Tim Festival 2008

Foto de Bennett
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Dia 24, Rio. Resolvi meus problemas com os ingressos. Deixaram para mim na bilheteria e eu peguei. Como cortesia, não me reembolsaram a taxa de entrega. Obrigado Ticketmaster!

  • The National - Bom show, banda legal. Poderia se chamar New York Poser, o vocalista parece que acabou de sair da Apple Store com um iPhone e está a caminho da Starbucks para testá-lo saboreando um caramel macchiato. Mas é bem sério o show, bastante decente. Não é inesquecível ou particularmente entusiasmante, mas convence bem. Eu veria de novo numa boa;
  • MGMT - Não sei se é porque o som estava PÉSSIMO (os problemas começaram durante o National, mas eles conseguiram contornar no espaço de uma música), ou se é porque a banda realmente tocou mal...mas o show é fraco. Eles são simpáticos, até, mas não se sustentam no palco. O vocalista tem um cacoete meio tosco de ficar distribuindo uvas para a galera...dá uma certa vergonha alheia. O ponto alto foi a participação do Har Mar Superstar, que toca com o Neon Neon, em Electric Feel, para vocês terem uma idéia da dimensão da coisa.

 

Foto de Marcus

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Poderia se chamar New York Poser, o vocalista parece que acabou de sair da Apple Store com um iPhone e está a caminho da Starbucks para testá-lo saboreando um caramel macchiato.

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Não sei se entendi direito a piada. O cara tem dessas de se levar a sério de forma caricata, tipo o cantor dos Editors, que imita os trejeitos de um grande bardo trágico no palco?

(esses caras devem achar que Eddie Vedder, por exemplo, é quem é porque sabe fingir direitinho em frente ao microfone)

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Não sei se é porque o som estava PÉSSIMO, ou se é porque a banda realmente tocou mal... mas o show é fraco.

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Eu chuto que a banda não tocou mal neste show... eles são péssimos mesmo ao vivo. Vi um monte de vídeos deles no YouTube e não teve nenhum em que eles não parecessem indigentes como músicos.

Tive a impressão que o cara não tem voz pra cantar. Confere?

Foto de Bennett

O vocalista do National se esforça demais para parecer descolado e cool, e de um jeito estereotipado. Tem um jeitão meio tiozinho (não sei quantos anos ele tem), todo vestido de preto, entra no palco com um look blasé tomando uma cerveja (provavelmente uma Skol) como se estivesse bebendo o melhor vinho do mundo.E a dinâmica da banda, no início, é ele se esforçando para parecer impassível enquanto o resto da banda se contorce e pula pelo palco (e é bastante gente, em alguns momentos 8 pessoas). Depois da metade do show ele começa a soltar a franga e fazer macaquices.

O cara do MGMT talvez tenha voz. O som falho não me permite julgar. Mas que deve ter uns retoques violentos na produção, claro.

Foto de João Lucas

Acho que foi até bom eu não ter ido nesse Tim, iria passar raiva. Bom mesmo deverá ser o Planeta Terra.

Foto de Bennett

Pena que você não veio, João Lucas...a noite de hoje foi a melhor noite que o Tim já teve, com exceção da edição com o show do Belle & Sebastian. Talvez por motivos sentimentais. Não sei.

Resumo da noite:

