The Science of Sleep

Foto de Bennett
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Os primeiros 30 ou 40 minutos deste filme me irritaram profundamente, e eu estava prestes a parar de assistir. Mas resisti bravamente e, no final das contas, valeu muito a pena. Eu recomendo o filme, mas também recomendo agüentar firme até o final.

No começo parece que The Science of Sleep quer ser experimental por ser experimental, com trocentas excentricidades gratuitas. Mas tudo tem razão de ser...é que demora um pouco para que a gente descubra o motivo do filme ser daquele jeito. A divisão entre realidade e fantasia, que parecia ser extremamente nítida no começo, na verdade efetivamente se biparte apenas nos últimos minutos (não estou fazendo spoiler, por falar nisso!). Como o filme se passa inteiramente sob o ponto de vista do Stephane, a gente fica sem muitos indicadores para saber exatamente o que está acontecendo e, justamente porque algumas cenas são patentemente irreais, ficamos com a impressão de que o que parece ser realidade de fato é realidade, sem qualquer distorção de percepção. Isto, somado ao estilo fraturado, hiperativo e metido a maluquete do filme, pode dar a impressão (como me deu) de que é apenas um exercício em excentricidade fútil. Mas não é.

The Science of Sleep é um filme interessante, inteligente e atípico, mas que não está nem aí para a audiência e corre o risco de afastar muita gente antes de conseguir passar sua mensagem (talvez fosse melhor colocar mensagem entre aspas, mas vou deixar sem). Digamos que é um filme meio autista...daqueles autistas que têm um talento bastante específico e espantoso, mas que, como não podia deixar de ser, não conseguem se comunicar muito bem com o restante do universo.

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PS: Como é insuportavelmente bonitinha, a Charlotte Gainsbourg.

Foto de Pierrot Insano

Não consegui ver tudo de uma vez, o sono me venceu, mas terminei ontem.

Acho que você tem razão em dizer que é sob o ponto de vista dele, mas uma cena em particular (a do encontro) não é, e acho que foi um deslize isto. Se tivesse mostrado só o que ele viu, ficaria mais interessante. Mas o filme é muito bom e eu tenho que ver inteiro (de uma só vez) qualquer dia desses.

Foto de Bennett

É verdade, a cena do encontro sai da perspectiva dele...quer dizer, parece que sai. Não sei dizer, talvez seja ele imaginando ela no café, da mesma forma que ele imaginava que ela gostava dele.

Pensando bem, a cena em que ela explica para a amiga o problema com a nota sai potencialmente da perspectiva dele também.