The Matrix - Path of Neo

Foto de Guybrush Threepwood
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Sabe aquelas premiações, tipo "jogo mais surpreendente do ano", que a gente vê nos sites e revistas de games, quando fazem o balanço anual? Pois é, "Path of Neo" merecia ter ganho TODAS. Por que é um jogo que tinha tudo para dar errado, e, pasmem, deu estupendamente certo.



Vejamos: os irmãos Wachowski arruiram todo o interesse na franquia depois daquelas duas bombas do segundo e terceiro filme; o jogo anterior baseado nos filmes, "Enter the Matrix", era ruim que dói; e esse novo agora foi desenvolvido em conjunto pelos irmãos e pela mesma equipe do primeiro jogo. Desanimador, não?



Bom, tem mais. O engine gráfico do jogo é feio (apesar de ter um bom sistema de fí­sica de objetos). O som é baixo e abafado, e os efeitos sonoros não tem nada demais. O sistema de jogo não tem nada realmente inovador.



Então por que funciona? Por que é um jogo INSANAMENTE divertido.



Em primeiro lugar, a mecânica dos controles é muito bem feita e funcional. Você pode reproduzir praticamente TODOS os movimentos feitos pelo Neo nos filmes. É, todos, mesmo. E é movimento pra caralho. E acaba sendo bastante simples aplicar o golpe que você quer, na hora que você precisa, devido a um sistema de combos supimpa. Juntou de clone do Agente Smith em cima? Dê uma rasteira 360o. pra jogá-los no chão, faça um "flic" pra trás, arremesse um conta o outro, acerte uma sequência no terceiro, soque o da frente ao mesmo tempo que chuta o de trás e finalize o último subindo no corpo dele e terminando com chute na cabeça em câmera lenta, igualzinho o Neo faz na cena do lobby do Matrix 1. Você também pode roubar a arma do inimigo e usar contra ele, desviar de balas, correr nas paredes etc. É muito movimento pra fazer, e muito simples de usá-los.



Outra coisa, o jogo tem um design de fases incrí­vel. TODOS os momentos do filme que envolvem ação com o Neo dentro da Matrix estão lá - e em versão expandida. Por exemplo, quando Neo ainda é Thomas Anderson e precisa fugir da empresa que trabalha para não ser capturado pelos agentes, você tem um jogo bacana de stealth que envolve correr entre vários andares, fugir pela escada, saltar andaimes, e se você for esperto, pode até ter um resultado diferente do filme (ao invés de ser preso, fugir na moto com a Trinity). Tem uma pá de missões intermediárias também, que não aparecem no filme mas que são muito bem justificadas. Uma fase em especial, é genial: durante a fuga da mansão do Merovingian, Neo esbarra num labirinto que parece ter saí­do duma gravura do Escher. A fase é tão, tão bacana que imediatamente me lembrei daquele hotel mal-assombrado do Vampire: Bloodlines - ambas são primores de design criativo.



E tem o final - que, inesperadamente é bastante diferente da trilogia. E é também um dos momentos mais surrealistas e bizarros da história dos games - quase tanto quanto o Arsenal Gear dando pau ("FISSION MAILED!") no Metal Gear Solid 2. É tão forte no "non sequitur" o negócio que rendeu uma indicação í  categoria Most Outrageous Game no Gamespot Best & Worst - só por causa desse fim. Na verdade, só ele é melhor que o Reloaded e o Revolutions INTEIROS, e várias vezes melhor.



Em suma, apesar dos gráficos datados, da falta de inovação e dos pequenos glitches, é um jogo bastante bom, incrivelmente divertido e totalmente viciante. Fã de Matrix ou não, esse é o seu jogo. ALTAMENTE recomendável.



Nota: 8,8 / 10

Foto de Bennett

[quote=Guybrush Threepwood]Em primeiro lugar, a mecânica dos controles é muito bem feita e funcional. Você pode reproduzir praticamente TODOS os movimentos feitos pelo Neo nos filmes. É, todos, mesmo. E é movimento pra caralho.[/quote]



Pronto, me convenceu a jogar. É verdade que o final desse jogo é meio malucão e surreal?



EDIT.: Respondi antes de terminar de ler, como você deve ter percebido...

