Kameo: Elements of Power
Segundo jogo de 360, tirando os da Live Arcade, que eu termino... e olha que eu não colocava fé nenhuma. Dos títulos que vieram no kit brasileiro (esse, mais o Project Gotham e o Perfect Dark), era o que menos me chamou a atenção. Bastou jogar um pouco, contudo, para mudar de idéia. No final das contas, eu estava equivocado... em parte. O jogo é BOM, mas tem uns defeitos irritantes.
Vale mencionar que é de um gênero que eu não jogava há muito: o de action-adventures não-adultos, ou seja, daquele tipo de fantasia, com temática mais voltada para criança (nem lembro qual foi o último). É um jogo muito bobinho, bonitinho, fofinho, com uma história basiquérrima. Mas é muito divertido também, com um mundo bastante vivo e colorido.
A história: Kameo é uma princesa elfa, seu reino foi invadido por trolls com a ajuda da irmã traidora e evil, e ela tem que salvar a família. Só. É isso. Tem um twist no final, que você já antecipa nos primeiros cinco minutos do jogo. Mas o legal é que Kameo é herdeira de um poder que permite se transmutar em diversas criaturas, cada uma com habilidades específicas. Por exemplo, existe um ser cheio de tentaculos que permite a Kameo se projetar para lugares mais altos, ou uma espécie de Sasquatch que consegue escalar paredes, etc. O jogo tem vários puzzles (fáceis) que devem ser resolvidos usando uma ou mais dessas formas específicas para passar.
Aí vem o primeiro ponto irritante: tem a porra de um velinho, que foi colocado lá para dar hints ao jogador, que TODA hora acha que você está agarrado. Supostamente, se você sentir dificuldade, você deve apertar Start para abrir o Wotnot Book e pedir ajuda ao velinho. Acontece que o jogo é tão fácil que você nunca precisa. Mesmo assim, ele fica te pertubando... mal você chega perto de um lugar que tem um puzzle, e ele já começa a buzinar teu ouvido: "I sense you need my help!". O CARALHO! Daí você tem duas escolhas: ou dá logo o Start pra ver o que o idoso quer, ou tenta resolver o puzzle rápido para ele parar de encher (o que eu acabava fazendo).
Aliais, eu realmente não entendo essa coisa de puzzles nos games modernos. São todos tão fáceis, tão banais... ainda assim, precisam criar vários recursos para certos jogadores conseguirem passar por eles. Eu mesmo tenho um amigo que só consegue zerar um Silent Hill se tiver uma revista com um "detonado" do lado dele. Acho que esse é um problema da nova geração de gamers: eles não passaram pela fase "adventures de PC", e não conhecem um puzzle de verdade, logo essa dificuldade.
Outro ponto negativo do jogo é o sistema de mira: várias criaturas do jogo tem um ataque de longa distância, e o poder segue exatamente na direção a qual o seu bicho está virado. O problema é que é um jogo em terceira pessoa, sem crosshair, e com um controle de câmera/persoangem com uma resposta meio esquisita. Isso causa uma frustração terrível, por que você gasta horas em momentos que você precisa mirar em determinado lugar para continuar no jogo.
Defeitos e limitações à parte, vale dizer que Kameo é um jogo muito bonito. Não tem o poderio técnico do Gears, mas sob um ponto de vista exclusivamente artístico, é superior. Os cenários são deslumbrantes, as criaturas cheias de vida, tudo muito colorido e bonito como um jogo voltado para crianças deve ser. A trilha sonora também é de excelente qualidade, com alguns temas memoráveis.
No fim das contas, é um jogo realmente bacana, que poderia ser um GRANDE jogo não fosse os vários pormenores dele. Mas valeu a experiência (que, além de tudo, me deu 600 pontos de Gamerscore e vários achievements).
Nota: 7.2
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