Os Infiltrados (The Departed)

Foto de quase nada
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Me decepcionei, é apenas médio, tem gente fazendo a promiscuidade de falar que é melhor que Cassino e Goodfellas. É muito mais chato, tem algumas cenas boas, como a introdução de 15 minutos, mas o Jack Nicholson, exagerado como sempre, faz o favor de caricaturizar um personagem teoricamente sério, que fica mais parecido com o coringa do que com um mafioso. A história é fraca, sem foco e completamente previsível dentro de sua imprevisibilidade (uau!). Não entendo o que viram nesse filme, ele não é metade do que falam.

Nota 5,13 (sangue digital, diálogos lentos, reviravoltas fracas, cenas risíveis, trilha sonora instável)
Nb 8 (a cena do penis falso me entristeceu profundamente, sem falar na cena do Jack Nicholson imitando um rato.)
NCN 3 (nenhuma cena de ação empolga, mas elas estão lá, perdidas entre milhares de cenas chatas)
Punhometro 2 (tem uma médica anorexica gostosa)

Foto de Bennett

Concordo com o Quase Nada em quase tudo. Discordo que seja chato, achei um filme divertido. Mas...nem a pau que é tão bom quanto Goodfellas ou Cassino. Aliás, sem querer ser chato e repetir o bordão "O original é melhor!", vejo-me obrigado a dizer: Infernal Affairs dá de DEZ a ZERO em The Departed. Não tem nem comparação.

The Departed é uma versão mais violenta (às vezes parece que o Scorsese está forçando a barra para ser mais violento do que deveria), mais grosseira (boceta é vírgula na boca desse pessoal), menos elegante (tenta ser mais style, mas é bem pobre, ainda mais considerando-se que é o Scorsese na direção e a Schoonmaker na edição) e, principalmente, menos inteligente, de Infernal Affairs. O roteiro dá a impressão de que foi escrito por um moleque de 14 anos querendo fazer pose de macho. É ridículo.

Tudo bem que, no final das contas, é uma boa diversão, que passa bem rápido se formos considerar a duração de duas horas e meia. Mas dá uma bela saudade de Infernal Affairs.

Coisas interessantes: 

  • A cena do pau falso realmente é de amargar, eu primeiro achei que o Jack Nicholson estava segurando um dildo, mas aquilo era para ser o pau dele mesmo. Tudo bem que na vida real ele de fato estava segurando um dildo, mas o filme quer que a gente acredite que aquela coisa fake é o pênis do Jack Nicholson. Se bem que, vai ver é...ele já passou da idade da mumificação;
  • O filme tem mais ou menos o mesmo número de finais que O Retorno do Rei. Pelo amor de Deus, lá pelo terceiro final eu já não aguentava mais;
  • Que fim levou a carta que o Di Caprio deu para a psiquiatra? Ela leu, não leu, o que estava escrito, etc.? Para um filme que se recusa a deixar em aberto qualquer fiapo de trama, acho curioso não terem deixado explícito o que houve com a carta. Ou eu estou perdendo algo?;
  • Eu geralmente acho o Leonardo Di Caprio um mau ator, e o Matt Damon um bom ator, mas algo ocorreu neste filme, já que o Matt Damon está insuportavelmente ruim, e o Leonardo Di Caprio até que não está mal.

 

Foto de quase nada

Achei lento de doer, tirando a introdução, o filme todo me deu sono. Algumas poucas coisas ficaram legais, como a cena dele mandando uma mensagem de texto com o celular no bolso, mas aquele encontro com os japas ficou estúpido, era pra ser tenso ou engraçado? Ficou ridiculo, basta comparar com os encontros do Miame Vici, em todos vc acha que vai rolar um tiroteio e morrer todo mundo.

Na parte final, eu já tava pensando: "espero que a reviravolta seja muito boa, senão o filme é fraco". Com certeza o Jack Nicholson estava com carta branca pra improvisar, dava pra notar, em várias cenas, ele fugindo do roteiro e querendo dar uma de fodão. A atuação do Mark Walberg ficou over e o Baldwin, apesar de tudo, teve diálogos simpáticos envolvendo homofobia e racismo, é quase o alívio comico. O Matt Damon ficou cretino, a expressão no rosto dele é sempre de graça, nem parecia o mesmo ator do Syriana. Já o Leonardo di Caprio estava bem, mas ele é mauricinho demais praquele papel, fica 100% fake aquele paquito dando uma de cruelzão, se viesse um ladrão, com a cara do Leonardo di Caprio, me roubar, eu lascava-lhe um beijo na boca e metia uma voadora.

