Mulher descendo o cacete em filme petista? Só pode ser milagre, hj vai chover!

Foto de quase nada
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Uma fraude chamada 'Johnny'

Por Sylvia Colombo (da Reportagem Local)

 

A pior produção do cinema brasileiro desde a fraude de "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", "Meu Nome Não É Johnny" atingiu nesta semana 1 milhão de espectadores no Brasil. É uma pena que, depois do show de roteiro e montagem de “Tropa de Elite”, um filme com a trama levada de modo tão arrastado e preguiçoso faça tanto sucesso. Era de se esperar pelo menos um pouco mais de rigor crítico por parte das platéias. 

Se o filme de Cao Hamburger procurava copiar as fórmulas de sucesso de filmes latino-americanos como “Kamchatka” ou “Machuca”, o de Mauro Lima descaradamente reúne ingredientes manjados da produção recente brasileira. Estão ali a malandragem carcerária de “Carandiru”, os horrores de uma prisão psiquiátrica de “Bicho de Sete Cabeças”, um banditismo nostálgico de “Cidade de Deus”, o encanto da violência e o “charme” do submundo urbano de filmes de Beto Brant.

A prática não se limita ao cinema nacional; "Johnny" absorve até elementos típicos de Quentin Tarantino. A certa altura, há um diálogo, conversa fiada, entre dois personagens que confundem Tarcísio Meira e Francisco Cuoco. Seria gracioso se não fosse uma verdadeira cópia de um recurso usado por Tarantino _sacar fantasmas do esquecimento e transformá-los em referência cult. A menção poderia ser um gesto carinhoso de reverência ao diretor norte-americano. Porém, num contexto de tantos pequenos plágios, a cena acaba virando só mais um deles.

“Meu Nome Não É Johnny” segue uma toada previsível. João Estrella é um garoto de classe média que era arruaceiro na infância e torna-se um adolescente revoltado após a separação dos pais. Num inocente encontro com amigos na praia, dá seu primeiro “pega”. E, do inocente baseado, logo se transforma em viciado em cocaína. Sem o apoio dos pais _a mãe, distante, e o pai, adoecido, com um apelativo câncer de pulmão_, João “se perde” nas drogas”. Dizer que essa trama é um exemplo de moralismo raso seria um chavão. Dá até preguiça.

Os falsos anos 80
A história se passa nos anos 80. E, para criar o clima dessa década, os recursos são os piores possíveis. Como se não bastasse João possuir um Passat e um punhado de gírias oitentistas surgirem a cada diálogo, tenta-se também criar, de um modo romântico e nostálgico, o contexto que produziu artistas como Cazuza. Adivinhe só, basta juntar rock, álcool, sexo e desesperança política, que o resultado imediato será a produção de sonhos e tragédias heróicas.

Só que tudo é tão mal-feito _o casting principalmente_, que essa idéia fracassa. O resultado é artificial não só porque os atores principais não conseguem entrar naturalmente no clima da época mas também porque os figurantes são ainda piores do que eles. Os convidados das festinhas de João Estrella, por exemplo, sempre aparecem rindo para a câmera. Até mesmo quando são expulsos depois do chilique da personagem de Cleo Pires (uma atração à parte de humor involuntário), ou, pior, quando o pai de João tem um ataque cardíaco fatal. Tudo embalado por clássicos da rebeldia classe média de então, com Titãs (“Polícia”, é claro) e outras faixas óbvias.

O clichê da salvação
E temos Cássia Kiss como juíza durona _cuja falta de envolvimento com o personagem só perde para Julia Lemmertz, incapaz de soltar uma lágrima convincente em cenas como a do julgamento que condena o filho. A juíza, no final, vê salvação no caso de João Estrella. Obviamente só porque ele é branco, sincero, tem um olhar de Selton Mello triste (irresistível, não?), e não parece de modo nenhum um bandido de verdade, negro e violento. Dizer que aqui está um outro clichê _seja da ficção, seja da vida real mesmo_ seria também fazer uma crítica repetitiva.

Cadê Selton Mello?
Por fim, onde está o excelente ator que protagonizou “Lavoura Arcaica”, a adaptação para o cinema do livro de Raduan Nassar? Apesar de, em “Meu Nome Não É Johnny”, Selton Mello ser exposto por todos os ângulos e com todas as expressões possíveis, não se vê ali nem um vestígio do talento que o ator demonstrou ao encarnar o atormentado André, do filme de Luiz Fernando Carvalho. É difícil adivinhar a que mais se presta o longa a não ser para abrir espaço para uma arrastada egotrip de Selton Mello.

Foto de Marcus

Hehehe. A vaca tá reclamando que o filme teve muitos espectadores...

Essa é nova. E o contraponto é um filme que copia Charles Bronson e outras merdas piores do cinema americano.

O mundo tá perdido mesmo.

Meu blog

Foto de Bennett

Engraçado é que mesmo depois de toda a publicidade, eu tenho zero vontade de ver Meu Nome Não é Johnny. Eu simplesmente não ligo.

