Funny Games, o remake???
Enviado por Bennett em 16 Dezembro, 2006 - 19:13
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Putz...com o próprio Michael Haneke na direção, e Naomi Watts no elenco. Eu odeio esse filme.
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Putz...com o próprio Michael Haneke na direção, e Naomi Watts no elenco. Eu odeio esse filme.
Uma notícia não muito
Uma notícia não muito agradável.
Assisti o original ontem e achei muito bom. Preciso ver os outros do Haneke.
Agora, fica dificil dizer que o filme se livrará de clichês, na produção americana. Pra começar, pro papel da vítima chamaram a eterna vítima dos remakes, Naomi Watts. E pro papel do adolescente rebelde chamaram o eterno adolescente rebelde de filmes alternativos pra americano ver, Michael Pitt. Dois clichês já tem.
Ao menos tem Tim Roth, que a muito tempo eu não via.
Mas, Bennett, você odeia o original ou a idéia da refilmagem americana?
Eu odeio o original em si,
Eu odeio o original em si, bem como boa parte da filmografia do Haneke (o único que se salva, na minha opinião, é A Professora de Piano). Diretor hipócrita, psedo-intelectual, que ainda por cima não é muito bom formalmente.
A tese de Funny Games é que a audiência é cúmplice dos assassinos, e que todo ato de violência no cinema é um ato REAL de violência. A única alternativa para o espectador em Funny Games é sair do cinema ou parar o filme, mas convenhamos, por uma questão de justiça, é importante ver até o final, para poder julgar o filme corretamente. Deixando de lado essa questão, é evidente que um ato de violência filmado não é um ato de violência real. Você pode argumentar que ambos são atos de violência, mas não que são equivalentes. E se fossem, como justificar a postura do diretor? Os meios justificariam os fins nesse caso? Haneke poderia ser tão violento na tela apenas para "conscientizar" o espectador do próprio desejo por sangue? Funny Games se propõe como filme-tese, mas é a tese mais furada do universo. E ironicamente, a única coisa que na minha opinião funciona mais ou menos no filme é o componente thriller...ironicamente porque Haneke teoricamente odeia o gênero e tudo o que ele representa (a outra tentativa de Haneke de demolir um gênero, Tempo de Lobos, é ainda pior que Funny Games). Até que o suspense do filme não é ruim, e se não fosse a pretensão e furos da tese e aquela cena patética do controle remoto, eu não odiaria Funny Games tanto quanto eu odeio.
Agora, o que é pior pra mim: se você for analisar a filmografia do Haneke, é um diretor OBCECADO com violência, e que adora tudo aquilo (vide Caché, que me parece foi construído inteiramente em torno da cena do suicídio...o primário comentário político é acessório ao gore). Haneke assume uma postura moralista em praticamente qualquer entrevista que ele dá, mas é patente que ele é sádico e se sente estimulado com violência. Um filme exploitation qualquer é muito mais honesto, e na minha opinião, mais justificado em termos morais, do que qualquer coisa que o Haneke filmou.
Mas como eu disse, eu gosto de A Professora de Piano. Adoro o filme, para falar a verdade, mas não consigo desculpar Haneke por Funny Games, Caché, Tempo de Lobos e Código Desconhecido. Não vi os primeiros filmes dele, mas depois desses outros não tenho a mínima vontade de ir atrás.
EDIT.: Esqueci de falar, mas...se eu tivesse um filho, precisasse de uma babá, e as únicas opções fossem Michael Haneke e Takashi Miike....eu definitivamente escolheria o Miike. Menos chances de ser um total psicopata.
Saló pelo menos tem a
Saló pelo menos tem a desculpa de funcionar como uma denúncia capenga do fascismo, ainda que o objetivo principal fosse evidentemente realizar algumas das fantasias sexuais do Pasolini na tela. Funny Games, por outro lado, nem surte o efeito pretendido, nem se sustenta na justificativa do Haneke. É desastroso, e agora o Haneke quer fazer um REMAKE americano...sem comentários.
Já Irreversível é totalmente sem salvação, se bem que eu gosto da seqüência de créditos iniciais e acho o filme muito bem feito.
Vi Caché (até queimei um
Vi Caché (até queimei um CD com ele), depois vi um terço de Código Desconhecido e semana passada eu vi A Professora de Piano, que passou na TV Cultura, com aquela biba louca e com derrame, o Cakoff.
Como eu comecei com Caché, tenho uma visão um pouco diferente dos temas dele, que eu resumiria assim: a culpa escondida fatalmente vai dar um sacode na sua vida.
Então em Caché tem a câmera em primeira pessoa e as fitas de vídeo entregues.
Código tem a Binoche presa numa sala, conversando com uma voz sem corpo, sei lá.
A Professora de Paino é mais cinematográfico, da tradição formalista de cinema (cena + cena = significado), então é uma mulher reprimida pela mãe, uma virgem de40 anos qeu extrapola nas perversões sexuais. Acho que a maiorias dos leigos uqe se mete a entender de psicologia chega nessa afirmação: Repressão = perversão.
Então a professora de piano é reprimida, e o cara do Caché foi repressor, a professora de piano vira uma depravada infeliz e o cara do Caché começa a se culpar por causa de um incidente com ares raciais acontecido no passado.
No caso de Caché é quase obvio que é o Haneke falando da opressão da França contra a Argélia, assim,. esquemático.
Na professora de paino é mais uma necessidade nascida da personagem, portanto um tipo de auto-análise do Haneke, que afinal, é dono dos personagens de seus filmes.
Acho que os filmes de Haneke são os oprimidos devolvendo o troc em forma de violência, e não violência gratuita e psicótica.
Sendo, de toda forma, coisa de viado, eu gostando mais de Caché que de Professora, cujo final é bem filho da puta.
Quote:uma virgem de40 anos
[quote]uma virgem de40 anos qeu extrapola nas perversões sexuais[/quote]
Não sei se eu diria que ela é virgem no filme, mas com certeza mais de 40 anos ela tem.
[quote]No caso de Caché é quase obvio que é o Haneke falando da opressão da França contra a Argélia, assim,. esquemático.[/quote]
E tem aquela cena primária do galo sendo degolado. Me deu vergonha aquilo. Em relação ao final, é porque é mais fácil escrever um final daqueles do que fazer algo mais elaborado. O Haneke estava mais interessado mesmo é na cena do suicídio.
Bennett escreveu: Não sei
[quote=Bennett]
Não sei se eu diria que ela é virgem no filme, mas com certeza mais de 40 anos ela tem.
[/quote]
E dá um caaaaaaaaaldo!
[quote=Bennett] Em relação ao final, é porque é mais fácil escrever um final daqueles do que fazer algo mais elaborado. O Haneke estava mais interessado mesmo é na cena do suicídio.[/quote]
Cahiers du Cinéma deveria fazer uma edição com a capa "Nos perdoem!" e dentro só ensaios sobre os finais dos filmes do Haneke! Pô, é de enlouquecer um filme acabar igual Caché ou Professora de Piano!
-E aí, o que acontece?
-Bom, daí ela olha pro cara e vai embora do teatro.
-E depois, ela vai pra onde? Contratar um garoto de programa?!
-Não, depois que ela sai o filme acaba.
-Piolho de cloaca, O QUÊ?!
Sério que te enlouquece? Eu
Sério que te enlouquece? Eu só olho para os créditos e penso: "Blah".
Aparentemente, o remake e'
Aparentemente, o remake e' quadro a quadro.
Picaretagem brava.