A edição ficou estranha, aquele negócio da música parar de repente ficou ruim, realmente, de style esse filme não tem muita coisa. É meio confuso saber quem é rato de quem, falando em rato, aquele rato (literal) no final ficou uma das coisas mais bregas do ano. Sobre a carta, tbm estranhei, outro objeto que eu pensei que voltaria a aparecer é um presente que o Matt Damon ganha logo no começo, quando entra pra policia, ele abre uma caixa, olha o conteúdo, ri e a cena corta.

E pra quem está interessado em ver a tchôla do Jack Nicholson, aqui está: http://www.cinemaemcena.com.br/Geral/news/departed02.jpg

Foto de Bennett

[quote=quase nada]A atuação do Mark Walberg ficou over e o Baldwin, apesar de tudo, teve diálogos simpáticos envolvendo homofobia e racismo, é quase o alívio comico.[/quote]

Bem lembrado, o QUE FOI aquele personagem do Mark Wahlberg? Às vezes parecia cômico, às vezes parecia sério...e eu não digo isso no bom sentido. Não sei bem o que o Scorsese queria, ficou muito ruim.

[quote=quase nada]Já o Leonardo di Caprio estava bem, mas ele é mauricinho demais praquele papel, fica 100% fake aquele paquito dando uma de cruelzão, se viesse um ladrão, com a cara do Leonardo di Caprio, me roubar, eu lascava-lhe um beijo na boca e metia uma voadora. [/quote]

HAHAHAHAHA!

[quote=quase nada]A edição ficou estranha, aquele negócio da música parar de repente ficou ruim, realmente, de style esse filme não tem muita coisa.[/quote]

Ah, esse negócio da música eu até que achei que ficou bom.

[quote=quase nada]É meio confuso saber quem é rato de quem, falando em rato, aquele rato (literal) no final ficou uma das coisas mais bregas do ano.[/quote]

O final inteiro ficou brega. O Infernal Affairs termina com a cena do elevador. Já esse filme tem uns dez finais, e vai morrendo tanta gente, de maneiras tão cômicas, que como bem disse uma usuária do IMDB, fica parecendo filme do Monty Python.

[quote=quase nada]Sobre a carta, tbm estranhei, outro objeto que eu pensei que voltaria a aparecer é um presente que o Matt Damon ganha logo no começo, quando entra pra policia, ele abre uma caixa, olha o conteúdo, ri e a cena corta. [/quote]

Deve ser um cinto com dildo.

Foto de quase nada

O que me deixa mais chocado é como esse filme médio vem sendo tratado como obra prima, 92% no rotten e 68º no top 100 do imdb é foda de engolir, aquele negócio dos processadores roubados ficou bastante goiaba, no nível do vírus chimera do missão impossível 2, tem aquilo no original? A fotografia é feia, aquelas cenas no Bar ficaram estilo Sopranos.  

Foto de Bennett

No original, pelo que eu me lembro, não tinha nada daquilo. Aliás, a fábrica dos chips parecia uma loja de produto chinês falsificado, não sei por que os chineses precisaram dar meia volta ao mundo para comprar algo que provavelmente eles mesmos fizeram. Essa historinha foi só para dar um ar mais perigoso e importante ao personagem do Jack Nicholson, mas nem precisava.

Foto de quase nada

O Biba gostou. Falando sério, esse filme é uma semi-fraude.

Os Infiltrados

Rubens Ewald Filho

Este é o melhor filme do diretor Martin Scorsese nos últimos anos e também seu maior sucesso de bilheteria em todos os tempos (mais de cem milhões de dólares nos EUA). Tem grande possibilidade mesmo de lhe trazer o tão esperado Oscar de direção (também por ser um ano fraco).Certamente por causa do excepcional elenco que ele conseguiu reunir e o roteiro brilhante de William Monahan (que é natural de Boston onde se situa ação e escreveu antes apenas o ambicioso Cruzadas). O filme é inspirado num bom policial de Hong Kong que chegou a sair em DVD no Brasil chamado Infernal Affairs (e que teve duas continuações igualmente boas, que por sorte eu assisti porque trouxe os dvds de lá). Mas não há no original, por exemplo, o personagem de Jack Nicholson , assim passa a ser quase uma situação básica e não muito original, que serve de inspiração para o roteiro. Acho que a grande sacada foi situar a ação num fato real e não mostrado que é a Máfia Irlandesa que durante muito tempo mandou em Boston.