  • Neon Neon - Como eu esperava, tendo já visto a banda no Fuji, o show foi excelente. O pessoal não conhecia o grupo (com exceção de alguns poucos gatos pingados), mas aos poucos foi sendo conquistado. A virada veio com a entrada de Har Mar Superstar, que foi o grande destaque do Tim este ano. Todo mundo falava nele no final, e ele mesmo fez várias participações especiais em outros shows (MGMT, Klaxons, Dan Deacon);
  • Klaxons - Surpreendentemente bacana. Show bem legal, passou rapidíssimo, o que é um ótimo sinal. No bis, Har Mar Superstar voltou ao palco junto com os Klaxons, vestindo apenas um par de tênis e uma cuequinha, e levou o pessoal à loucura. Na saída havia até um bando de groupies (!!!) que queria a todo custo ver Har Mar no camarim;
  • Gogol Bordello - Violentíssimo o show do Gogol. O Eugene Hutz, na escala Freddie Mercury, vale 1/4 de Freddie em termos de presença de palco e carisma. O que é um monte. Show absurdamente movimentado, com o público detonando a pista com brutalidade e clima de catarse coletiva. Eu vi o show a um metro da grade, algo que dependendo do ponto de vista é o pior ou o melhor lugar para se ver uma apresentação de uma banda como essa. Saí enxarcado de suor (metade não era meu), cerveja e vodka, com o corpo inteiro dolorido de tanta porrada que eu tomei;
  • Junior Boys - Dei um tempo depois do Gogol, porque eu não aguentava mais. Cheguei na última música do Junior Boys. Em disco eu não gosto muito, mas ao vivo é bem bacana. Queria ter visto inteiro, mas não rolou, infelizmente;
  • Dan Deacon - Um dos melhores shows que eu vi em toda a minha vida. O segundo melhor show que o Tim já teve (acho que ainda fica atrás do Belle & Sebastian...mas tenho minhas dúvidas, no fundo). Dan Deacon não toca no palco, toca direto na pista mesmo, e sem cordão de isolamento. Ele até chama o pessoal para ficar do lado dele dizendo que não precisa de espaço. Vi o comecinho do show literalmente do lado do cara, esbarrando nele. E parecia que esse era o único truque do Dan Deacon (o que já seria bacana), mas na verdade o show é um enorme show-gincana, com graus de interatividade que são meio insanos, para falar a verdade (é interessante que ninguém tenha se machucado). A audiência inteira é convidada (meio que obrigada, digamos) a participar de diversas provas, uma por música. Logo no início Dan Deacon pediu para a gente fazer um alongamento, e isso pareceu meio gratuito na hora, uma excentricidade que estava ali apenas para dar um pouco de sabor ao show. Mas em realidade, o alongamento é necessário, porque o show te massacra fisicamente (ainda mais depois da violência do Gogol Bordello). Dan Deacon fez a gente: fazer um concurso de danças no meio de uma roda (com integrantes do público sendo puxados pelos outros membros que já estavam dentro), correr em círculos pela pista inteira (em sentido horário e anti-horário), deitar no chão, correr no meio de um corredor polonês às avessas (quem corre é que bate - faz high five, na verdade - nos membros do corredor), fazer um túnel de quadrilha e passar por baixo (em loop!), e pular durante todo o show feito condenados. Ele também correu por toda a extensão da sala quicando pelas paredes, amarrou um grupo de pessoas com o cabo do microfone, forçou vários abraços coletivos acontecerem entre os membros do público, tudo isso ao som músicas excelentes (quem não ouviu Spiderman of the Rings deve baixar...e escutar pensando naquilo dando o tom dessas brincadeiras). No meio de tantas atrações que se esforçam para parecerem cool, Dan Deacon é o anti-hype em pessoa. Um gordo nerd que incorpora a audiência no próprio show, e faz a gente executar umas macacadas infantis com um sorriso enorme no rosto, perdendo o fôlego com euforia, sem medo de ser feliz. E tudo isso apenas com uma pista ampla, um bando de gente, uma mesa de som, e uma caveirinha estroboscópica que é o sinal do altar onde Deacon coloca a música para tocar e canta (a voz não é playback). Dan Deacon faz as toneladas de equipamento do Kanye West parecerem coisa de principiante, apenas com esses poucos elementos. O pessoal do Neon Neon estava lá, para variar, e Har Mar Superstar, Gruff Rhys e Boom Bip participaram de todas as provas junto com o pessoal, passando por baixo do túnel, ajudando a formar o corredor polonês, se divertindo tanto quanto todos. Dan Deacon faz um show daqueles que te dão fé no universo e te fazem acreditar que existe bondade no mundo. Se vocês tiverem a oportunidade de ir a um show do cara, por favor não deixem ela passar. Ele é brilhante.
Foto de João Lucas

Afff...agora eu já fiquei morrendo de dó de não ter ido! A descrição do show do Deacon ficou parecendo um pouco dinâmica de grupo de certas empresas. : ) Depois vou olhar no YouTube para visualizar a coisa.

O ambiente estava bacana que nem o do ano passado?

Foto de Bennett

O ambiente estava mais ou menos igual, sem aqueles containers. Já estou morrendo de saudades do Dan Deacon.

http://www.youtube.com/watch?v=owCweAH6eME