Foto de quase nada

[quote=Marcus]

Hehehe. A vaca tá reclamando que o filme teve muitos espectadores...

Essa é nova. E o contraponto é um filme que copia Charles Bronson e outras merdas piores do cinema americano.

O mundo tá perdido mesmo.

Meu blog

[/quote] 

Não falei que tu era petista?

E Tropa de elite não tem nada de charles bronson, quem está dizendo isso sou eu, então é bom anotar.

Foto de quase nada

[quote=Bennett]Engraçado é que mesmo depois de toda a publicidade, eu tenho zero vontade de ver Meu Nome Não é Johnny. Eu simplesmente não ligo. [/quote]

Se passar no intercine brasil, talvez eu veja.

Foto de Marcus

Embora eu não seja, não tenho nenhum problema em me chamarem de petista. Pior seria se me chamassem de reaça, ou pior, de admirador de Charles Bronson.

Meu blog

Foto de Fabio Negro

[quote=Marcus]

Pior seria se me chamassem de reaça, ou pior, de admirador de Charles Bronson.

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Tu assistiu o primeiro Desejo de Matar? Tu assistiu Os Doze Condenados? Tu assistiu Sete Homens e Um Destino? Tu assistiu Era Uma Vez no Oeste? Tu assistiu O Grande Búfalo Branco? Tu assistiu Fugindo do Inferno?

Seria uma honra se te chamassem de admirador de Charles Bronson.

Foto de Ray J

[quote=Fabio Negro]

Tu assistiu o primeiro Desejo de Matar? Tu assistiu Os Doze Condenados? Tu assistiu Sete Homens e Um Destino? Tu assistiu Era Uma Vez no Oeste? Tu assistiu O Grande Búfalo Branco? Tu assistiu Fugindo do Inferno?

Seria uma honra se te chamassem de admirador de Charles Bronson.[/quote]

Fabio, você subiu no meu conceito depois dessa. 

Saudações
Ray Jackson

Saudações
Ray Jackson

Foto de Guybrush Threepwood

Olha, eu tenho discordado do Fabio em quase tudo, mas nessa eu tenho que cumprimentá-lo... o Charles Bronson foi um ícone e uma lenda das telonas. Fabio, cê só esqueceu de citar "O Lutador de Rua", outro clássico do mestre.

Foto de quase nada

Guybruxe, vc discorda de todo mundo, quer saber o motivo?

Vc é um usador de all star, escutador de radiohead e amante das artes lindas, ou seja, um EMO.    

Foto de Bennett

Foto de Marcus

Eu sabia que a reação seria essa. Eu só estava esperando pra saber quem falaria em primeiro lugar.

O cara só sabe fazer uma cara e esteve em alguns bons filmes (Desejo de Matar não é um deles) entre um monte de porcaria.

O que eu achei interessante foi como uma pequena provocação, quase uma piada, consegue gerar uma reação dessa. Eu quase visualizo você, Fábio, batendo no peito com orgulho pra falar do Bronson, como se o mero questionamento da qualidade dele como ator fosse uma ofensa.

O Joio pra mim é diversão e não pra me envolver emocionalmente nas questões que a gente discute. 

Meu blog

Foto de Dylan

Eu mandava naquela Rafaela Mandelli.

Foto de Fabio Negro

[quote=Marcus]

Eu sabia que a reação seria essa. [/quote]

Conta aí pra nós os números da loteca, então!

[quote=Marcus]
Eu só estava esperando pra saber quem falaria em primeiro lugar.
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Cê tem um bonequinho de cada um de nós num tabuleiro de xadrez gigante? Agora que você viu quem foi, vai mandar a sua torre contra mim?

[quote=Marcus]O cara só sabe fazer uma cara e esteve em alguns bons filmes (Desejo de Matar não é um deles) entre um monte de porcaria. [/quote]

Desejo de Matar é um bom filme, e ter duas caras é requisito para ser vilão do Batman, não pra ser ator.
Cary Grant só tem uma cara, Arnold Schwarzenegger só tem uma cara, James Stewart só tem uma cara, John Wayne só tem uma cara, Takeshi Kitano só tem uma cara, Chow Yun Fat só tem uma cara...

E no entanto esses e outros atores têm outros recursos, como postura, entonação de voz, gestos e a coisa indefinível que se pode chamar de "presença". O cara dá vida a um personagem, dá carne a uma pessoa que só existe no papel, e a gente acredita.

[quote=Marcus]
O que eu achei interessante foi como uma pequena provocação, quase uma piada, consegue gerar uma reação dessa. Eu quase visualizo você, Fábio, batendo no peito com orgulho pra falar do Bronson, como se o mero questionamento da qualidade dele como ator fosse uma ofensa.
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Ah, cara, nem vem! Faz teeeeeeempo que você tá pegando no pé de Tropa de Elite. Em outros blogs, inclusive. Que seria uma manifestação da direita reaça, que é cópia de americano, que é filhote da ditadura, que é carbono de Charles Bronson...

Meu, não é. Ou, se for, e daí?

