo corpo em miniatura da garota que é apaixonada por ele. CADÊ A PUNHETA?!

Foto de Guybrush Threepwood

Acabei de ver, realmente excelente série. Contudo, é muito irregular. Eu quase desisti de continuar no "arco Yotsuba", que eu achei meio fraco, mas no terceiro arco as coisas melhoram significativamente (embora não alcance a maestria do primeiro). Os dez primeiros e dois últimos episódios em particular são foda.

Bennett, viu que tem um jogo para DS baseado no mangá? 

Foto de Bennett

Eu vi que tem um jogo de DS (acho que até tem dois jogos), mas não houve tradução. Daí fica meio difícil!

Foto de Guybrush Threepwood

As vezes o jogo é bilingual. Tem varios games japoneses que tem opção de inglês.

Ah, baixei o longa live-action e comecei a assistir. Vi uns quarenta minutos. É MUITO ruim. Vou esperar o filme-solo do L, esse deve ser interessante.