Antes de qualquer coisa, este é um dos raros filmes onde todos os personagens são convincentes, os atores estão todos ótimos e o final não apenas surpreendente mas faz sentido. Muita gente tem vindo me elogiar Leonardo Di Caprio dizendo que não gostavam dele por causa de Titanic e mais uma vez brigo com eles por confundirem personagem com ator. Ele sempre foi sério, dedicado e talentoso. Mesmo nos filmes anteriores dele com Scorsese (o fraco Gangs de Nova York e o interessante, mas irregular O Aviador). Aqui faz um certo Billy Costigan , que vai ser policial mas acaba aceitando uma missão difícil e muito especial tem que se infiltrar na quadrilha do maior gangster da região Frank Costello ( Nicholson ) sem despertar suspeitas. E com apenas uma pessoa sabendo da verdade, o chefe da policia (Martin Sheen ). Por outro lado, o que eles não sabem é que a mesma situação esta sucedendo do lado dos bandidos que colocaram também um capanga dentro da policia e que agora lhes fornece (por celular) informações que evitam prisões e capturas de carregamentos de drogas. O traidor é Matt Damon (Como Colin Sullivan ), um sujeito inteligente, sem escrúpulos, já criado desde criança nas ruas e na malandragem.

O filme consegue desenvolver em quase três horas (que não se sente), as razões e motivações dos personagens, a solidão de Di Caprio , a exibição de sinais de riqueza de Damon e a mulher que fica entre os dois (uma situação clichê disfarçada porque a atriz escolhida Vera Farmiga por Scorsese é muito talentosa como provou no filme independente e desconhecido aqui Down to the Bone ,2004).

Naturalmente Nicholson dá seu show particular, sem exatamente cair em excessos (embora exagero seja inevitável já que é o único tão carismático que pode se dar ao luxo de super representar). O personagem permite isso e é muito provável que várias frases e momentos do filme virem clássicas (como em Chefão ou Os Bons Companheiros).

Na verdade, já estou com vontade de revê-lo. Melhor sinal impossível.

PS - Estava me esquecendo de reclamar do titulo nacional, que é feio e não quer dizer muito. Em inglês, The Departed (Os que Partiram) é poético e tem ilações religiosas.

Foto de Bennett

Convenhamos, o próprio Ewiald também é uma fraude. Eu gostei do "Naturalmente Nicholson dá seu show particular, sem exatamente cair em excessos (...)". Só pode ser piada. Essa crítica do Ewiald é bem ignorante, beirando o retardamento mental.

Eu não me conformo com essas críticas que estão enxergando uma densidade psicológica nas personagens que simplesmente NÃO ESTÁ LÁ. Ao contrário de Infernal Affairs, quase todos os personagens de The Departed são meras caricaturas. A exceção, na minha opinião, é curiosamente a personagem da Vera Farmiga. Mas comparativamente.

Foto de rodriguez

Achei os diálogos divertidos de tão fakes. Lembrou um pouco o texto do Garth Ennis em alguns momentos, fora isso a história toda foi cagada, o Infernal Affairs nçao merecia esse tipo de "homenagem".

Uma pena, Scorcese fez um filme desnecessário mas que podia render uma boa sessão.  Minha nota é 7,0 pelos diálogos forçados.

 

renmero.blogspot.com

Foto de Bennett

Bem lembrado, é totalmente Garth Ennis esse filme.

Foto de quase nada

Uma coisa que eu cortaria é aquele triangulo amoroso ridículo, não serve pra nada, mulher não ve esse tipo de filme (mesmo sendo com o leonardo de caprio) quem escolhe é o namorado, tinham que extirpar qualquer traço de afetividade, a pior cena é uma conversa entre ela e o Matt Damon sobre uma suposta broxada, eu não entendi direito mas ela fala algo como "vc quer conversar sobre ontem a noite? essas coisas acontecem com todo mundo!". 

 

Foto de Bennett

Acho que o Nicholson era pra ser nojento mesmo...De qualquer forma, eu achei divertido, como eu disse. Mas que é uma imitação vulgar do original, isso é.

Foto de Bennett

Eu também gosto do Ennis, apesar de que ele começou a me encher o saco logo depois de All in the Family no Preacher (o que não me fez cancelar a assinatura da revista, na época em que eu ainda assinava uns 3 títulos da Vertigo via Devir). Eu diria que o Departed tem violência gratuita, sim...no sentido de que não precisava ser tão explícita, e de que está lá mais para estimular a audiência do que a serviço da trama e das personagens. Mas no final das contas o filme acaba acomodando a violência, não fica fora de lugar, em toda sua glória cartunesca. É justamente uma coisa meio Garth Ennis: divertida, aparentemente escrita por um nerd de 14 anos metido a macho, e no final das contas 100% descartável.

Já o filme chinês é mais maduro, mesmo sendo em última análise um filme policial normal.