Anticristo (Antichrist)
Lars von Trier, polaco escroto, antiamericano e filho da puta, faz mais uma de suas artimanhas no mundo da arte. Após ter fracassado ao tentar matar um burro, ele se vinga fazendo um filme pra matar os burros de tédio.
Nada mais me choca no mundo do cinema, a única forma de angustiar os críticos mais gabaritados e experientes, como eu, é trabalhando com a repulsa. Sobre esse papinho do filme ser gráfico, é verdade, há cenas de amputação de xereca, punheta de rola, siririca no matagal e, no prólogo, um close de pica fazendo sexo xanal, dá até pra ver as bolas batendo no campinho, mas com certeza não era o pinto do Willem Dafoe, pois aquele velhote já não dá uma dentro desde os anos 80.
O que me deixou mais nervoso é o fato do filme ser levemente belo. O começo é digno de comercial de xampu de pobre, todo em preto e branco, câmera super lenta (daquelas que o Fantástico usou pra explodir bexiga), lente obtusa e rosqueada, plano fechado, tudo ao som de uma bela ópera. Demora 3 minutos e é uma das cenas mais belas (e bregas) do ano. Esse arrombado do Triers se dizia minimalista, mas o filme é recheado de efeitos, sons e recursos. Dogma? O caralho. Esses caras traem o próprio movimento (são como os petistas que estão querendo voltar com o CPMF).
O que eu mais gosto desses europeus é que eles não têm muito senso de humor, a graça deles é justamente essa. Esse filme é tão sério e pretensioso que chega a ser hilário. Tem uma cena que a mulher pega um toco de madeira e esmaga o saco do cara, até ai tudo bem, o problema é que depois ela toca-lhe uma punheta até ele gozar sangue. Sem falar da famosa cena da raposa falante. Rachei o bico. A raposa olha pra camera e diz "Caos Reina!". Moderno demais.
Assim como seus filmes anteriores, Anticristo é dividido em capítulos, o que me emputece fortemente. Aprendam: filme não é livro. A fluência é diferente, mas tudo bem, isso é coisa de diretor esquisito.
No final fica um cheirinho de picaretagem... tem até agradecimento pro tarkovsky. Mas, analisando o filme de forma academica, nota-se que não é uma obra do Aronofsky, tem um twistzinho bacana e um roteiro aparentemente complexo, cheio de alegorias e metáforas, que não dá pra entender, mas lá no fundo deve fazer algum sentido.
Nota = 3
http://www.youtube.com/watch?v=hw03QayJ2fU&feature=fvw
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A amputação do clitoris,
A amputação do clitoris, assim como o penis dançarino, vá lá, tem algum propósito dentro da história, mas o que eu não perdôo mesmo é a raposa falante.
Eu gostei da raposa falante,
Eu gostei da raposa falante, deu um charme furry ao filme.
É picaretagem, sim, mas é boa picaretagem.
Outra coisa que me revolta
Outra coisa que me revolta nessa cena é que a raposa está com as tripas pra fora, não sou naturebista nem nada, mas acho que foi o Triers que meteu a faca naquele bicho. Se ele quis matar um burro no Manderlay, matar uma raposa seria fichinha. Duvido muito que ele tenha dado sorte de achar uma raposa estripada.
Cara...que filme pesado.
Cara...que filme pesado. Mesmo sabendo de todas as cenas "torture-porn", ainda assim fiquei surpreso - e, admito, chocado - com tamanha coragem do Von Trier e dos atores. Tive q baixar o filme (acho q só estreiou em SP e Rio, pelo jeito...), mas queria muito ter visto isso no cinema só pra ver metade da sala indo embora no meio.
Eu sei lá....não achei ruim mas também achei falho. Fiquei numa sensação meio de indiferença o filme todo. Talvez seja tudo frio demais (e sempre com um pé na canastrice) e nem deu pra se envolver tanto. A angústia é puramente visual, e não pelos personagens ou pela situação em si. Mas enfim....vale como experiência.
Eu vi no Rio numa sala de
Eu vi no Rio numa sala de artes, como foi na estréia, ninguém saiu, acho que todos já sabiam que era um polemofilme. Com o Bruno e Watchmen aconteceu a mesma coisa, com o agravante que foi numa sala de não-artes.
O engraçado é ver esses filmes em sessões mais pra segunda semana, quando começam a aparecer os "cinéfilos paraquedistas", composto por casais caipiras e orelha-secas que vão dar um passeio no shopping e escolhem o filme na hora, "muié, oia que poster manero, esse anticristo é filme de jason, eu vi a propragranda, deve ser muitcho massa".