Foto de Blain

Conta o final aí­.

Foto de Marcus

Isso, conta!

Foto de Guybrush Threepwood

[quote=Marcus Pessoa]Isso, conta![/quote]



[SPOILERS]

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Seguinte, logo depois que você acerta a última porrada no Smith (batalha igualzinha a batalha final do Revolutions), a tela fica todo branca. Daí­ aparecem duas poltronas, iguais a do Morpheus. E dois bonecos quadriculados, que parecem ter saidos de um jogo de Atari 2600 (guardam vaga semelhança aquele jogo de Karate do console) se apresentam como as "residual self-images" dos irmão Wachowski. Eles te parabenizam por ter terminado o jogo, e falam como acharam que o final cinematográfico não seria um bom final prum game, e acharam melhor mudar. Daí­ o Larry (o bonequinho cor-de-rosa, hehehehe) dispara a falar acelerado em pseudo-filosofia, o que o irmão resume: vai ter mais um boss fight, onde você vai enfrentar o MEGASMITH! E realmente, tem um boss fight grandão, legal pra caralho, com um Smithzord gigantesco feito de prédios, e o Neo pequeninho porrando ele. Acabando com o cara, aparece uma cena do garoto que o Neo salva no segundo filme, correndo em Zion gritando que as máquinas foram aniquiladas, e a humanidade venceu. E ao fundo - pasmem - tocando "WE ARE THE CHAMPIONS"! Daí­ começa uma baita festança em Zion, com a galera toda dançando feliz ao som do Queen.



É isso. É curto, mas é impagável.

Foto de Blain

Cara, esse final funcionaria mais que o original no Revolutions.

Foto de Bennett

[quote=Blain]Cara, esse final funcionaria mais que o original no Revolutions.[/quote]



Pior que é verdade.

Foto de Marcus

Guybrush: acabei nem lendo os spoilers, porque fiquei subitamente com vontade de instalar esse jogo.



O que eu queria saber é o seguinte. Faz séculos que eu não jogo no computador; o último jogo que eu curti regularmente foi o Quake I. Você acha que alguém que não tem prática com os jogos mais novos vai conseguir jogar esse? E se divertir?

Foto de Guybrush Threepwood

[quote=Marcus]Guybrush: acabei nem lendo os spoilers, porque fiquei subitamente com vontade de instalar esse jogo.



O que eu queria saber é o seguinte. Faz séculos que eu não jogo no computador; o último jogo que eu curti regularmente foi o Quake I. Você acha que alguém que não tem prática com os jogos mais novos vai conseguir jogar esse? E se divertir?[/quote]



Olha, Marcus, vou ser bem franco com você: eu acho que não. Primeiro, por que eu acho que esse jogo ficaria esquisito no teclado/mouse - é um jogo muito bem programado para jogar num gamepad (eu joguei a versão de PS2, e parece que nasceu para aquele controle), por que exige várias combinações de teclas especí­ficas que são muito facilitadas pelo posicionamento dos botões do DualShock do PS2. No entanto, se você tiver uma gamepad de PC parecido com o do Play2, mais fácil.



Segundo, por que embora não seja um jogo exatamente difí­cil, ele exige (como boa parte dos jogos de ação da atualidade) uma certa habilidade com games treinada constantemente. Infelizmente, por própria imposição dos gamers costumeiros os jogos cada vez mais vem sendo mais "complexos" em jogabilidade, geralmente para agradar aqueles que vão evoluindo a cada novo jogo e que costuma atrapalhar aqueles que não tem muito o hábito de jogar (exceções í  regra são jogos como Guitar Hero ou Katamari Damacy).



Mas eu lembrei agora que o jogo tem um modo no iní­cio, que te coloca numa luta simulada pra ver como você joga e ajusta a dificuldade de acordo com o seu estilo de jogo. Às vezes, quem sabe? Não custa tentar, é um baita game bacana.



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Pirate: Guybrush Threepwood? That's the most ridiculous name I've ever heard!

Guybrush: Well, what´s your name?

Pirate: Mancomb Seepgood.

Foto de Marcus

Valeu. Eu esperava essa resposta mesmo. Mas vou testar, quando tiver tempo.