Yakuza

Foto de Guybrush Threepwood
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Um bocado de gente tem dito que esse jogo é o GTA japonês. Nada a ver. Não tem (praticamente quase) nada de GTA nesse jogo. A única característica que ambos compartilham, é que você pode ficar zanzando de um lado pra outro na (mini) cidade do jogo, entrar em algumas lojas e comprar algumas coisas. Para por aí. Você não pode roubar nada, e a interação nesse modo de exploração com os personagens/cenário é mínima. Na verdade, o jogo tem algumas características de RPG (exploração, pontos de experiência, upgrade do personagem, subquests etc), mas é no fundo um jogo de porrada, mesmo.

No jogo você assume o papel de Kazuma Kiryu, um soldado Yakuza da família Dojima. Nos primeiros momentos do jogo, você acompanha Kazuma-san em um missão de coleta de dinheiro, e posteriormente, fica sabendo que sua namorada foi levada ao cabeça da família para ser abusada sexualmente. Nishiki, melhor amigo de Kazuma, quase um irmão e também um Yakuza, vai enfurecido tentar salvá-la, e acaba matando Dojima. Kazuma então assume a culpa para proteger o amigo, e acaba sendo mandando para a prisão. Daí o jogo pula dez anos, e é aí que as coisas começam  a acontecer pra valer.

Kazuma está saindo da cadeia e fica sabendo que Yumi (a namorada) está desaparecida desde o assassinato, quando teve amnésia e fugiu do hospital. O clã Tojo está um caos, quando o líder foi assassinado e dez bilhões de ienes foram roubadas do cofre das famílias. Nishiki agora é cabeça de uma família, e se tornou um implacável e sangue-frio interesseiro, que não se importa de passar por cima nem de seus mais preciosos amigos para satisfazer sua sede de poder. Pra piorar as coisas, Kazuma é tido como o responsável pelo assassinato do líder e todos Yakuza estão atrás dele.

O gameplay do jogo consiste em você ficar correndo de uma lado para outro da cidade, conversando com personagens. Frequentemente, você vai se ver no "modo porrada", que é o núcleo do jogo, e que consiste em uma área fechada em que você controla Kazuma vs. inimigos (Yakuzas, gangues de rua e uma infinidade de outros que tentem cruzar seu caminho). O jogo tem random encounters também, as vezes você está zanzando por aí e um punk para pra te chamar de feio e te descer o braço, sem razão. Depois, quando você arrebenta ele, ele pede desculpa e te dá dinheiro (?!?). Deve ser coisa de japonês. Fato é, depois de um tempo isso começa a encher o saco e ficar bastante repetitivo. O próprio modo de luta, embora relativamente variado, devido a enorme quantidade de objetos que você pode usar como arma e os movimentos novos que você pode destravar, cansa depois de um pouco. Em termos de gameplay, infelizmente, Yakuza não impressiona e acaba sendo um game normal e esquecível.

Por outro lado, no entanto, o game acerta em vários pontos: tem gráficos maravilhosos (os cenários são lindos de morrer), uma atmosfera crível (você se sente em uma cidade japonesa, mesmo) e uma história excelente, ainda que previsível em alguns pontos. Aliáis, a história é tão boa que graças a ela você consegue suportar a repetição insuportável do jogo, até o final. Fora o protagonista, que é sem a menor sombra de dúvidas o Jack Bauer do Japão. Tem uma hora que lota de uns trinta punks com taco de baseball ao seu redor - você desarmado. Depois de espancar metade, sob gritos de "this guy is a fucking fighting machine", o resto saí correndo apavorado. Kazuma é um personagem totalmente cool, e dá gosto jogar com ele.

Por isso mesmo, Yakuza talvez funcionaria melhor como um filme ou anime do que como um game. É um jogo que acaba sendo pior que realmente merecia, devido aos problemas de mecânica de jogo que eu citei, mas não deixa de ser uma experiência agradável graças ao poder do roteiro e a reprodução belíssima de uma cidade japonesa infestada de Yakuzas. Recomendável para quem gosta de um game com uma boa história. Quem sabe em uma possível parte 2, o jogo dá certo?

Nota: 7

Foto de Bennett

O Takashi Miike dirigiu um filme baseado no jogo.

Foto de Guybrush Threepwood

Pô, bacana! Pelo teaser dá pra perceber que tá muito parecido, o Goro Majima ficou IDÊNTICO.