[THE OFFICE] Fechando a temporada com chave de ouro e diamante (SPOILERS)

Foto de Bennett
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Mas que final SENSACIONAL de temporada.

Não faz muito tempo que eu comecei a ver a série, mas já está no meu top 5 de melhores séries cômicas de todos os tempos. Desde Seinfeld a TV americana não engata uma série tão fenomenal, espetacular e essencial quanto essa. Cheguei a assistir ao Office inglês e gostei, mas a série americana é muito, MUITO melhor. E muito diferente, também. Apenas o primeiro capí­tulo tenta imitar o original inglês, valendo-se do mesmo roteiro do piloto da BBC, mas a partir do segundo episódio as coisas começam a divergir radicalmente. E do primeiro episódio da segunda temporada em diante, é uma série completamente diferente. Eu acho a série inglesa meio deprimente, alguns episódios dão até certa agonia de ver...e na verdade, é mais uma mini-série com arcos bem definidos de personagens, com começo, meio e fim planejados desde o princí­pio. Já o Office americano é um livro aberto. Não dá pra saber para onde vai, de agora em diante, até porque esse final de temporada acelerou algumas coisas que eu achei que só iam acontecer lá pela quinta ou sexta temporada. E o tom, apesar de ter seus momentos tristes, é no geral bem mais alegre e vivo, e muito menos emo. O conteúdo, além disso, é muito mais rico.

É raro ver uma série cômica com personagens tão bem desenvolvidos, tão de carne e osso quanto esses de Office. E é uma série em que cada momento conta, com episódios tão complexos (ainda que í  primeira vista simples), que você precisa ver no mí­nimo duas vezes para a) perceber os detalhes que ficam no fundo de cena; b) captar as toneladas de subtexto implantadas cirurgicamente pelos roteiristas e corporificadas pelos atores. Não bastasse ser tão inteligentemente construí­da, a série ainda é hilária. Houve momentos nesse final de temporada em que eu quase caí­ da cadeira de rir - literalmente. E é um riso misturado com enorme constrangimento, em alguns casos (isso é uma das poucas coisas que ficaram da série inglesa, que depende bem mais desses momentos de pura falta de noção dos personagens).

O mais curioso é que todos os personagens, com provável exceção da Kelly, passaram por mudanças perceptí­veis desde o primeiro episódio da primeira temporada até o último da segunda. E não foram mudanças gratuitas ou bruscas. Tudo foi feito de forma muito bem pensada, com uma evolução psicológica extremamente coerente.

No começo, é fácil ter raiva de Michael Scott e Dwight Schrute, mas cada vez mais, o sentimento se transforma em pena misturada com tolerância. No caso do Michael, eu até me pego torcendo por ele. E no caso do Dwight, desde o episódio passado (Conflict Resolution), começo a entender a birra que ele tem com o Jim. Jim, por sua vez, tem se revelado ligeiramente sinistro e babaca. Aqueles trotes que ele prega no Dwight passam um pouco do limite. E Pam...Pam tem se mostrado bastante tonta e sem perspectiva na vida (ao contrário do Jim, nesse caso). Por um lado ela é adorável, mas por outro dá uma certa vontade de bater nela.

Voltando ao princí­pio, esse episódio final acelerou bem duas das linhas narrativas que foram iniciadas na primeira e segunda temporadas, respectivamente: o romance entre Jim e Pam, e o romance entre Jan e Michael e Carol e Michal (que agora virou, nas palavras do próprio Michael, um "triângulo amoroso"). É um risco considerável que os roteiristas estão tomando, mas que torna o futuro da série mais imprevisí­vel e até certo ponto desesperador. Como The Office tem deslanchado, o que raios eles vão fazer na próxima temporada? O que aconteceu hoje entre Jim e Pam é coisa para quinta, sexta temporada...Em relação ao Michael, as coisas são menos complicadas, e tem muita história pela frente. Mas Jim e Pam?

Provavelmente eles vão investir ainda mais nos personagens de fundo, que têm ganhado bastante destaque ultimamente. Creed é particularmente interessante, e um grande filho da puta, mas do tipo de filho da puta que a gente gosta de ver em ação. O mesmo vale para o Dwight, mas no caso de Dwight, o personagem tem ganhado muito em humanidade. Antes ele era apenas exótico. Agora é alguém que você pode até imaginar existindo em algum lugar. O romance dele com Angela tem sido interessante, particularmente por causa dela. Aquela cena em que ele como xerife voluntário dá um bronca de mentira nela é sensacional, com aquele sorrisinho que ela dá. Ela tem feito muito bem o papel, a Angela Kinsey...aquela mistura de cristã recatada com dominatrix enrustida, que ela consegue passar perfeitamente com linguagem corporal, é algo a ser estudado.

Phyllis é outra das minhas favoritas. Ela saindo com o urso de pelúcia do Bob "Vance Refrigeration" Vance, no episódio do dia dos namorados, é uma das melhores cenas da série até agora. Meredith, ainda, acho que tem chão pela frente. E Oscar, Stanley, Ryan, Toby (esse é um personagem particularmente bem escrito)...Eu amo todos esses personagens de fundo, com suas não-histórias que aos poucos vão se transformando em verdadeiras sagas.

Vou sentir muito mais a demora para a estréia da nova temporada com Office, do que com Lost.

Foto de João Lucas

Nem tem o que acrescentar, você falou tudo. Essa série para mim só perde para Seinfeld e Curb Your Enthusiasm.

Eu assisti ao episódio final sem saber que era o último! Esperava que a temporada acabasse com o casamento da Pam. Foi uma Senhora supresa. Realmente eu estou curioso para ver como os roteiristas vão se virar na terceira temporada.

Nesse último episódio o Creed foi o que me fez chegar ao ponto de gargalhar, várias vezes até. A melhor parte foi quando ele se livra das fichas escondidas na manga do paletó para receber seu  prêmio da "Vance Refigeration". ahahahhaha Outra coisa que eu não esqueço é dele se livrando de ser demitido...

Resumindo, The Office beira í  perfeição.

 

Foto de Bennett

E eu gosto do que ele fala também, "Thank you. I have never owned a refrigerator". Hahahahaha!