Precisa ter o Saci escondido em algum frame pra ser "brasileiro legítimo"?
O Brasil não tem tradição em polícia truculenta, em vigilantismo, em tráfico de drogas?
Não tem tradição numa elite que se beneficia das classes baixas, ou mesmo as vê com um ar doce e paternal?
E em falar dessas coisas no cinema? Cidade de Deus não é brasileiro, mesmo tendo a estrutura 94% chupada de Cassino?
 
Bom que você tenha imaginação, mas eu nunca bati no peito pra defender nem Charles Bronson, nem Tarantino, nem Oliver Stone, nem Paul Auster, nem desenho japonês, nem educação construtivista, nem nada.  Eles não precisam da minha defesa e eu não sinto necessidade de defendê-los.
Eu só defendo Frank Miller e Michael Jackson. E feijão por cima do arroz.

De resto, gosto de falar demorada e até apaixonadamente sobre o assunto do momento pois, senão, pra que falar deles?

[quote=Marcus]
O Joio pra mim é diversão e não pra me envolver emocionalmente nas questões que a gente discute.[/quote]

Espero que não seja contra olavetes, ou no blog do Pedro Doria, ou sei lá aonde você anda, que você se envolva emocionalmente.  
Pra mim, comparar opiniões e apresentar argumentos é diversão.
Me envolvo emocionalmente com o meu pai. 

Aqui é pra dar risada, ou mandar tomar no cu, e pronto. Sem traumas, só na amizade.

Foto de Guybrush Threepwood

[quote=quase nada]

Guybruxe, vc discorda de todo mundo, quer saber o motivo?

Vc é um usador de all star, escutador de radiohead e amante das artes lindas, ou seja, um EMO.

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Quase Nada... me dá um abraço? 

Foto de Terenzi

Marcus, não fale bobagem. Se fosse copia dos filmes do Charles Bronson, este aqui seria o Capitão Nascimento

Foto de Bennett

Onde é que eu vejo esse filme do Jackson Antunes?

Foto de Leão da Barra

Fábio e Marcus, mão de amigo agora, se não eu vou ter que chamar os pais de vocês na direção.

Foto de Marcus

A comparação com Schwarzenegger e John Wayne é bem apropriada, afinal são também atores sem talento que têm seus admiradores apenas por ter participado de bons filmes -- que são bons apesar deles.

Se o ator só sabe fazer um papel, é evidente que não presta. Não sei por que tenho que justificar essa afirmação...

Eu nunca defendi "cinema brasileiro legítimo", então pode parar com essa acusação. "O Ano" também é decalcado do cinema americano e eu gostei.

O que quis dizer é que Tropa de Elite não tem nenhuma novidade, e que a defesa apaixonada que tem sido feita dele se deve principalmente a questões políticas e não estéticas. Muitos personagens dele são bonequinhos de papel, e não pessoas reais, e isso ferra com qualquer filme; não tem técnica, montagem, fotografia que dê jeito nisso.

Até por isso também não sou muito fã de Cidade de Deus, que apesar de brilhantemente realizado, tem momentos bregas de doer, fruto de um roteiro que sacrifica a verossimilhança em prol de uma velha estrutura do "bem contra o mal".

Aí vem gente dizer que CDD glamuriza o crime... o Padilha deve ter pensado, "esse pessoal é muito burro, é melhor desenhar, né? Vou fazer um filme que diga explicitamente que há um lado bom e um lado mau, e explicar isso didaticamente através de narração em off e discurso político elaborado do capitão Nascimento, que fala como se estivesse lendo um livro, ou melhor, um panfleto".

Mas nem é isso que me irrita... eu nem ia ver esse filme, já tinham me avisado como era. Eu vi porque eu queria saber o que é que estava deixando a direita do Brasil tão ouriçada.

Antigamente não se torcia contra um filme brasileiro no Oscar apenas porque ele tinha vencido outro ou, pior, porque "foi escohido por mostrar os 'terroristas' como bonzinhos". Isso é fruto de uma época mais barraqueira, politicamente radicalizada, onde os críticos, em vez de apenas apontarem as deficiências de um filme, o chamam de "fraude" e lamentam quando ele faz sucesso...

O Brasil está virando uma grande Trollnet.

Meu blog

Foto de Guybrush Threepwood

[quote=Bennett]Onde é que eu vejo esse filme do Jackson Antunes?
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http://www.confrontofinal.com.br

O trailer é impagável. 

 

Foto de Marcus

Só pra esclarecer: eu não tive a intenção de atacar ninguém, era só uma brincadeira. Peço desculpas se alguém entendeu assim.

Meu blog

Foto de Bennett

Que ESPETÁCULO o trailer de Confronto Final.

Foto de Terenzi

Confronto FInal é um filme injustiçado. Tem um amigo que tem até a camisa do filme (com aquela foto do poster) pq participou da filmagem que foi feita aqui em BH.

Era filme pra ter o dobro de espectadores de Meu nome não é Johnny mas saiu direto em DVD.... :-(

Foto de Bennett

Eu também gosto dessa coisa de "Uma história que poderia ter sido a sua"

Foto de quase nada